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Games
Crítica

Dispatch é a grande surpresa do ano em um 2025 cheio de bons jogos

Dispatch teria tudo para figurar em (e ganhar) premiações em 2025, se o ano já não estivesse lotado de sucessos

Omelete
7 min de leitura
IP
13.11.2025, às 17H07.
Dispatch

Créditos da imagem: Reprodução

2025 é um ano recheado de jogos incríveis. Blue PrinceClaire Obscur: Expedition 33Kingdom Come: Deliverance IIDeath Stranding 2Hades 2Donkey Kong Bananzaa lista é grande. Mas ela aumentou com um concorrente de peso, que é Dispatch

Em Dispatch, o jogador controla Robert Roberson III, o Mecha-Man, uma espécie de Homem de Ferro desse universo de super-heróis. Devido a um problema com o seu traje após ser derrotado pelo ex-herói e agora vilão, Mortalha, ele acaba ficando fora de ação e começa a trabalhar como coordenador de uma equipe de ex-vilões tentando fazer o bem para a sociedade. 

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Dispatch
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Feito pelo AdHoc Studio, que é recheado de ex-desenvolvedores da Telltale Games, o jogo respira o gênero de escolhas narrativas e decisões moralmente difíceis como se esse estilo de jogabilidade não tivesse sofrido um duro baque com o fechamento da "antiga" Telltale. Mas aqui, eles conseguiram aumentar ainda mais a barra ao também misturar as escolhas narrativas com um excelente gerenciador de super-heróis. 

Enquanto você tenta fazer o seu melhor para garantir que esses desajustados correspondam as expectativas dos seus superiores, Robert Roberson também acaba precisando de ajuda da RES para reconstruir seu traje e voltar a ativa como Mecha-Man. Ou seja, você precisa manter a equipe unida e funcional, se não, diga adeus aos seus sonhos de voltar a ser herói. 

Dispatch
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Entre algumas escolhas e outras de diálogo, o jogador precisa comandar Flambae, Invisiva, Golpe Baixo, Malévola, Prisma, Coupé, Sonar e Golem, inicialmente - sem spoilers! -, e escolher em qual missão cada um deles se encaixam. Com cada um tendo habilidades diferentes e especializações diversas, o jogo te permite montar a equipe perfeita para resolver os problemas de Los Angeles. Inclusive, para aqueles que curtem o romance, existem bons momentos para isso em Dispatch também. 

Dispatch
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Também é possível ir aprimorando os personagens, conseguindo novas habilidades, melhorando os pontos de habilidades, e também entendendo a sinergia entre cada um deles. Invisiva pode ir muito bem com Golem, enquanto Coupé e Golpe Baixo são uma ótima dupla. Habilidades como a de Prisma em duplicar heróis para as missões, são uma salvação quando alguns deles estão descansando e você não tem quem enviar para uma missão importante. 

O gerenciamento é uma parte essencial de Dispatch, e devo dizer que se a AdHoc quiser lançar uma DLC com um "modo infinito" dessa parte, eu jogaria sem problemas, porque funciona bem demais e adoraria poder fazer mais missões do jogo. 

Dispatch
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Apesar de você ser o "cara da van" dessa equipe de heróis, você não fica somente mandando eles para a ação. Também é possível oferecer suporte hackeando coisas, ou até mesmo resolvendo problemas como um carro com direção automática ficando desgovernado, isso acaba caindo nas suas costas para hackear e salvar o dia, mesmo que de longe. Os puzzles são interessantes e bem difíceis em alguns pontos, já que é preciso ser rápido, e em algumas vezes, você vai ficar até o último segundo tentando finalizar essas partes, e isso ajuda a criar momentos de tensão bem divertidos. 

E é nessa mistura de heróis improváveis e desfuncionais que Dispatch brilha, principalmente pelo incrível trabalho das vozes envolvidas no projeto. Aaron Paul é sensacional como Robert Roberson, e não me espantaria se ele não aparecesse como candidato em premiações de jogo do ano como Melhor Atuação. Acredite, ele merece bastante. Existem momentos em que não dá para perceber a voz de Paul no jogo, e acredite, é difícil não reconhecer o eterno Jesse Pinkman em qualquer papel dele. 

Dispatch
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Feito em parceria com o rolo compressor midiático que é o Critical Role, a parte das atuações de voz desse jogo são um deleite. Laura Bailey brilha como Invisiva, assim como Matthew Mercer como Mortalha, no pouco que aparece, consegue ser extremamente aterrorizante com a sua voz. Outro ator que tem um ótimo destaque no jogo, é Jeffrey Wright como Chase, que rende alguns dos melhores momentos possíveis toda vez que abre a boca para falar. E em um jogo que não existe muita ação, as vozes são quem carregam a história, e o elenco todo consegue fazer isso muito bem. 

