2025 tem sido mais um ano marcante para o k-pop. Com excelentes novos grupos alcançando sucesso sem precedentes - vide KATSEYE, BOYNEXTDOOR e BABYMONSTER - e veteranos trabalhando a todo vapor, não faltaram grandes álbuns para os fãs da música sul-coreana.
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A seguir, o Omelete compilou uma lista dos nossos discos de k-pop favoritos de 2025 até agora - confira!
Beam - HxW
Com 7 minutos de duração ao todo, o Beam é de longe o “álbum” mais curto da nossa lista - mas há tanto impulso inventivo nas três curtas canções incluídas nessa estreia do duo HxW (formado por Hoshi e Woozi, do grupo Seventeen) que seria um crime excluí-lo do ranking “só” por isso. Pouco mais do que um interlúdio, “PINOCCHIO” é teatral e imprevisível em suas viradas melódicas, enquanto “96ers” pisa no acelerador com um eletro-hip hop apoiado em uma batida simples e recortes vocais inesperados. A cereja no bolo é a house music descompromissada de “Stupid Idiot”, genuinamente uma das melhores e mais divertidas canções do k-pop em 2025. Não é preciso muito para demonstrar excelência - e, se o disco mais recente do Seventeen é evidência, talvez Woozi precise mesmo encontrar pequenos escapes criativos para sua proficiência.
Explorer - Eunhyuk
O Super Junior não passou por 20 anos de k-pop sem seus tropeços, e inclusive tampouco sem algumas quedas mais graves… mas eles ainda estão por aqui, e talvez o primeiro (!) álbum solo de Eunhyuk seja a melhor evidência do motivo em algum tempo. Composto e produzido com um ouvido afiadíssimo para sons de outra era - arranhados de DJ por cima de batidas sintetizadas, baixos que não ficariam fora de lugar num álbum de Paula Abdul, melodias ascendentes acompanhadas de flows de hip hop antiquados -, Explorer é um presente delicioso de se desembrulhar. Eunhyuk pode não ser um dos melhores vocalistas do SuJu, ou uma das personalidades mais fortes do grupo, mas aqui está ele fazendo música pop de primeira. Longevidade é por aí.
Hot - Le Sserafim
“Hot” dominou a imaginação dos fãs de k-pop no segundo trimestre do ano, e não é à toa. Com uma produção suntuosa - quase barroca em seus detalhes sintetizados -, mas uma melodia redondinha que poderia funcionar muito bem sozinha, a canção é uma das mais viciantes do catálogo do Le Sserafim até hoje. Mas ela também está inserida num álbum cheio de pérolas que coalescem ao seu redor: “Come Over”, com seu baixo de pop rock noventista e seu coro viciante; e a eufórica “Ash”, que empresta muito do eurodance com seus filtros vocais cheios de ecos e seu refrão em falsete; são pedras preciosas de sofisticação em um cenário k-pop que está acostumado a só fingir chiqueza.
Interview X - Xiumin
Não são muitos os vocalistas que poderiam carregar “WHEE!”, single principal do Interview X, sem transformá-la em uma daquelas canções pop alegres insuportáveis. Xiumin, por sorte, não é qualquer vocalista - o integrante do EXO pode ter fama de timbre, digamos, “único”, mas aqui ele demonstra que isso pode ser uma arma expressiva que molda a música ao seu redor com esperteza. Da sedução balançada de “Can’t Help Myself” aos graves inesperados que aparecem em “Make You LaLa”, Xiumin desliza por melodias e produções competentes demonstrando consistentemente a habilidade de elevá-las. Quando a baladinha à guitarra “Switch Off” chega para carregar o disco para o seu terceiro ato, o ouvinte já está vendido.
