2025 tem sido mais um ano marcante para a expansão do sucesso dos k-dramas ao redor do mundo. Com as plataformas de streaming globais, como Netflix e Prime Video, plenamente conscientes do sucesso do formato, o Brasil também se beneficia - nunca tantas séries sul-coreanas chegaram com tanta rapidez à internet brasileira, e isso só fez sublinhar o ecletismo e qualidade da produção televisiva do país.
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A seguir, o Omelete compilou uma lista dos nossos dramas favoritos de 2025 até agora - confira!
Meus Clientes Fantasmas
Onde ver: Disponível para streaming pela Netflix, RakutenViki e Kocowa+.
A figura de um advogado de moralidade duvidosa encarregado de missões cósmicas que testam e transformam sua ética traz ecos de produções como Eli Stone - série de 2008 na qual Jonny Lee Miller vivia um profissional da lei “escolhido” por Deus para ter visões mirabolantes - ou Ghost Whisperer - na qual Jennifer Love Hewitt não interpretava uma advogada, mas sim uma médium encarregada de ajudar almas a “passar para o outro lado” -, mas Meus Clientes Fantasmas se afasta das predecessoras ao, entre outras coisas, abraçar o nicho do direito trabalhista. É unicamente contemporânea essa ideia do protagonista como defensor sobrenatural de trabalhadores injustiçados pelas grandes empresas que não garantiram sua segurança, até por vê-los como um número, uma máquina de fazer dinheiro, ao invés de uma pessoa. - Caio Coletti
Newtopia
Onde ver: Disponível para streaming pelo Prime Video.
Se desde o começo Newtopia aposta em um humor de observação para ressaltar o absurdo dos sistemas sociais que parodia, na segunda metade da temporada esse humor vai ficando mais amargo. Conforme a Coreia do Sul cuidadosamente esmaltada que ela retratava vai ruindo, a caricatura que funda a construção de certas situações vai ficando mais grotesca. O que antes era uma bobagem estilística se torna uma piada cruel com a cara cansada, ensanguentada e sofrida de personagens que já viram e já perderam coisa demais. - Caio Coletti
Querido Hongrang
Onde ver: Disponível para streaming pela Netflix.
Se o roteiro de Querido Hongrang se apoia nos arquétipos folhetinescos, o diretor Kim Hong-sun (La Casa de Papel: Coreia) não se faz de rogado - ele transforma a série em uma ópera transportada para a telinha da Netflix, completa com trilha sonora de cordas graves que surgem nos momentos mais inesperados, tomadas contemplativas de elementos naturais dos cenários, e muita câmera lenta. O deleite dramático dessa extravagância só se intensifica conforme fica claro que a série quer incorporar um elemento de fantasia, talvez até de horror, na sua história. Afinal, não são só desavenças familiares e guerras de status social que assombram a família de Hongrang. É bem possível que ela seja literalmente assombrada, e por uma criatura de instintos letais. - Caio Coletti
Round 6 - 3ª temporada
Onde ver: Disponível para streaming pela Netflix.
É hora de chegar aos finalmentes, e os “finalmentes” são onde Round 6 se torna inclementemente feia - seres humanos provando de novo e de novo que são capazes de barbaridades não só para sobreviver, mas para aumentar o prêmio que os espera no fim do caminho. É mórbida essa fascinação da série com o aviltamento da humanidade em um contexto onde as (poucas) regras de decência que nos restam são eliminadas da equação, mas o debate interno que realmente faz de Round 6 uma história transfixante é ainda outro. Em seus melhores momentos, o texto de Hwang Dong-hyuk sempre está se equilibrando entre a noção sufocante de que as regras dos ricos e poderosos nos transformam em monstros, e a noção libertadora de que ainda temos a escolha de não ser. - Caio Coletti
Se a Vida te Der Tangerinas…
Onde ver: Disponível para streaming pela Netflix.
