10 Melhores K-Dramas para ver na Netflix agora (Dezembro 2025)
Não sabe o que assistir no streaming? O Omelete te ajuda
O investimento da Netflix nos k-dramas não é de hoje. Antes de todos os seus concorrentes ocidentais, a Netinha identificou o potencial de audiências das séries sul-coreanas e começou a produzir conteúdos próprios, comprar os direitos de distribuição de títulos de grandes emissoras do país asiático, e por aí vai.
O resultado é um catálogo que, hoje em dia, está cheio de novos clássicos da produção sul-coreana. A seguir, o Omelete seleciona os nossos 10 k-dramas favoritos disponíveis na plataforma. Confira!
Lista atualizada em 02 de dezembro.
All of Us Are Dead
Os personagens de All of Us Are Dead estão perpetuamente à procura de um propósito, uma razão para sobreviver, algo além de um instinto básico de preservação que os empurre adiante em meio a tentativas de fuga frustradas e crescente exaustão. A série, de forma muito inteligente, dá amplo espaço para que eles encontrem essas razões uns nos outros: romances desabrocham em meio ao caos, naquela toada bem-humorada típica dos crushes adolescentes; amizades previamente estabelecidas são testadas e fortalecidas, ou se transformam; mas, acima de tudo, personagens saem lentamente de seus casulos e aprendem a enxergar a si mesmos, e aos outros, como mais do que suas classes econômicas, gêneros, tipos de corpos ou posições sociais na hierarquia escolar.
Gênio dos Desejos
A grande qualidade do k-drama neste início é mesmo o despojamento do roteiro, que passeia entre gêneros e tons sem muita cerimônia, e vai introduzindo seus conceitos de fantasia sem sentir a necessidade de segurar na mão do espectador. Vale lembrar, afinal, que a roteirista Kim fez seu nome com Goblin: O Solitário e Grande Deus (2016-2017), megahit sobre o romance entre um ser imortal e a reencarnação de sua predestinada. A mão segura que ela demonstra para o gênero, portanto, não surpreende.
Profecia do Inferno
A segunda temporada é melhor resolvida do que a primeira, em todos os aspectos. Energizado por um novo senso de propósito narrativo, Yeon Sang-ho também traz o seu melhor para a direção, fazendo mais com o orçamento limitado do streaming e integrando cenas de ação brutais à narrativa para ajudar a construir os heróis dessa história, mesmo em um ambiente onde heroísmo é tão improvável. A saber: em Profecia do Inferno, heróis são aqueles que, mais do que “ver através” das mentiras institucionais, as ignoram por entender verdades mais intrínsecas dentro de si. Num universo de exaspero espiritual, estar em paz com a própria consciência é um luxo raro, e um ato de coragem.
My Name
Os oito episódios de My Name, todos dirigidos por Kim Jin-min (de Extracurricular, outro k-drama da plataforma de streaming), não economizam em brutalidade. As cenas de ação são frequentes e espetaculares, demonstrando brilhantemente a primazia asiática na coreografia e execução de confrontos físicos diretos - a maior parte dos momentos de adrenalina consiste em combate corpo a corpo. Nem por isso, no entanto, a série se esquece de apelar para o coração do espectador.
Uma Seul Desconhecida
Mi-ji e Mi-rae, personagens de Park Bo-young em Uma Seul Desconhecida, sofrem de maneira diferente - embora seja imprudente diagnosticar, a série deixa-nos entender que a primeira enfrenta algo como uma depressão, e a segunda algo como um burnout -, mas o ponto é que ambas sofrem, e ninguém ao redor delas vê. E não é que faltem pessoas bem-intencionadas e afetuosas no convívio de Mi-ji e Mi-rae, mas a natureza das batalhas que elas travam consigo mesmas é interna, invisível diante da necessidade de seguir em frente que domina o dia a dia. É sobre essas lutas e deficiências escondidas, logo fica claro, que Uma Seul Desconhecida quer falar.
Round 6
É hora de chegar aos finalmentes, e os “finalmentes” são onde Round 6 se torna inclementemente feia - seres humanos provando de novo e de novo que são capazes de barbaridades não só para sobreviver, mas para aumentar o prêmio que os espera no fim do caminho. É mórbida essa fascinação da série com o aviltamento da humanidade em um contexto onde as (poucas) regras de decência que nos restam são eliminadas da equação, mas o debate interno que realmente faz de Round 6 uma história transfixante é ainda outro. Em seus melhores momentos, o texto de Hwang Dong-hyuk sempre está se equilibrando entre a noção sufocante de que as regras dos ricos e poderosos nos transformam em monstros, e a noção libertadora de que ainda temos a escolha de não ser.
Meus Clientes Fantasmas
A figura de um advogado de moralidade duvidosa encarregado de missões cósmicas que testam e transformam sua ética traz ecos de produções como Eli Stone - série de 2008 na qual Jonny Lee Miller vivia um profissional da lei “escolhido” por Deus para ter visões mirabolantes - ou Ghost Whisperer - na qual Jennifer Love Hewitt não interpretava uma advogada, mas sim uma médium encarregada de ajudar almas a “passar para o outro lado” -, mas Meus Clientes Fantasmas se afasta das predecessoras ao, entre outras coisas, abraçar o nicho do direito trabalhista. É unicamente contemporânea essa ideia do protagonista como defensor sobrenatural de trabalhadores injustiçados pelas grandes empresas que não garantiram sua segurança, até por vê-los como um número, uma máquina de fazer dinheiro, ao invés de uma pessoa.
A Criatura de Gyeongseong
A premissa, embora travestida de fantasia, não passa longe da realidade: durante a ocupação japonesa da Coreia do Sul, muitos indivíduos nascidos no país foram capturados e utilizados como cobaias para experimentos científicos e testes de armas desenvolvidas pelo exército imperial japonês, em uma divisão conhecida como Unidade 731. A Criatura de Geyongseong coopta essa verdade histórica para construir sua linha narrativa principal, mas também demonstra eloquência tremenda ao pontuar sua dramaturgia com outros aspectos e reverberações da ocupação japonesa.
Bon Appétit, Vossa Majestade
Excepcionais, mesmo, são os valores de produção que o Studio Dragon e o diretor injetam em Bon Appétit, Vossa Majestade. Quando se aproxima de seus voos de fantasia, do dinamismo necessário para uma cena de ação, ou da necessidade de evocar texturas, cores e cheiros em suas sequências culinárias, a série brilha tanto pela qualidade dos efeitos, fotografia e montagem, quanto pela sabedoria na hora de usá-los. Há um charme folhetinesco específico que todo k-drama romântico, não importa quão prestigiosamente produzido, precisa encontrar, e Jang Tae-yoo sabe exatamente como encontrá-lo.
Se a Vida te Der Tangerinas…
IU e Park Bo-gum formam um casal pelo qual é fácil torcer em Se a Vida te Der Tangerinas..., mesmo que (ou talvez justamente por que) não se encaixem num padrão muito fácil de protagonistas românticos. A série, afinal, é uma história de amor meio relutante - Ae-sim e Gwan-sik são menos um casal predestinado, e mais uma dupla de rebeldes que se juntam por ter sonhos parecidos, o impulso para buscá-los, e a necessidade de quebrar radicalmente com os seus arredores para isso. A parte mais tocante do roteiro é ver como a tragédia e o desamparo vai unindo os dois, e como a dedicação que eles demonstram um ao outro é mais estratégia de sobrevivência do que qualquer outra coisa.
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