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Sandman | Que histórias podemos esperar de uma provável segunda temporada

Reordenar arcos dos quadrinhos pode ajudar Neil Gaiman e companhia na organização do segundo ano

Omelete
4 min de leitura
04.11.2022, às 16H52.

[Spoilers de Sandman, série e quadrinhos, à frente]

A primeira temporada de Sandman é um sucesso inegável. Desde que estreou em 5 de agosto, a adaptação do clássico da Vertigo/DC Comics chegou ao topo das produções mais vistas na Netflix em mais de 80 países e, embora ainda não tenha uma segunda temporada confirmada, é bem provável que um novo ano seja confirmado em breve. E, caso siga o mesmo caminho que os episódios de estreia, já é possível ter uma boa ideia do que virá pela frente na vida perpétua de Sonho (Tom Sturridge).

Seguindo a ordem dos gibis, faria sentido que Sandman começasse seu segundo ano recriando Terra dos Sonhos, nome dado ao terceiro volume da HQ de Neil Gaiman e que consiste de uma espécie de antologia das aventuras de Morpheus. As histórias trazem um escritor que, em busca de inspiração, aprisiona a musa grega Calíope; um grande encontro de gatos que sonham e se tornar a espécie dominante da Terra; a estreia de Sonho de Uma Noite de Verão, peça que William Shakespeare escreveu para o Rei do Sonhar em troca de inspiração para contar suas histórias; e a vida e a morte da Garota Elemental, heroína da DC que recebeu seus poderes do deus egípcio Ra.

Esse “interlúdio”, no entanto, ficaria deslocado como o começo do segundo ano, especialmente após o grande gancho deixado por “Corações Perdidos”, último capítulo da primeira temporada. Por isso, apesar da ordem cronológica, é mais provável que Sandman retorne com uma adaptação de Estação das Brumas, arco que mostra a conclusão da “rivalidade” entre Sonho e Lúcifer e que apresenta mais dois Perpétuos: Destino e Delírio. Na história, Morpheus discute com seus irmãos e decide se aventurar novamente no Inferno para salvar Nada, uma humana com quem viveu um romance cerca de dez mil anos atrás. Essa nova visita acaba com o Sinteco Gelado “presenteando” o Rei dos Sonhos com a chave do submundo, colocando um alvo nas costas do Perpétuo.

Considerando que, até aqui, Gaiman, David S. Goyer e Allan Heinberg têm feito mudanças pontuais para que Sandman se encaixe melhor na linguagem televisiva, faria mais sentido que Estação das Brumas não só precedesse Terra dos Sonhos, mas também contasse com “Contos na Areia”, história originalmente publicada no segundo volume da HQ, Casa das Bonecas, como prólogo. Isso porque “Contos…” narra o curto romance de Sonho e Nada, a mulher que ele encontra no Inferno quando busca por seu elmo. A relação dos dois tem papel importante no quarto volume dos quadrinhos e, por isso, não seria loucura imaginar que os showrunners a tenham deixado de lado para explorá-la numa eventual segunda temporada.

Com essa inversão, a segunda temporada de Sandman manteria seu foco em Sonho e nos planos traçados por Desejo (Mason Alexander Park) e Lúcifer (Gwendoline Christie) para destruí-lo, seguindo uma linha narrativa mais tradicional do que a dos quadrinhos. Ao mesmo tempo, Terra dos Sonhos mantém seu papel de interlúdio, com suas histórias servindo de introdução para Um Jogo de Você, um dos arcos mais celebrados dos gibis de Gaiman e que pode servir como um encerramento perfeito para um eventual segundo ano.

Assim como Casa das Bonecas, Um Jogo de Você foca menos em Sonho e mais em sonhadores, acompanhando Barbie - a mesma personagem vivida por Lily Travers na primeira temporada da Netflix - em uma aventura pelo Sonhar para derrotar a maligna Cuckoo. Sua inserção na segunda temporada permite que o próximo ano de Sandman siga a mesma estrutura da primeira - a trama principal focada em Morpheus, seguida por uma ou mais histórias isoladas e, por fim, um arco que explicita os efeitos que o Reino dos Sonhos tem no mundo físico.

O primeiro ano de Sandman deixou claro que Gaiman e companhia não têm problemas em mudar algumas narrativas para tornar o título mais acessível ao público da Netflix. Por isso, é difícil imaginar que a segunda temporada seja inaugurada com uma série de histórias não relacionadas ao grande gancho de “Corações Perdidos”. Reordenar os icônicos arcos dos gibis seria uma forma segura de continuar levando a lenda de Morpheus para um novo público sem alienar os fãs que cresceram lendo a HQ.

Sandman é uma mistura de mito moderno e fantasia sombria, combinando ficção contemporânea, drama histórico e lendas místicas. A série gira em torno das pessoas e dos lugares afetados por Morpheus, o rei dos Sonhos, na tentativa de corrigir os erros cósmicos e humanos que cometeu em sua vasta existência.

A primeira temporada da série, que conta com produção do próprio Neil Gaiman, já está disponível na Netflix.

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