Love Race - SF9
O SF9 é infalível: todo ano, o grupo de k-pop veterano (ano que vem eles completam uma década de carreira) que nunca realmente estourou nas paradas lança um disco brilhante que merecia ser mais ouvido. Love Race é o de 2025, mais uma coleção de produções pop elevadas pelas escolhas mais inesperadas: “Suited” é balançada desde o começo, mas conquista mesmo com um último refrão levado por palminhas; a melodramática “WARURU” se apoia em vocais sentidos e numa batida propulsiva para entregar um épico de 3:11 pronto para as pistas de dança; e “No No No” é um throwback para outra era do k-pop com seu refrão que não tem nenhuma vergonha de ser vergonhoso. O SF9 é ótimo quando assume a galhofa, como “Tear Drop” mostrou anos atrás - mas é delicioso perceber que eles continuam firmes e fortes em 2025.
Mixtape:dominATE - Stray Kids
A fama de grupo “autoproduzido” do Stray Kids brilha com mais intensidade em projetos como dominATE, o quinto capítulo do que o grupo chama de Mixtape Project - álbums menores, com produções mais experimentais, que são lançados no entremeio dos projetos principais da discografia. O mais bacana do dominATE é que o trio 3RACHA (formado pelos membros Bang Chan, Changbin e Han) dá uma folga nas produções conjuntas e se divide para ajudar outros integrantes a colocarem suas assinaturas em canções que saem verdadeira únicas: a excelente “Truman”, em que Han divide vocais e créditos com o sempre marcante grave de Felix, é a que melhor demonstra as vantagens dessa experimentação. Por mais excelente que seja, o Stray Kids não pode deixar de se aventurar, e de se divertir. dominATE garante que, ao menos por enquanto, não é o que vai acontecer.
Stunner - Ten
Não foi lançada canção mais infinitamente interessante este ano do que “Stunner”, a faixa de abertura do álbum de mesmo nome, lançado por Ten (integrante do NCT) em março. Levada com elasticidade pelos vocais semi-falsete do artista tailandês, o single passeia por melodias ascendentes e descendentes, filtros cheios de ecos e vocais mais diretos, sintetizadores graves e elevados… nada parece fora de alcance para Ten e seus produtores, e isso é simplesmente excitante. O espírito se estende por todo o excelente disco, que mostra que o integrante do NCT é muito mais do que a resposta sul-coreana para Troye Sivan. O hip hop noventista de “Enough for Me”, a provocação falada de “Sweet as Sin”, o flamenco sintetizado de “Waves”, e finalmente a confissão ao piano de “Butterfly” - o Stunner soletra a alma de um artista que nunca parece se esgotar.
The Firstfruit - Mark
Como o prolífico rapper principal do NCT (é piada recorrente entre os fãs que ele trabalha demais, dividido entre as várias units do supergrupo), vai entender de que maneira Mark encontrou algum tempo, nos últimos 10 anos, para compor e produzir o álbum solo mais pessoal do k-pop em algum tempo. Das referências ao seu Canadá natal às declarações familiares (“Minha mãe me criou como um anjo/ Meu pai me ensinou a combater demônios”), passando pelo abraço de influências como Prince (na deliciosamente balançada “1999”) e noise music (basta ouvir “Righteous” para saber que a apreço do NCT por sintetizadores distorcidos e refrões em coro não é acidental), The Firstfruit é um álbum único como os melhores do hip hop. Longo para o gênero em suas 13 canções, o disco dá espaço de sobra para Mark ser Mark - e os fãs não querem nada além disso.
This is For - TWICE
A dica vem nos créditos de produção: Stephen McGregor, mestre jamaicano do dancehall que ascendeu à fama ao lado de Sean Paul e já trabalhou com Nelly Furtado, Drake e Shakira, é quem dá a “This is For” o sabor melódico caribenho que ressurge ainda mais forte na confiante balada mid-tempo “Options”, e na deliciosamente grudenta “Right Hand Girl”. No disco todo, Momo e Jeongyeon (os dois tons mais anasalados do TWICE) são especialmente recrutadas para entregar fraseados clássicos do dancehall - melodias terminadas em graves largados nas águas turvas de uma boa produção eletrônica como ganchos para fisgar a curiosidade do ouvinte. Para uma referência mais mainstream, pense em Rihanna cantando “Man Down” e “Rude Boy”, e você vai saber do que estou falando.
