Filmes

Entrevista

Moonfall: Halle Berry e Patrick Wilson analisam por que amamos filmes-catástrofe

Ao lado de John Bradley, a dupla estrela novo desastre de Roland Emmerich que lança a Lua em direção à Terra

Omelete
5 min de leitura
08.02.2022, às 16H56.
Atualizada em 17.02.2022, ÀS 16H11

Mesmo depois de imaginar que o fim da humanidade poderia chegar com uma invasão alienígena, uma nova era glacial e a confirmação de uma profecia, o diretor Roland Emmerich ainda não esgotou suas ideias de cenários catastróficos e apresentou uma nova aventura com riscos inéditos e gigantescos no seu Moonfall: Ameaça Lunar.

Estrelado por Halle Berry, Patrick Wilson e John Bradley -- mais conhecido como o Sam de Game of Thrones --, o filme narra os esforços de uma dupla de astronautas e um astrônomo amador para impedir que a Lua caia sobre a Terra. E quanto mais o satélite se aproxima do planeta, mais a humanidade sofre as consequências graves deste evento inesperado, que vão desde falta de suprimentos até ondas de gravidade.

Não há dúvidas de que Emmerich é fascinado com histórias de apocalipse, mas a verdade é que ele não está só: os filmes-catástrofe são muito populares. Mas o que há de tão atraente na ideia de assistir ao fim do mundo numa tela de cinema? O Omelete sentou com Berry, Wilson e Bradley para ouvir a opinião deles e entender como Moonfall é diferente dos demais filmes do gênero:

OMELETE: Moonfall é o que a gente chama de filme-catástrofe, um gênero que é bastante popular. Por que você acha que as pessoas gostam tanto desse tipo de filme?

PATRICK WILSON: Geralmente, porque alguém está tendo um dia pior que o seu [risos]. Acho que isso é sempre útil. A não ser que seja um muito sombrio, como Não Olhe Para Cima, a maioria dos filmes de desastre terminam com alguma mensagem positiva. Uma família que é reunida novamente ou um casal. Costuma-se ter algum um momento “ainda bem que eles sobreviveram” no final de um bom filme de desastre. Então, eu acredito que as pessoas amam se perder nesse perigo e pensar “e se isso acontecesse de verdade?”. E quando eles vêem uma pessoa sobreviver a isso, mesmo que o resto do mundo tenha sumido [risos], há sempre um fio de esperança e as pessoas saem do cinema com um sentimento bom.

HALLE BERRY: Acho que as pessoas amam ter essa forma de escapismo. Elas amam sentar com um pote grande de pipoca e sua bebida preferida e acompanhar uma jornada fantástica. Todo mundo ama ver esse mundo dos efeitos especiais, que nos permite criar coisas que parecem maiores que a vida, e acho que as pessoas genuinamente gostam de embarcar nessas viagens.

Você tem um preferido?

HB: Agora, vou dizer Moonfall, porque estou nele [risos] e eu trabalhei duro nele.

PW: Na verdade, não, porque eles são de partes diferentes da minha vida. Lembro de, quando criança, ver Inferno na Torre. Muitos filmes do Roland [Emmerich]: amei O Dia depois de Amanhã. Titanic… Tem muitos. E eu tenho um fraco pelo Armaggedon, porque o Aerosmith cantou a música.

E como Moonfall se destaca entre os outros filmes do gênero?

HB: Acho que todos os filmes são diferentes. O elenco de personagens é outro, a história e a ambientação são diferentes. Então, é uma entidade própria. Acho que a cada novo filme de desastre que o Roland faz, ele o torna maior e melhor e sua imaginação vai ainda mais longe que no anterior. E eu certamente acho que ele abordou uma grande questão. É maior e mais desastroso [risos] que o anterior.

JOHN BRADLEY: Ainda que Roland se destaque nos efeitos especiais, na tela verde, nas destruições e nas explosões, ele sempre se interessou em manter histórias humanas no coração dos seus filmes. Torná-los sobre dramas familiares, turbulências internas e superar obstáculos. Porque você precisa se importar com as pessoas que estão no centro de tudo isso. Se você não se importar, então a destruição do mundo não importa. Você não vai ligar se você não investir alguma coisa nas pessoas que estão em perigo. Acho que não é só espetáculo. Há muitos temas universais e muitas lições a serem aprendidas, em um nível muito humano.

Você já tinha cogitado a hipótese da Lua cair na Terra?

HB: Ah, sim. Já pensei sobre todos os planetas caindo em direção à Terra. No meu tempo ocioso, já fiquei pensando no que poderia causar o fim da civilização. Acredito que ela terminou e recomeçou várias vezes, então o que poderia acabar com ela?

Seu entendimento do filme e da própria ideia do fim do mundo mudou por causa da pandemia?

JB: Sim. Acho que não estou sozinho nessa e muita gente se deu conta disso também, do fato de que a gente não tinha noção do quão simples a vida era antes disso. A gente meio que esqueceu de como era fácil, e mesmo naquela época a gente estava reclamando. Você reclamava das coisas da sua vida, de como seu café estava frio ou do quanto você tinha que esperar por um táxi. Mas eventualmente alguma coisa vem e coloca tudo em perspectiva, e você se dá conta que deve ser grato pelas pequenas coisas enquanto você pode, porque você não sabe qual catástrofe pode estar se aproximando. Então, aproveite cada dia e seja muito grato por cada um deles.

Moonfall: Ameaça Lunar está em cartaz nos cinemas.

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