Sandman/Lucifer

Créditos da imagem: Netflix/Divulgação

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As diferenças entre Lúcifer de Sandman e da série com Tom Ellis

Diabos da Netflix podem até ser inspirados no mesmo material, mas são bem diferentes entre si

Omelete
3 min de leitura
06.08.2022, às 15H00.

[Spoilers da primeira temporada de Sandman à frente]

Depois de 34 anos de espera, fãs de Sandman enfim poderão ver uma adaptação em live-action do clássico de Neil Gaiman. Embora seja a primeira vez que a história será levada para a TV, a série, que chegou à Netflix nesta sexta-feira (5), marcará a segunda aparição da versão da DC/Vertigo de Lúcifer Estrela da Manhã, com a primeira, é claro, sendo a vivida por Tom Ellis ao longo das seis temporadas de Lucifer. Acontece que, embora sejam tecnicamente o mesmo personagem, o Cramunhão de Gwendoline Christie será bem diferente daquele visto na produção encerrada em 2021. Isso porque a série originalmente transmitida pela Fox ignorou, por diversas razões, o universo criado por Gaiman e precisou adequar seu Capiroto à ausência de Sonho, Morte e todas as entidades e tramas que os acompanham.

Para começar, quando conhecemos o Lúcifer de Ellis, ele já está bem estabelecido na Terra, tendo deixado o Inferno após se frustrar com o plano universal de seu Pai, Deus. Diferentemente do que foi mostrado nos gibis de Sandman, essa versão do Sete-Peles não esvazia o submundo antes de abandonar seu cargo. Ao invés disso, ele simplesmente abandona demônios e almas penadas à própria sorte, vindo à superfície sem dar qualquer satisfação a seus súditos.

Uma das grandes mudanças feitas em Lucifer está em como o Sinteco Gelado decide viver junto aos mortais. Quem já leu Sandman sabe que toda a história de Lúcifer na Terra começa após um tenso encontro com Sonho dos Perpétuos que muda sua visão sobre o universo. Nos gibis, aliás, é Morpheus que corta as asas do Pé Cascudo antes de ele deixar o Inferno. Na série estrelada por Ellis, no entanto, esse confronto nunca acontece, com o Diabo decidindo abandonar seu posto por tédio e rebeldia e deixando a função de cortar suas asas para Mazikeen (Lesley-Ann Brandt).

Ao longo de Lucifer, também é revelado que o Capeta nunca foi a figura maligna e vingativa pregada em escrituras sagradas ao longo dos séculos. Embora ainda seja manipulador como a versão original dos gibis, o personagem de Ellis é mais compreensivo do que o esperado e vê os humanos com certo fascínio, intrigado pela forma como seu Pai os tratava. Essa curiosidade pela humanidade o leva a se ligar emocionalmente com algumas das pessoas que conhece na Terra, incluindo uma jovem garota cujo assassinato o leva a conhecer a detetive Chloe Decker (Lauren German), por quem eventualmente se apaixona.

Já em Sandman, vemos Lúcifer antes de abandonar seu trono. Seguindo quase que à risca a HQ de Gaiman, essa versão é menos sensível que a de Ellis, embora tão manipuladora quanto. Ele, inclusive, chega a traçar um plano para prender Sonho (Tom Sturridge) em seu reino após uma tensa batalha, mas o Perpétuo consegue escapar sem grandes problemas, o que enfurece o Senhor do Inferno.

Aqui, é possível ver que Lúcifer ainda não está entediado com sua missão divina. Muito pelo contrário, o Mochila de Criança parece se divertir com seu poder e usa seu controle sobre as almas malditas como forma de intimidar Morpheus. Ao fim do primeiro ano, ele ainda mostra uma faceta bem mais ambiciosa que a versão de Ellis ao planejar, ao lado de outros lordes do Inferno, invasões ao Sonhar, à Terra e, eventualmente, ao Paraíso, em uma jogada imperialista que pode transformar o universo todo em um grande inferno.

É claro que, caso continue seguindo os quadrinhos de forma tão próxima, o Tinhoso de Sandman ficará um pouco mais parecido com o de Lucifer. Mas isso só poderá ser conferido quando (e se!) a Netflix renovar a nova série.

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