Games

Crítica

Mario Kart World é ótimo, mas não é indispensável no Switch 2

Nintendo traz excelente gameplay em cima de um mundo vazio (que pode melhorar com DLCs)

Omelete
7 min de leitura
07.06.2025, às 16H01.
Atualizada em 07.06.2025, ÀS 16H15

Poucos jogos ficaram tão marcados pelo primeiro Nintendo Switch quanto Mario Kart, ainda que a história tenha sido escrita por linhas tortas. Quase metade dos donos do console tem Mario Kart 8 Deluxe, um game remasterizado do Wii U que vendeu oito vezes mais no novo aparelho. Era o jogo certo na hora certa, mas provavelmente nem a Nintendo imaginava esse sucesso todo.

Ao longo de toda a vida do Switch 1, Mario Kart 8 foi recebendo atualizações com melhorias de qualidade de vida, novos personagens e o dobro de pistas em relação à versão original. Foi uma quantidade de conteúdo equivalente a de um jogo novo, algo sem precedentes para a um título da série. Mario Kart World, por sua vez, parece ter sido feito pensando nesse modelo de vida útil que o seu antecessor teve sem querer.

Essa impressão ajuda a explicar por que Mario Kart World, o jogo que inaugura o Nintendo Switch 2, é extremamente bem acabado em praticamente todas as suas características, e ao mesmo tempo parece um pouco raso, às vezes até meio incompleto, no que traz de novo para a experiência: a possibilidade de rodar por um mapa aberto que engloba todos os seus circuitos.

Mas antes de chegarmos nessa parte, vamos começar por um aspecto no qual Mario Kart World não reinventa a roda: a jogabilidade. Esse é aquele tipo de jogo que à primeira vista pode parecer simples, no qual se depende muito da sorte de pegar itens bons para limpar o caminho, ou não ter o azar de ser atordoado com frequência por itens dos outros. Mas no fundo, tem uma série de truques que você pode fazer para correr ainda mais rápido, como os boosts de deslizamento e saltos em rampas.

Mario Kart World traz uma evolução natural dessa jogabilidade, que parece ter sido mais feita para adequar os carrinhos aos novos cenários. Agora, as máquinas são capazes de deslizar em um corrimão ou correr em algumas paredes. Nessas horas, também se pode saltar na lateral. Tudo isso também dá um pouquinho de aceleração. São mecânicas que vem para complementar algo que já existia, em vez de trazer uma inovação mais profunda.

Talvez a maior diferença que um veterano da série Mario Kart vai sentir ao jogar World está no aumento do número de corredores, que os desenvolvedores já admitiram ser o ponto de partida de todo o conceito desse novo jogo. As corridas com até 24 jogadores aumentam o caos significativamente, especialmente quando se está brigando por posições intermediárias, embolado com vários outros corredores e seus respectivos cascos, estrelas, cogumelos e raios.

Isso traz também efeitos um pouco menos óbvios na composição da pista, que parece um pouco mais alargada para acomodar tanta gente. Esse efeito fica ainda mais evidente em um tipo de corrida super importante para novos modos de jogo, em que você vai de um ponto A a um ponto B, com o traçado sendo composto por parte dos circuitos fechados e parte das estradas que fazem parte do mapa.

Quando se trata dos circuitos fechados, World ainda resgata boa parte do design de fases consagrado por seu antecessor, com pistas cheias de verticalidade, curvas super fechadas e mudanças de terreno, e onde os cenários deslumbrantes e cheios de pequenos detalhes sempre vão fazer você se sentir em uma montanha russa lisérgica disfarçada de autódromo. Mas, com a chegada de um mapa-múndi que engloba esses circuitos, vários deles ficaram mais “pé no chão”, enquanto as pistas mais psicodélicas foram isoladas do mapa, geralmente se situando em um acesso separado por montanhas, rios, ou suspensas no ar.

Esse novo modelo de pistas brilha no modo inédito de Mario Kart World que faz uso pleno de seu mundo: a Eliminação (ou Knockout Tour), em que a corrida passa por um grande pedaço do mapa, incluindo segmentos de circuito e segmentos de estrada, e no qual há vários pontos de checagem que vão eliminando os últimos colocados: depois de um certo ponto, ficam só os 16 primeiros, depois os 8 primeiros, e por aí vai.

