Existe algo fundamentalmente diferente entre The Boys, série de heróis do Prime Video e baseada na HQ de Garth Ennis, da enorme maioria das produções de super-herói hoje em dia. Buscando refletir uma sociedade como a nossa, a série criada por Eric Kripke foca nos problemas que o mundo real teria se seres super-poderosos realmente existissem. Com o mantra de ser “um reflexo mais próximo possível da realidade”, o criador explicou ao Omelete que The Boys pretende ser um contraponto aos mitos de heróis que crescem a cada dia.
“Eu amo os filmes”, disse Kripke, questionado sobre a importância que heróis têm na cultura americana. “Mas é perigoso quando isso domina tanto a cultura pop como faz hoje, porque treina o público a esperar por um grande salvador”. Para Kripke, existe um relacionamento direto entre esperar por um ato divino e a criação de autocracias.
“Isso ensina as pessoas a esperarem por um grande ato, e isso não é real, é assim que você chega em autocracias. Quando você vê os memes de [Donald] Trump como um herói, é tudo parte da mesma coisa, uma crença de que alguém mais forte ou ‘mais excepcional’ do que você é a única coisa que pode te salvar. E eu não acredito nisso”, explicou o criador.
Explicando que atos de heroísmo são, na vida real, pequenos e entediantes, Kripke finalizou dizendo esperar que The Boys enfatize isso: “Não há foco suficiente nisso, então espero que séries como The Boys, e outras, tentem ser um contraponto a este mito típico de super-heróis”.
Inspirado na HQ de Garth Ennis, The Boys mostra como seres superpoderosos agiriam no mundo real, satirizando propriedades como Liga da Justiça.
Enquanto isso, a primeira temporada de The Boys já está disponível no catálogo do Amazon Prime Video, com a segunda prevista para chegar em 4 de setembro, e uma terceira já garantida.