Os 4 melhores (e os 4 piores) animes isekai de 2021

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Os 4 melhores (e os 4 piores) animes isekai de 2021

Uma lista para relembrar quais foram os isekais de destaque nos animes neste ano, para o bem ou para o mal.

08.12.2021, às 16H40.
Atualizada em 09.12.2021, ÀS 11H55

Um dos gêneros mais adorados pelos fãs de anime é o isekai, aquelas histórias com um personagem do nosso mundo sendo mandado para outra realidade/dimensão após serem acertados pelo “caminhão do isekai” ou outra fatalidade Mas em meio a tantas séries assim, quais merecem ser vistas? E quais foram os piores isekais do ano?

Pensando nos leitores que querem descobrir um novo anime para ver, elaboramos essa lista com alguns dos melhores e piores isekais que deram as caras nas temporadas de anime de 2021. Vale lembrar que essa lista reflete a opinião de quem escreve, então nada impede que você venha a gostar de um isekai apontado como ruim ou mesmo odiar uma dica de isekai considerado bom.

Outro ponto importante é que só consideramos animes que estrearam e/ou tiveram sua primeira temporada encerrada nesse ano de 2021, ou seja, nada de Re:Zero ou My Next Life as a Villainess dando as caras por aqui. Para terminar, temos no Omelete uma outra lista com boas sugestões de isekais de outros anos, vale a pena conferir clicando aqui.

Vamos à lista dos destaques de 2021?

Isekai para assistir: "The World's Finest Assassin Gets Reincarnated in Another World as an Aristocrat"

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Com um dos maiores títulos da temporada, The World's Finest Assassin Gets Reincarnated in Another World as an Aristocrat (ou Sekai Saikou no Ansatsusha, Isekai Kizoku ni Tensei Suru, caso prefira o original) se revelou como um dos mais interessantes animes do gênero em 2021. Criado por Rui Tsukiyo, o mesmo autor do não-tão-bom Redo of Healer, o Isekai do Assassino conta a história de um matador profissional do nosso mundo que cai em uma armadilha e é morto. Em vez de ir ao paraíso (ou inferno), sua alma é convocada por uma deusa para a realização de uma missão muito perigosa: ela precisa de alguém para assassinar o Herói de um mundo mágico, pois ele perderá o controle após derrotar o grande inimigo desse universo.

A história do Isekai do Assassino é apresentada bem devagar, mas nunca entediante. A primeira cena já começa mostrando uma operação comandada pelo protagonista Lugh Tuatha Dé, sua alcunha nesse mundo mágico, mas aí a série começa um longo flashback mostrando a vida anterior dele na Terra, como ele renasceu com as memórias intactas em uma família de assassinos em um mundo mágico e como vai conhecendo suas companheiras de luta. Graças aos seus novos poderes, Lugh consegue criar desde armas de combate até mesmo snipers mágicas (!), tudo para se tornar um grande assassino nesse mundo.

O anime às vezes apela para um pouco de sensualidade, o que pode desagradar quem não gosta muito de ecchi, mas (quase) tudo costuma ser bem justificado na trama. O anime também aborda alguns lados menos bonitinhos da sociedade, como crianças em situação de rua e a pobreza de reinos. O protagonista também é um destaque, afinal Lugh tem um raciocínio excelente e usa seus conhecimentos sobre a Terra para prosperar nessa outra realidade, ao contrário de outros protagonistas de isekai que preferem “fingir” que nunca viveram em um outro mundo.

The World's Finest Assassin Gets Reincarnated in Another World as an Aristocrat está no catálogo da Crunchyroll e seus episódios também estão ganhando dublagem em português.

Isekai para assistir: "The Faraway Paladin"

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Nas últimas semanas, o autor Kanata Yanagino foi uma atração à parte para os otakus brasileiros no Twitter. O criador de The Faraway Paladin (ou Saihate no Paladin no original), um dos isekais exibidos na temporada de outono de 2021, usou sua conta na rede social para compartilhar sua alegria com o anime em vários idiomas, inclusive o português, e isso levou a uma reação muito positiva. Como o otaku brasileiro é o mais efusivo do mundo, o autor rapidamente fez amizades, compartilhou fotos bebendo caipirinha e divulgou comentários sobre sua obra em português. Uma figura!

Mas do que se trata The Faraway Paladin? Resumindo, a trama mostra uma pessoa da nossa Terra reencarnando como bebê em um mundo mágico. Lá o jovem William começa a ser criado por três monstros: Gus, um fantasma professor, Blood, um guerreiro esqueleto especialista em combate e Mary, uma múmia responsável por ser a figura materna na criação do rapaz. No decorrer dos episódios acompanhamos o crescimento de Will, seu aprendizado das artes mágicas daquele mundo e, principalmente, como o jovem descobre o amor através do laço formado por esses pais tão diferentes.

