Não existe uma única pessoa no mundo capaz prever o que aconteceria com os games em 2025: a indústria se preparava para o lançamento de GTA 6, e qualquer outro jogo que ameaçasse seu reinado seria totalmente engolido por uma tsunami. No fim, o jogo foi adiado para 2026 (duas vezes!), e o calendário se viu tomado por jogos independentes. Os melhores games do ano surgiram de equipes pequenas, unidas pelo sonho de criar algo que lhes trouxesse brilho nos olhos antes de retorno financeiro.
Nessa toada, títulos como Clair Obscur: Expedition 33, Hades 2 e Hollow Knight Silksong são presenças garantidas em absolutamente qualquer lista de grandes jogos de 2025 que se preze. Mesmo entre projetos financiados por alguma grande publisher, como Split Fiction, a autoralidade venceu os investimentos milionários e as franquias consolidadas desta vez.
Essa lista faz parte do Omelhor, premiação do Omelete que reconhece os grandes acontecimentos da cultura pop no ano.
Confira os melhores jogos de 2025:
25. Aviãozinho do Tráfico 3: Abri um Portal pro Inferno na Favela Tentando Reviver Mit Aia e Preciso Fechar
Divulgação/Joveno
Não existe um pingo de sarcasmo aqui: Aviãozinho do Tráfico 3 é um dos melhores jogos brasileiros do ano, recebendo apoio nacional e internacional — mesmo de gringos que não entendem um décimo das referências humorísticas feitas pelo game. O sucesso foi tanto, inclusive, que o próprio criador de Megabonk sugeriu que o título substituísse o seu game na categoria de Melhor Indie de Estreia no The Game Awards. - Breno Deolindo
Onde jogar: PC
24. Absolum
Divulgação/Dotemu
A improvável mistura de roguelikes com beat'em ups funciona bem demais em Absolum, game que traz um grande refino de tudo que a Dotemu já se envolveu até agora. Gameplay fluida e estilo artístico belíssimo se combinam a uma história interessante para formar uma grata surpresa deste ano. - Breno Deolindo
Onde jogar: PlayStation 4 e 5, Nintendo Switch 1 e 2, PC
23. Hell Clock
Divulgação/Mad Mushroom
Sucesso internacional, Hell Clock é um brasileiríssimo jogo ambientado na Guerra de Canudos. Controlando o guerreiro Pajéu, o jogador terá de montar combinações de ataques cada vez mais imparáveis para conseguir resgatar a alma de Conselheiro, o líder espiritual de Canudos. Os inimigos, entretanto, são cada vez mais desafiadores, e o tempo está contra o herói. - Breno Deolindo
Onde jogar: PC
22. Digimon Story: Time Stranger
Divulgação/Bandai Namco
Totalmente esnobado no The Game Awards, Time Stranger finalmente atinge todo o potencial que a franquia Digimon Story já havia mostrado. Ambicioso, com a maior quantidade de criaturas em qualquer jogo da série, o jogo não é apenas um bom jogo do anime nostálgico que assistíamos quando crianças — ele é um excelente e complexo RPG de turnos. - Breno Deolindo
Onde jogar: PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC
21. Battlefield 6
Divulgação/EA
O retorno triunfal de uma franquia dormente. Battlefield 6 era exatamente o jogo que precisava ser: longe de apelar para a freneticidade que se tornou o padrão rival Call of Duty, o game manteve seus pés no chão com um combate cadenciado, realista e, ainda assim, intenso. Para os fãs que cresceram com BF3 e BF4, o novo título vem com uma dose cavalar de nostalgia; para quem não conheceu a franquia em seu auge, deve ser até estranho ver como um shooter pode ser bom sem apelar para a pirotecnia em todos os seus aspectos. - Breno Deolindo
Onde jogar: PC, PlayStation 5, Xbox Series X|S
20. The Alters
Divulgação/11 bit studios
Depois de construir fama com jogos de estratégia recheados de decisões difíceis, como Frostpunk, a 11 bit studios se aventura no gênero de sobrevivência em The Alters, cujo gameplay se debruça sobre uma questão que já passou pela cabeça de todo mundo: como seria sua vida se você tivesse feito escolhas diferentes? Todas elas convergem aqui para manter Jan Dolski vivo em um planeta hostil, em um game que une as mecânicas características de sobrevivência com construção de bases e estratégia. - Bruno Silva
Onde jogar: PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC
19. Silent Hill f
Divulgação/Konami
A boa fase da Konami é reforçada em um survival horror à moda antiga. Com história misteriosa, puzzles desafiadores e, claro, inimigos horrendos que podem aparecer a qualquer momento, Silent Hill f protagoniza Hinako, uma adolescente com problemas aparentemente comuns que se vê em uma luta desesperada para sobreviver – e também para entender sua própria identidade. - Breno Deolindo
Onde jogar: PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC
18. Shinobi: Art of Vengeance
Divulgação/SEGA
