Psicose | Final explicado do clássico de Alfred Hitchcock
Relembre o longa protagonizado por Anthony Perkins e seu desfecho surpreendente
Créditos da imagem: Reprodução
Em 1960, o lendário diretor Alfred Hitchcok se baseou no livro homônimo de Robert Bloch para produzir lançou aquele que se tornaria um dos maiores clássicos do cinema internacional: Psicose.
O longa estrelado por Anthony Perkins é considerado uma obra-prima por estudiosos da sétima arte, por conta de sua estrutura narrativa revolucionária, pela trilha memorável e por seu pioneirismo no thriller psicológico, entre outros elementos que fizeram dele um marco na história das telonas.
A trama do filme inicia-se a partir da figura de Marion Crane (Janet Leigh), secretária que rouba US$ 40 mil em espécie da imobiliária onde trabalha, num ato desesperado para quitar as dívidas de seu amante, Sam Loomis (John Gavin).
Dirigindo sem rumo pela estrada, em meio ao pavor de ser descoberta, Marion vai parar no decadente e isolado Bates Motel, onde é gentilmente atendida pelo proprietário, Norman Bates (Perkins), rapaz tímido e polido que possui uma relação conturbada com a mãe superprotetora – e parece sentir-se atraído pela nova hóspede.
A história toma rumos inesperados, porém, quando Marion se retira para sua suíte e é surpreendida em pleno banho pelo que parece ser a mãe de Norman, que a esfaqueia até a morte sob o chuveiro.
A partir daí, entra em cena a irmã de Marion, Lila (Vera Miles), que, preocupada com o sumiço da secretária, une-se ao amante dela, Sam, e ao detetive Arbogast (Martin Balsam) para descobrir seu paradeiro.
Quem matou Marion?
Seguindo as pistas da jovem desaparecida, Arbogast chega até a casa de Norman Bates, onde também é atacado pela suposta mãe do rapaz, morrendo de maneira quase idêntica a Marion.
Enquanto isso, Lila e Sam descobrem pelo xerife da região que Norman, de fato, passou a maior parte da vida junto da mãe – mas que esta, ao contrário do que ele dissera a Marion, está morta há mais de dez anos.
Cada vez mais intrigada em meio às peças desse confuso quebra-cabeça, Lila invade a casa de Norman e dirige-se ao porão, onde encontra a Senhora Bates de costas, tranquilamente recostada a uma cadeira.
Ela então se aproxima da proprietária a fim de iniciar um diálogo – mas surpreende-se ao descobrir que está diante de um cadáver mumificado. É nesse momento que Norman se revela, munido com uma faca, vestido com as roupas de sua (realmente) falecida mãe e usando uma peruca que imita o cabelo dela.
Prestes a matar Lila, tal qual já fizera com Marion e Arbogast, ele acaba impedido por Sam, que entra em confronto corporal com o maníaco e consegue detê-lo. A polícia é chamada, e o dono do Bates Motel é levado a uma instituição psiquiátrica.
A dubiedade de Norman
As cenas finais de Psicose trazem, através da análise feita pelo psiquiatra que se responsabiliza por Norman, as respostas definitivas aos enigmas que permearam toda a narrativa.
A verdadeira Senhora Bates de fato morrera há mais de uma década – assassinada na realidade pelo próprio Norman, em um rompante de ciúmes por vê-la se relacionar com outro homem.
Tomado, porém, pela culpa desse ato insano, ele roubou seu cadáver do cemitério e assumiu parcialmente a personalidade da Mãe, passando a eventualmente se vestir e a se comportar como ela, como forma de “mantê-la viva” ao seu lado.
A cada vez que Norman se interessava por uma mulher, a personalidade da Mãe emergia em sua mente para tirar do caminho essa candidata a rival pelas atenções de seu filho.
Uma arrepiante quebra de quarta parede
Com todos os mistérios já solucionados, a câmera nos leva de volta à figura de Norman, isolado em uma sala enquanto pensa em off, com a voz da mãe ecoando em sua mente, como se fosse a sua própria.
Raciocinando por Norman, a persona da Mãe o culpa e o condena pelos crimes cometidos.
“É triste quando uma mãe tem que escolher as palavras para condenar o próprio filho. Mas eu não podia deixar que ele me acusasse de cometer assassinato! Ele sempre foi mau! E, no final, pretendia dizer que eu é que matei aquelas garotas e aquele homem”, “defende-se”.
Isso deixa claro que Norman se foi, “morreu” dentro de sua própria mente, e é a Mãe agora quem tomou definitivamente o controle de sua perturbada psiquê.
Temendo estar sendo secretamente observada pelos agentes policiais, “ela” se comporta da forma mais cordata possível, a fim de reforçar sua inocência nos crimes cometidos pelo filho.
“Provavelmente estão me espionando… Que espionem! Assim poderão ver o tipo de pessoa que eu sou. Não ligarei se fizerem isso. Eles verão! Eu nem sequer poderia tentar”, diz o alter-ego de Norman, olhando para a câmera e lançando um sorriso sinistro para a plateia.
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