The Faraway Paladin não tem um tom frenético, comum a muitos animes de sucesso, e nem aposta em muitas cenas cômicas. Sua narrativa é mais sutil, baseada em diálogos, mas ainda assim consegue prender a atenção do espectador. As conversas entre Will e Gus são muito boas, e os desafios que o jovem passa para crescer são capazes de deixar qualquer espectador apreensivo. Um isekai que te atinge mais pela emoção que pela ação.

The Faraway Paladin está no catálogo da Crunchyroll e seus episódios também estão ganhando dublagem em português.

Isekai para assistir: "So I'm a Spider, So What?"

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Isekais baseados em mundos de RPG são bem comuns, e So I'm a Spider, So What? (Kumo Desu ga, Nanika? no original) não segue muito longe dessa linha. Tudo começa quando uma turma inteira de alunos em uma escola japonesa é atingida e dizimada por um feitiço interdimensional. Como manda a tradição do gênero isekai, todos eles são reencarnados em outro mundo fortemente inspirado em jogos eletrônicos, mas a protagonista Shiraori acorda nesse mundo e descobre que agora é... uma aranha.

Sabe aqueles inimigos simples e fracos em um RPG? Essa é a nossa Kumoko (esse é seu nome agora). A pobre aranhinha se vê em um mundo mais impiedoso que o da música da Dona Aranha, e precisará devorar desafetos e ganhar experiência para, somente assim, ganhar força o bastante para sobreviver e se tornar uma grande ameaça.

O que sustenta a trama simples de So I'm a Spider, So What? é a carismática protagonista Kumoko. Inclusive precisamos aplaudir o trabalho de Aoi Yuuki, voz original japonesa da personagem: além de fazer muito bem a aracnídea, a atriz precisou cantar numa tacada só a complicada música de encerramento do anime. Outro ponto muito interessante de So I'm a Spider, So What? é o mistério relacionado aos outros alunos, que reencarnaram nesse outro mundo como outras coisas. Como será o embate entre esses antigos colegas? Garanto que vale a pena ver isso.

So I'm a Spider, So What? está no catálogo da Crunchyroll e seus episódios também estão dublados em português.

Isekai para assistir: "How a Realist Hero Rebuilt the Kingdom"

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Histórias isekai foram ficando um pouco repetitivas com o passar do tempo, então os autores japoneses começaram a pensar em premissas cada vez mais absurdas para suas tramas. Em How a Realist Hero Rebuilt the Kingdom (Genjitsu Shugi Yusha no Ookoku Saikenki no original), o protagonista Kazuya Souma é convocado para um mundo mágico ameaçado pelo avanço do exército dos demônios. Mas não pense que a tarefa de Kazuya é empunhar uma espada e conseguir derrubar o exército inimigo, na verdade ele precisa usar um outro poder: seu conhecimento em Sociologia.

Kazuya vai parar no reino de Elfrienden, abalado pela fome e pelos avanços dos reinos vizinhos, então ele assume o posto de rei e começa a usar estratégias políticas de Maquiavel e demais pensadores políticos para fazer o reino prosperar. How a Realist Hero Rebuilt the Kingdom é um isekai um pouco mais cabeça, menos centrado em combate (embora ainda tenha a questão das guerras). Kazuya implementa várias políticas que tiveram êxito no Japão e em outros países, tudo para tirar Elfrienden da lista de nações subdesenvolvidas e trazer alegria para os moradores de novo.

Chama a atenção nesse isekai que a questão do exército dos demônios quase não é importante, pois as verdadeiras ameaças são ministros ambiciosos, generais autoritários e figuras políticas tentando desviar dinheiro de obras públicas. Para quem está cansado de histórias com luta, esse isekai oferece uma diversão bem diferente.

How a Realist Hero Rebuilt the Kingdom está no catálogo da Funimation e seus episódios também estão dublados em português.

Isekai para FUGIR: "Redo of Healer"

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Histórias de vingança fazem sucesso no mundo inteiro, mas Redo of Healer (ou Kaifuku Jutsushi no Yarinaoshi no original) é daquelas que trazem apenas constrangimento para quem arriscar acompanhar. Criada por Rui Tsukiyo (o mesmo autor do elogiado The World's Finest Assassin Gets Reincarnated in Another World as an Aristocrat), essa história mostra o protagonista Keyaru, um mago de cura constantemente abusado (inclusive sexualmente) pelas outras pessoas. Cansado de tudo isso, e sabendo que merece ser respeitado, ele consegue uma magia que o transporta quatro anos para o passado. Agora ele está decidido a ir atrás de todas as garotas que o trataram mal para ele se vingar.

Redo of Healer é uma história a ser evitada, principalmente por conta de vários gatilhos envolvendo misoginia e violência sexual. Para se ter uma ideia, o conteúdo foi considerado tão controverso que o autor explicou em sua rede social que o título não ganhou uma tradução oficial para o inglês pois as editoras se recusaram a publicar o material por lá. O anime também não foi lançado por aqui e foi compartilhado apenas por meios alternativos.