A Eliminação é o ponto alto de Mario Kart World, já que traz um elemento de urgência para corridas que tradicionalmente podem fazer você ganhar (ou perder) muitas posições de forma imprevisível caso você tenha a sorte (ou o azar) de pegar bons itens (ou ser atordoado com frequência). Ao contrário das corridas com circuitos, em que há uma chance de recuperar, aqui há uma pressão para estar na frente do grid de largada que vai exigir um pouco mais de habilidade, em vez de contar somente com a sorte.

Como o jogo criou corridas com 24 personagens, a Nintendo viu a necessidade de expandir o elenco do jogo e, curiosamente, preferiu não fazê-lo incluindo personagens de outras franquias. Então, em vez de termos Link ou os inklings de Splatoon, coadjuvantes de terceiro ou quarto escalão do Reino do Cogumelo entram nos holofotes e têm sua chance de brilhar, o que criou novos protagonistas inesperados, como a simpática vaquinha que tem sido uma das favoritas da comunidade desde o trailer de anúncio.

Além dos personagens, Mario Kart World também investe forte em roupinhas para o elenco, que são obtidas ao usar um item inédito: alimentos preparados em lanchonetes do Yoshi espalhadas pelo mapa. Esses itens, que podem ser encontrados tanto em competições quanto na exploração livre, aceleram seu kart por alguns momentos e mudam a aparência do personagem liberando uma nova skin.

Tudo isso se passa, como o próprio título diz, em um mapa no qual todas as pistas são interconectadas por estradas. Em uma entrevista, o produtor de Mario Kart World disse que a equipe não considera este jogo de mundo aberto, e ao andar um pouco pelo mapa, dá para entender o motivo. O mapa é consideravelmente amplo, mas não tem a maioria das interações que se espera de um jogo de corrida de mundo aberto.

A fórmula que Mario Kart World traz não é exatamente nova para o gênero, e vem tendo variados níveis de sucesso em jogos de corrida como Burnout Paradise, The Crew ou Forza Horizon, no qual há muito mais oportunidades de interagir com o mundo do que simplesmente disputar corridas.

Isso existe no novo Mario Kart, na forma de pequenas missões desbloqueadas por pontos P ou ao encontrar painéis secretos ao explorar circuitos, o que rende colecionáveis. Mas as interações no modo livre se resumem apenas a isso, o que dilui e diminui uma sensação muito cara a jogos de corrida de mundo aberto: a de você simplesmente dirigir em qualquer direção até encontrar algo que vai te surpreender. Chega a ser irônico que o maior desbloqueio do mapa se dê ao completar competições fechadas, em vez de descobrir este local no modo de exploração livre.

Outra coisa que também atrapalha na hora de se locomover pelo mapa é a falta de jeitos de se localizar, como por exemplo a ausência de uma indicação no mini-mapa de onde está no norte, ou a impossibilidade de marcar um ponto e deixar que o jogo te direcione até lá, como se você estivesse usando um aplicativo de GPS. Há, pelo menos, a opção de usar viagem rápida para se transportar aos circuitos ou a posição de outros corredores.

Por mais que a experiência de mundo aberto de Mario Kart World seja um pouco rudimentar, há sim um potencial para que isso melhore com o decorrer do tempo. O mundo foi construído em formato de ilha, o que favorece uma expansão que a Nintendo ainda não anunciou, mas é algo que pode se esperar se levarmos em conta o retrospecto de Mario Kart 8 no primeiro Switch.

Sendo assim, caso Mario Kart World tenha novos conteúdos em formato de DLCs, está montada uma estrutura para que o jogo tenha não apenas novas pistas, itens e personagens, como aconteceu com seu antecessor, mas também um mapa expandido, com novas possibilidades de explorá-lo.

Sendo assim, Mario Kart World é um ótimo jogo, mas não é indispensável para o Nintendo Switch 2. Ele pode se tornar indispensável, e quem sabe o melhor da franquia, mas, neste momento de lançamento da plataforma, ainda não chegou lá.

Nota do Crítico
Ótimo

Mario Kart World

Lançamento: 05.06.2025

Desenvolvedora: Nintendo EPD

Publicadora: Nintendo

Gênero: Corrida

Classificação: LIVRE

Plataformas: Nintendo Switch 2

Testado em: Nintendo Switch 2

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