IU e Park Bo-gum formam um casal pelo qual é fácil torcer em Se a Vida te Der Tangerinas..., mesmo que (ou talvez justamente por que) não se encaixem num padrão muito fácil de protagonistas românticos. A série, afinal, é uma história de amor meio relutante - Ae-sim e Gwan-sik são menos um casal predestinado, e mais uma dupla de rebeldes que se juntam por ter sonhos parecidos, o impulso para buscá-los, e a necessidade de quebrar radicalmente com os seus arredores para isso. A parte mais tocante do roteiro é ver como a tragédia e o desamparo vai unindo os dois, e como a dedicação que eles demonstram um ao outro é mais estratégia de sobrevivência do que qualquer outra coisa. - Caio Coletti
Seguro Para Divorciados
Onde ver: Disponível para streaming pelo Prime Video.
Mesmo em seus piores momentos, Seguro Para Divorciados nunca perde de vista sua melhor qualidade: a generosidade com a qual é capaz de ver os personagens e suas relações, o que em alguns sentidos a coloca em direta oposição ao ethos do gênero em que está inserida. Acontece que, com a exceção de um subplot cansativo de ganância corporativista, aqui faltam vilões, e sobram indivíduos que estão tentando ser bons uns com os outros sem serem ruins consigo mesmos. Seguro Para Divorciados entende a dificuldade de fazer as duas coisas no mundo adulto, mas entende também que relações só podem se reparar se formos generosos com elas - ouvir o outro mesmo quando não parece haver ponto em continuar ouvindo. - Caio Coletti
Sem Piedade
Onde ver: Disponível para streaming pela Netflix.
Diante do mandado de manter as engrenagens girando em um formato mais econômico, o diretor Choi Sung-eun (Little Sister) mostra-se singularmente interessado nas imagens que caracterizam as histórias de máfia. A melhor cena do primeiro episódio de Sem Piedade é o funeral de Gi-seok, em que uma multidão de rapazes e senhores engravatados se aglomeram em torno da foto memorial e das coroas de flores da cerimônia - todos eles parecem se vestir e pentear os cabelos do mesmo jeito, e há também algo de ritualístico em seus movimentos, sempre realizados em conjunto, que os transformam em uma massa indistinguível na qual Gi-jun se enfia com toda a naturalidade de um peixe fora d’água. - Caio Coletti
Uma Seul Desconhecida
Onde ver: Disponível para streaming pela Netflix.
Mi-ji e Mi-rae, personagens de Park Bo-young em Uma Seul Desconhecida, sofrem de maneira diferente - embora seja imprudente diagnosticar, a série deixa-nos entender que a primeira enfrenta algo como uma depressão, e a segunda algo como um burnout -, mas o ponto é que ambas sofrem, e ninguém ao redor delas vê. E não é que faltem pessoas bem-intencionadas e afetuosas no convívio de Mi-ji e Mi-rae, mas a natureza das batalhas que elas travam consigo mesmas é interna, invisível diante da necessidade de seguir em frente que domina o dia a dia. É sobre essas lutas e deficiências escondidas, logo fica claro, que Uma Seul Desconhecida quer falar. - Caio Coletti
Um Bom Garoto
Onde ver: Disponível para streaming pelo Prime Video.
Com um sorriso incandescente e uma abordagem leve às idiossincrasias mais irritantes do personagem, Park Bo-gum conquista a aliança do espectador sem nenhum esforço - mas também sabe emprestar profundidade ao seu Dong-ju, e nos emaranhar nas mágoas que ele guarda pela forma como foi tratado após o triunfo esportivo que definiu sua carreira. Um Bom Garoto tem a missão difícil de nos fazer empatizar com pessoas que alcançaram uma glória impossível para a maioria de nós, mas Bo-gum faz bem o trabalho de nos mostrar que vivem angústias e desapontamentos também dentro dessas pessoas. - Caio Coletti
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