Tilt - Irene & Seulgi
O disco é, na verdade, todo brincadeira - mas parte da brincadeira é te convencer de que Irene & Seulgi não estão brincando, claro, e por isso disfarçar a brincadeira de sofisticação. A faixa título, “Tilt”, tem pianos e cordas de sotaque clássico (como “Feel My Rhythm” e “Cosmic”, do grupo-mãe das meninas, o Red Velvet) na introdução e no segundo verso, mas se mostra também um eurodance irrepreensível com sua batida 4/4 e seu baixo sintetizado retumbante, que culmina em um anti-drop delicioso no refrão. “Irresistible” é todo R&B chic dos anos 2000 com seu coro repetitivo entoado em um quase-sussurro pelas cantoras, e sua linha de baixo serpenteante. “Girl Next Door”, composição da infalível Kenzie (responsável por uma bagatela das melhores canções da história do k-pop), troca sua batida propulsiva por uma melodia francamente Britney Spears num refrão de notas esticadas sobre estar apaixonada pela “garota da casa do lado”.
Übermensch - G-Dragon
“POWER” introduz um G-Dragon eloquente com seus sopros espessos que lembram o R&B dos anos 2000 (Beyoncé os utilizaria sem titubear no Dangerously in Love), seu refrão estupidamente grudento e seus versos raivosos e referenciais, retrato honesto de um artista que tem consciência da própria obsolescência, mas se recusa a aceitá-la; em “DRAMA”, coescrita por Diane Warren, o artista parece querer provar a expressividade de seu timbre fragmentado diante de uma melodia imponente e melancólica, assumindo a produção sozinho para entender os filtros e recortes instrumentais que o ajudam nessa missão; e “BONAMANA” dobra a aposta com o seu violão climático e sua melodia sombria à la Nirvana (“Where Did You Sleep Last Night?”) ou Leonard Cohen (“You Want it Darker”).
Versus - E’LAST
Assim como o Explorer de Eunhyuk, que está um pouco mais acima nessa lista, o disco mais recente do grupo E’LAST lembra uma época longínqua do k-pop, que tomava suas deixas do pop ocidental dos anso 1990 - violãozinhos suaves, sintetizadores sonhadores, batidas de metrônomo, pacotes de cordas angelicais e mixagem que deixa os vocais desaparecerem no instrumental. A diferença, é claro, é que Eunhyuk tem 20 anos de k-pop (ele viu essa era acontecer), e o E’LAST estreou na indústria em 2020. É uma guinada comercialmente curiosa para um grupo que já está com problemas de venda, mas o charme artístico da escolha é inegável. E especialmente na segunda metade do disco, com as irrepreensíveis “Drive” (um deleite disco) e “Misery” (soul radiofônico de primeira), eles convencem até os mais incrédulos.
Olá. Obrigada por incluir ao SF9 nesta lista e pela crítica ao álbum. De fato, Love Race é maravilhoso, como toda a discografia do grupo. Sou membro ativo do Fandom Fantasy aqui no Brasil e fiz um post "explicativo" sobre no Instagram. Algumas palavras não soaram muito bem para alguns fãs que ficaram magoados. A respeito do que vocês dizem sobre "nunca realmente estourou nas paradas", concordo que ele nunca estourou nas paradas brasileiras, pois somos poucos fãs brasileiros em comparação à outros fandons. O FANTASY é notoriamente pequeno e a empresa que os agencia não presta um bom serviço quando o assunto é investir em divulgação, então é mais um trabalho de formiguinha mesmo que o próprio fandom tem feito nesses quase 10 anos de existência do grupo.