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Games
Crítica

Hades 2 supera antecessor ao dobrar apostas certas

Sem perder essência, game da Supergiant expande e melhora o que já era quase perfeito

Omelete
5 min de leitura
10.10.2025, às 14H26.
Atualizada em 23.10.2025, ÀS 15H14
Hades 2

Créditos da imagem: Divulgação/Supergiant

Afirmar que Hades é um dos melhores roguelikes já feitos passa longe de ser uma loucura. O jogo de 2020 é a obra-prima da Supergiant, que já tinha emendado excelentes jogos e finalmente furou a bolha com a história de Zagreu tentando escapar do Tártaro. Com Hades 2, a desenvolvedora se colocou na tarefa de superar — ou ao menos igualar — aquilo que já tinha feito há cinco anos, e é quase inacreditável que essa conquista foi atingida.

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O processo de lançamento de ambos Hades não foi o mais usual para jogos single-player: os dois títulos passaram por um período longo de acesso antecipado, em que versões preliminares eram disponibilizadas no PC. A estratégia era de usar o feedback dos jogadores para polir o game ao máximo, atingindo uma versão quase perfeita.

Esse formato costuma ser usado para jogos online ou que tenham, no mínimo, algum elemento multiplayer. Entre exemplos recentes, Path of Exile 2 e Grounded 2 são títulos totalmente diferentes, mas que se apoiam no Early Access para se aprimorarem e possuem elementos online.

Esse processo, com Hades 1, foi um pouco menos notável. Apesar da Supergiant já ser uma desenvolvedora de sucesso à época, não é como se Pyre, Transistor ou Bastion tivessem chegado ao The Game Awards com chances reais de bater Final Fantasy VII Remake e The Last of Us: Parte 2. Apesar de seu sucesso pós-lançamento, o primeiro Hades não estava sob um microscópio.

Hades 2
Divulgação/Supergiant Games

O segundo, entretanto, era alvo de expectativas muito maiores — pela já gigantesca quantidade de fãs, e pelo anseio para saber o que seria da franquia.

Os desenvolvedores lidaram com essa pressão de forma magistral, entregando um jogo que é familiar o suficiente para quem gastou dezenas de horas escapando do Inferno com Zagreu, mas também nitidamente distinto em vários aspectos.

O enredo do primeiro jogo surgia de um quase egoísmo do protagonista, que soava apenas como um jovem rebelde ao tentar escapar da casa de seu pai. Claro, há muito mais do que isso em jogo, conforme aprendemos ao longo da campanha, mas não existe comparação com Melínoe: ela carrega a responsabilidade de salvar não só sua família, como todo o Olimpo.

A maior urgência de Hades 2 se transmite nos diálogos e nas interações entre personagens. Ainda que o jogador tenha tempo para gerenciar a sua base de operações na Encruzilhada, é inegável que a batalha contra Cronos tenha um campo gravitacional potente, que instiga o jogador a descobrir o que vai acontecer no final dessa história.

Hades 2
Divulgação/Supergiant Games

Para saber o que acontecerá numa batalha contra o Tempo personificado, entretanto, há uma boa dose de sofrimento. Roguelikes, afinal, são difíceis por definição. A frustração de perder e voltar para o começo da jornada é a base para uma sensação ainda maior de vitória ao finalmente completar uma run.

Esse triunfo, entretanto, jamais seria alcançado sem uma ação convincente, que quase obriga o jogador a querer mais. A maior vitória da Supergiant neste game é deixar claro que todos precisamos abandonar a memória muscular criada em Hades 1 para entender como Melínoe luta.

As bases ainda são similares, com ataques simples e especiais, potencializados pelas bênçãos de divindades olimpianas, mas paramos por aí. Zagreu era mais ágil e conseguia emendar várias esquivas em sequência, enquanto sua irmã só possui uma. Em contraponto, a nova protagonista prende inimigos ao chão, e dispõe de ataques carregados que praticamente duplicam seu leque de batalha.

Dentro desse escopo, existe espaço para vários estilos diferentes de luta: agressividade e cautela se opõem em uma régua que também mede armas à distância e combate corpo-a-corpo; foco em ataques ou em conjurações; parceiros animais e sortilégios, e muito mais.

Hades 2
Divulgação/Supergiant Games

Essas possibilidades dão uma liberdade quase total para o jogador, que só precisa respeitar as bases da gameplay com Melínoe para prevalescer.

Nada disso é novidade para quem gastou um tempo com o game no seu acesso antecipado, que já tinha um combate muito coeso. O processo de desenvolvimento, entretanto, esclareceu vários ajustes extremamente necessários. Para ser maior do que seu antecessor, Hades 2 tinha que apostar em novas mecânicas, expandir não só as possibilidades de combate, mas daquele universo como um todo.

A tradução dessa necessidade foi o sistema de Encantamentos, que conta com a coleta de recursos para que Melínoe desbloqueie novas possibilidades. A primeira versão dessa iniciativa era, sem muitos rodeios, chatíssima. A protagonista precisava equipar ferramentas específicas, antes de cada run, para extrair os metais ou as plantas que quisesse, mas sem que o jogador soubesse o que iria encontrar pela frente.

Ao longo do acesso antecipado, várias iterações desse sistema foram testadas, até que a mais simples possível foi adotada na versão 1.0: todos os recursos estão disponíveis em todas as runs, e não é necessário equipar picaretas ou varas de pescar para obtê-los.

Hades 2
Divulgação/Supergiant Games

Isso é apenas o exemplo mais óbvio de um processo de aprimoramento que resultou num game em que é preciso se esforçar bastante para encontrar algum defeito. Uma ou outra textura que parece estar numa resolução mais baixa do que deveria, e pequenas quedas de framerate em lutas mais frenéticas até acontecem, mas passam longe de ser grande problema — e possivelmente são limitadas à versão de Nintendo Switch 2 que tivemos acesso.

Foi só com uma quantidade nada saudável de horas colocadas no game que o primeiro problema surgiu. Ainda que o enredo tenha sucesso majoritário ao ousar mais, dando urgência à situação de Melínoe e abraçar de vez as pinceladas sexuais que são intrínsecas à mitologia grega, o clímax passa longe de cumprir as expectativas naturalmente criadas sobre um jogo tão bom.

Sem spoilers, os momentos finais da campanha parecem mais uma desculpa esfarrapada do que um encerramento para a luta épica que estávamos travando. Em palavras mais diretas, o final passa longe de ser ruim, mas também não satisfaz.

Ainda assim, a Supergiant mais uma vez criou um produto belíssimo, e que consegue superar seu antecessor ao dobrar as apostas certas. Mais bênçãos, mais campanhas, chefes e mecânicas, mas sem abandonar a essência de um combate simples e frenético e, obviamente, o lado artístico impecável, com ilustrações ainda mais vivas e trilha sonora digna de arrepios.

Hades 2 é mais um excelente jogo independente em um ano histórico para estúdios pequenos. Ao lado de Hollow Knight: Silksong, Clair Obscur: Expedition 33 e Blue Prince, o jogo deve aparecer em todas as categorias possíveis nas maiores premiações do ano.

Nota do Crítico

Excelente!

Hades 2

Hades 2

25.09.2025
Roguelike
Desenvolvedora: Supergiant Games
Publicadora: Supergiant Games
Classificação: 12 anos
Testado em: Nintendo Switch 2

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