Tecnicamente Redo of Healer não se trata de um isekai, afinal não temos um protagonista sendo enviado para um outro mundo. Entretanto, a trama apresenta uma “viagem no tempo”, algo com características bem parecidas de isekais (o fato da pessoa estar em uma outra realidade/linha temporal, mas com a consciência de sua própria realidade). Se InuYasha é considerado por algumas pessoas como um isekai (temos até matéria falando disso), por que Redo of Healer não pode entrar nesse balaio também, não é mesmo?

De qualquer forma, chama a atenção como um mesmo autor consegue produzir ao mesmo tempo uma história muito interessante (o isekai do assassino) e outra bem lamentável.

Isekai para FUGIR: "Digimon Adventure:"

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Em uma lista passada consideramos Digimon Adventure: como um isekai, afinal é a história de um grupo de adolescentes transportados para um outro mundo, então estamos de consciência limpa na hora de considerá-lo um dos piores isekais de 2021. Digimon Adventure: até tentou nos enganar em seus três primeiros episódios, uma livre-adaptação de um dos mais queridos filmes da franquia original, mas o que veio depois só trouxe tristeza aos digifãs. A nova versão, encerrada em 2021, pecou no desenvolvimento de personagens, falhou nas homenagens à versão original que alegrou a programação da TV Globinho e ainda por cima manchou a imagem da série ao colocar uma animação bastante precária.

Há muito tempo a Toei Animation tenta voltar ao prestígio obtido com a primeira série de Digimon Adventure, mas todas as tentativas falharam. Antes desse reboot mal feito, o estúdio criou uma série de OVAs chamada Digimon Tri, que servia como uma continuação do anime original (ignorando alguns elementos que foram colocados em Digimon 02, a continuação oficial lançada um ano após a primeira temporada). A história era rocambolesca e difícil de acompanhar, e muitos acreditaram que a Toei não sabia mais fazer uma série decente de Digimon.

Curiosamente está no ar Digimon Ghost Game (disponibilizada pela Crunchyroll), uma nova série que transforma Digimon em uma história de terror para os mais jovens, e essa sim tem bastante qualidades. Fiquem de olho porque em breve teremos matéria sobre ela aqui no Omelete.

Isekai para FUGIR: "The Fruit of Evolution"

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Apelidado carinhosamente de “isekai da gorila rosa”, The Fruit of Evolution (ou Shinka no Mi em japonês) é uma das frutas podres nesse mercado de isekais. A história parte da premissa de uma classe que é inteira transportada para um mundo mágico, mas nem todo mundo teve o mesmo destino. O protagonista Seiichi é gordinho, fedorento e desprezado por todo mundo, então a entidade mágica responsável pela história oferece a ele algumas habilidades “especiais” nesse isekai.

Nesse outro mundo o protagonista encontra umas frutas de gosto ruim, e ao comê-las ele “evolui”. A tal evolução faz com que ele perca peso, se torne mais atraente e conquiste o coração de Saria… uma gorila que se transforma em mulher. Sim, é isso que você leu.

Além de toda discussão que podemos levantar sobre gordofobia, o roteiro nem ao menos consegue se sustentar em cima da própria premissa e não se preocupa em desenvolver as regras daquele universo. Pra piorar tudo é muito mal explicado e nem os grandes amantes do gênero conseguem desligar a cabeça para curtir esse anime sem pensar muito. Passe longe.

Isekai para FUGIR: “Mushoku Tensei: Jobless Reincarnation”

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Pense num isekai polêmico. Mushoku Tensei conta a história de um nem-nem (alguém que nem estuda e nem trabalha) reencarnando em um mundo mágico após sua morte na Terra. Embora o protagonista nesse mundo mágico tenha uma aparência de criança, ele mantém sua consciência de um homem de 30 e poucos anos, e na história acompanhamos o jovem Rudeus descobrindo a magia e interagindo com pessoas dotadas de habilidades especiais.

É bom tomar cuidado, porque a excelente animação de Mushoku Tensei é apenas uma distração para um dos piores personagens que a indústria do isekai já proporcionou. Rudeus é um homem adulto pervertido no corpo de uma criança, e frequentemente demonstra pensamentos machistas e intenções de assédio contra mulheres.

O problema de Mushoku Tensei não é exatamente ter um protagonista desprezível, o Subaru de Re:Zero está aí para isso mesmo, mas Rudeus parece não passar por qualquer tipo de redenção por parte da história. E pior: a história segue uma linha tão machista que o comportamento do protagonista parece até premiado pela trama. As críticas foram tantas que o próprio autor, Rifujin na Magonote, precisou vir a público em suas redes sociais para tentar passar pano no reprovável comportamento do protagonista.

Mushoku Tensei é um isekai de animação deslumbrante, mas que estraga seu próprio universo dando destaque um protagonista desprezível sem redenção, um subtexto que inferioriza mulheres e cenas de conotação sexual muito gratuitas (a quem interessa cenas com os pais de Rudeos transando em alto e bom som?). Pode até agradar pessoas com menos consciência social, como acaba sendo o caso de espectadores mais jovens, mas Mushoku Tensei é apenas um isekai muito ruim.

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Confira os destaques desta última semana

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