Na questão das escolhas, Dispatch não é muito diferente dos clássicos da Telltale. Você tem algumas opções, e pequenas coisas vão mudando ao longo da jogatina para que você chegue até as escolhas que realmente importam e vão mudar coisas na aventura. Existem pessoas que vão acreditar que daria para fazer mais, porém eu discordo. Tem momentos que menos é mais, e em prol de entregar uma baita história, é preciso aparar as arestas nas várias ramificações que o jogo pode ter. E acredite, ele consegue variar bastante nas escolhas e nas falas adicionais ou diferentes conforme a história vai mudando entre um e outro. 

Dispatch
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Dispatch entregou um universo muito interessante, com heróis corporativos de uma forma que não soasse como uma cópia de produções como Invencível ou The Boys por ter nudez, palavrões e ser sangrento. Inclusive, reduzir o jogo a esse tipo de comparação, diminui muito do que ele faz para ir além de uma história com heróis que falam palavrão e deixam fraturas expostas. Dispatch entrega uma bela história sobre segundas-chances, redenção, e como é possível encontrar uma família nos lugares mais improváveis, muitas vezes quando você menos espera. 

Boa parte do seu momento como Robert Roberson, é passado tentando inspirar essas pessoas e mostrar que é possível ser um herói de verdade, por mais que você também tenha os seus próprios demônios internos e tenha que lidar com isso. O que difere o protagonista de Dispatch dos ex-vilões que ele tenta trazer para o lado do bem, é que Robert ao menos conseguiu ter alguma estrutura para se tornar um herói desde o começo. E são nesses momentos que você, como jogador, deve fazer as escolhas e tentar guiar os personagens da melhor forma possível.

Dado os problemas internos do protagonista, você pode torná-lo em um completo idiota, ou fazer com que ele use a própria dor para se tornar um grande herói e inspirar os outros a seguir o seu caminho.  Tudo depende do jogador e como ele vai encarar as escolhas no título, e é nessas pequenas coisas que Dispatch atinge um potencial enorme e consegue entregar uma das melhores histórias do ano, e um baita jogo episódico como há muito tempo não tínhamos. 

Em um ano com tantos jogos absurdos e histórias incríveis, Dispatch chega com os dois pés no peito no final do ano, empurrando as portas das premiações e enchendo o peito para dizer: "Não me ignore. Estou aqui". E devo dizer que de tudo o que joguei esse ano, o título que mais me deixou genuinamente empolgado pelo que estava por vir, de ficar após cada episódio procurando por teorias do que poderia acontecer e tentando entender mais do universo, foi Dispatch. 

Talvez Dispatch tenha passado despercebido do seu radar com tanto jogo bom que saiu em 2025, mas dê uma chance. O jogo possui uma demo na Steam e também está com um preço acessível tanto no PlayStation 5 quanto no PC. Após tantos anos sem um jogo de narrativa inovador, Dispatch é uma grata surpresa em um ano recheado de títulos que podem ser considerados clássicos instantâneos.

Se Dispatch tivesse saído mais cedo em 2025, talvez ele ganhasse tração o suficiente para uma campanha de jogo do ano. Infelizmente, é bem provável que ele não vá concorrer na categoria mais badalada, mas esse jogo merece qualquer nomeação, menção ou boca a boca para levantar a popularidade dele. Após anos sem termos as aventuras da Telltale, é digno dizer que a AdHoc conseguiu evocar o mesmo sentimento quando joguei The Walking Dead pela primeira vez, e conseguiu ir além. 

2025 já era um ano incrível para quem gosta de videogame, e Dispatch consegue encerrar esse ano tão bom de jogos com uma história extremamente sensível, muito bem construída, e mostrando o poder de aventuras focadas na narrativa, e como elas conseguem ser uma forma de arte tão potente quanto um AAA ou no caso de Dispatch, uma série ou produção cinematográfica. 

Principalmente pelo formato episódico, Dispatch talvez perca um pouco a força sendo jogado direto, sem ter um tempo para esperar e descobrir o que o gancho deixado na semana anterior significa. Contudo, até mesmo para quem for fazer uma "maratona", vale muito a pena perder algumas horas tentando colocar os piores heróis do mundo para defender Los Angeles. 

 

 

Nota do Crítico

Excelente!

Dispatch

Dispatch

22.10.2025
Ação, Aventura, Casual, Indie, Estratégia
Desenvolvedora: AdHoc Studio
Publicadora: AdHoc Studio
Classificação: 18 anos
Plataformas: PlayStation 5 , PC
Testado em: PC

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