Como o próprio nome já diz, Shinobi: Art of Vengeance traz um estilo artístico impecável para uma gameplay divertidíssima. Joe Musashi exibe todo seu arsenal em um visual 2D que é sempre exaltado pela trilha sonora e cenários. O combate, claro, é um deleite, e só potencializa os gráficos com habilidades especiais que ficam cada vez mais bonitas. - Breno Deolindo
17. Ninja Gaiden: Ragebound
Divulgação/Dotemu
Ninja Gaiden: Ragebound é crocante. Pego emprestado o termo gastronômico primeiro por sua especificidade. Algo crocante precisa estar no ponto certo: prepare um pouco menos e a comida fica macia demais, e prepare a mais e você arrisca queimar tudo. Mas além disso, crocância gera um prazer instintivo. Visceral. A textura alegra o cérebro muito antes de podermos processar o gosto. Ninja Gaiden: Ragebound é um jogo de prazeres viscerais. - Guilherme Jacobs
Onde jogar: PC, PlayStation 4 e 5, Xbox One e Xbox Series X|S, Nintendo Switch 1 e 2
16. Dispatch
Divulgação/Microsoft
Dispatch é o trabalho passional de uma série de desenvolvedores ex-Telltale Games que mostram que a fadiga do gênero de super-heróis só existe para produtos feitos sem carinho. Provavelmente uma das maiores (se não a maior) surpresa de 2025, Dispatch coloca o jogador para controlar Robert Robertson III (Aaron Paul), um herói sem poderes que perde a sua armadura de Homem-Mecha e precisa trabalhar como despachante de uma equipe de ex-vilões recheada de personalidade e ótimos personagens. Para os fãs que estavam com saudades de jogos como The Wolf Among Us e Tales From Borderlands, Dispatch é, literalmente, o jogo para você. - Igor Pontes
15. Ghost of Yotei
Divulgação/PlayStation
Ghost of Tsushima pegou muita gente de surpresa em 2020, o universo samurai da Sucker Punch vai ganhar mais um capítulo em 2025. Ghost of Yotei não é exatamente uma continuação da história de Jin Sakai: ele é ambientado mais de 300 anos depois, trazendo uma nova protagonista, chamada Atsu. - Breno Deolindo
Onde jogar: PlayStation 5.
14. Mario Kart World
Divulgação/Nintendo
Sempre espera-se um esmero único da Nintendo quando falamos de suas grandes franquias, e é óbvio que Mario Kart não é exceção. Introduzindo um mundo aberto para o jogo de corrida mais famoso do planeta, a empresa teve a difícil missão de fazer jus a essa escala enquanto ainda tentava justificar o altíssimo preço cobrado. A tarefa foi cumprida com sucesso, e World já vendeu milhões de unidades — mas ainda fica atrás de outro jogo de corrida, protagonizado pelo principal rival de Mario nos anos 90. - Breno Deolindo
Onde jogar: Nintendo Switch 2
13. Sonic Racing: CrossWorlds
Divulgação/SEGA
O ouriço azul volta às pistas em um game que chegou quase junto a Mario Kart World. Intenso e veloz, o jogo reúne praticamente todos os personagens da franquia Sonic, e ainda traz convidados de Yakuza, Vocaloid e várias outras grandes séries dos games. - Breno Deolindo
Onde jogar: PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.
12. DOOM: The Dark Ages
Divulgação/Bethesda
O caos infernal está de volta! DOOM: The Dark Ages leva a carnificina tradicional da franquia para um ambiente medieval, antecedendo os eventos do game de 2016 e DOOM Eternal. O jogador é mais uma vez colocado na pele do Doomslayer, e é claro que a sanguinolência da série está tão presente quanto nos outros títulos da trilogia reboot. - Breno Deolindo
Onde jogar: Xbox Series X|S, PlayStation 5, PC.
11. Skate Story
Divulgação/Devolver
Jogos desenvolvidos por uma única pessoa sempre terão uma carga maior de intimidade entre jogador e criador. Em Skate Story, Sam Eng retrata um pouco de sua personalidade e vivência das formas mais esquisitas possíveis: você é um skatista de vidro que quer comer as luas do submundo para conseguir dormir. Nessa jornada improvável, os personagens que te acompanham passam longe de serem objetivos ou de sequer construírem frases que façam muito sentido. Ainda assim, com uma das melhores trilhas sonoras do ano e uma mecânica de manobras extremamente boa, Skate Story te propõe reflexões profundas e relembra a todos que games são arte. - Breno Deolindo
Onde jogar: PlayStation 5, PC
10. Blue Prince
Divulgação/Raw Fury
Blue Prince é talvez a proposta mais única de jogo a chegar no mainstream em 2025. Seu uso da dinâmica do roguelike, em que você precisa começar "do zero" a cada partida, é incorporada a um engenhoso quebra-cabeças no qual abrir caminho até uma câmara especial em uma mansão sempre será um desafio imenso. Você vem pelo desafio e acaba ficando pelos inúmeros mistérios que este local oferece, em uma das experiências mais desafiadoras e únicas deste ano. - Bruno Silva
Onde jogar: PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC.
9. Pokémon Legends: Z-A
Divulgação/Pokémon Company
Pokémon Legends: Arceus foi um dos maiores acertos recentes da Game Freak, especialmente depois que Scarlet & Violet não foram exatamente unânimes. O formato que fez sucesso estará de volta em Pokémon Legends: Z-A, que dá ainda mais saltos que seu antecessor: propondo um novo sistema de batalha e várias mecânicas competitivas, o jogo pode não só ditar o futuro da série Legends, e sim da franquia Pokémon como um todo. - Breno Deolindo
Onde jogar: Nintendo Switch 1 e 2
8. Monster Hunter Wilds
Divulgação/Capcom
Ainda que esteja tão alto na lista, é difícil de não considerar Monster Hunter Wilds como uma decepção em 2025. O adiamento de GTA 6 abriu o caminho para que a Capcom, que vive excelente fase, chegasse como uma das favoritas ao prêmio de Jogo do Ano. Claro, Wilds ainda teve performance comercial ótima e reviews positivos, mas não com o impacto que se esperava desde que o game foi anunciado; problemas de performance no PC e uma série de críticas da comunidade ofuscaram o game, que não deixa de ser o projeto mais ambicioso da franquia. - Breno Deolindo
Onde jogar: PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.
7. Kingdom Come: Deliverance 2
Divulgação/Plaion
Um game em que pouquíssimas pessoas apostariam no início do ano, mas que provou merecer seu espaço entre os grandes após impressionar pela profundidade que apresenta. Seguindo o protagonista Henry, Kingdom Come: Deliverance 2 traz estruturas de fazer inveja a qualquer RPG, onde qualquer decisão pode afetar o desenrolar da história. – Breno Deolindo
Onde jogar: PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.
6. Death Stranding 2: On the Beach
Divulgação/PlayStation
Hideo Kojima está de volta. Cinco anos depois, Death Stranding ganha uma sequência que, pelo bem ou pelo mal, abandona algumas das barreiras de seu antecessor. On the Beach é, como jogo, uma experiência mais lisa e objetivamente melhor — mas também mais fácil, com enredo mais mastigado. Esses ajustes podem ajudar a trazer mais jogadores a esse universo, mas ao custo do charme único que o primeiro jogo tinha. - Breno Deolindo
Onde jogar: PlayStation 5.
5. Split Fiction
Divulgação/EA
A mente brilhante de Josef Fares conseguiu criar mais um excelente game. Trazendo, novamente, o formato cooperativo, o game acompanha as jovens escritoras Mio e Zoe enquanto elas se aventuram nos mundos de ficção científica e fantasia medieval que criaram para suas histórias. Ainda mais ousado do que It Takes Two, Split Fiction é uma das apostas para concorrer a Jogo do Ano. – Breno Deolindo
Onde jogar: PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch 2 e PC.
4. Donkey Kong Bananza
Divulgação/Nintendo
Uma das surpresas mais agradáveis deste ano é testemunhar o retorno de Donkey Kong em um jogo inédito no qual ele é o protagonista, com desenvolvimento da própria Nintendo, no que parece ser um sucessor digno de Super Mario Odyssey como jogo de plataforma de estreia de um console. Os ambientes destrutíveis de Bananza são apenas a ponta do iceberg de um título que desperta em todos nós o sentimento de descoberta e aventura. - Bruno Silva
Onde jogar: Nintendo Switch 2.
3. Hollow Knight: Silksong
Divulgação/Team Cherry
A espera eterna finalmente acabou em setembro. Um dos processos de desenvolvimento mais obscuros e lentos da história recente se concretizou, e Silksong obviamente não é tudo aquilo que se esperava: a expectativa colocada acima do jogo era impossível de ser cumprida — mas a Team Cherry passou bem perto. Mais ambicioso, confiante e denso que o primeiro Hollow Knight, o game não deixa de extrair uma raiva incontrolável de vários de seus jogadores. O aprendizado pela repetição, a sensação de estar perdido e as incontáveis mortes não são para todos, mas não deixam de criar uma aventura inesquecível. - Breno Deolindo
Onde jogar: PC, PlayStation 4 e 5, Xbox One e Series X|S, Nintendo Switch 1 e 2.
2. Hades 2
Divulgação/Supergiant Games
A versão finalizada de uma obra-prima da Supergiant Games já está disponível! Hades 2 é ainda melhor que seu antecessor – que já era excelente. O game traz uma releitura do combate frenético, e ainda introduz uma história muito mais urgente, que não deixa de manter o lado artístico impecável. - Breno Deolindo
Onde jogar: PC e Nintendo Switch 2
1. Clair Obscur: Expedition 33
Divulgação/Kepler Interactive
A grande história de sucesso de 2025 até o momento nos games é um título AA, ou seja, em um patamar menor em termos de orçamento quando comparado a vários dos jogos acima, que se inspira em RPGs clássicos do Japão com um toque especial da Belle Époque que marcou a história da França no fim do século XIX. A mistura única de influências e referências é só o chamariz para um jogo desafiador, único e que não cansa de surpreender desde os seus primeiros momentos até a batalha final. - Bruno Silva
Onde jogar: PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.