Nicolas Cage vive novo auge da carreira; veja 10 filmes que comprovam isso

Créditos da imagem: RLJE Films/Divulgação

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Nicolas Cage vive novo auge da carreira; veja 10 filmes que comprovam isso

Escolhas ousadas de papéis em produções independentes ajudaram ator a transcender o meme

18.08.2021, às 14H54.
Atualizada em 18.08.2021, ÀS 18H03

Desde o lançamento do drama Pig nos cinemas dos Estados Unidos, Nicolas Cage tem recebido algumas das melhores críticas de uma carreira que já dura 39 anos e acumula papéis em mais de 100 filmes diferentes. Depois de surgir como talento promissor nos anos 1980, tornar-se astro de ação nos anos 1990 e oscilar entre estrela respeitada e paródia de si mesmo na primeira década dos anos 2000, o ganhador do Oscar de melhor ator em 1996 tem usado os últimos dez anos para transcender os memes, as polêmicas e os haters e se posicionar como um ícone cult como nenhum outro que o cinema já viu: meio xamã, meio rockstar; inteiro gênio.

Porque este mundo é de Nicolas Cage, e nós apenas habitamos nele, o Omelete lista abaixo 10 filmes que provam que o astro vive hoje a melhor e mais interessante fase de sua carreira, entregando algumas das performances (e dos filmes) mais singulares do cinema atual ao mesmo tempo em que não se leva a sério. Se esse é o caminho da nouveau shamanic, técnica de atuação que Cage afirma ter inventado e aplicado há anos em seus trabalhos, está na hora de mais gente começar a usá-la.

Fúria Sobre Rodas (2011)

Filme que tinha tudo para ser só mais um lançamento de baixo orçamento genérico, Fúria Sobre Rodas é um deleite para os fãs de cinema B. Cage vive John Milton, um homem que fugiu do inferno para salvar sua filha das garras de um culto satânico louco. No seu encalço, um inspirado William Fichtner (As Tartarugas Ninja) vive o contador de Satanás, enquanto explosões, tiroteios e porradaria comem solto na jornada de vingança e justiça de um pai angustiado.

Rindo de si mesmo em um filme que também não se leva a sério, Cage entrega uma performance brega e heróica na medida certa, fazendo funcionar até uma relação estranha com a jovem personagem interpretada por Amber Heard (Aquaman). Uma cena de tiroteio durante o sexo remete ao famigerado (e também divertidíssimo) Mandando Bala (2007), mas Nicolas Cage coloca Clive Owen no bolso. Está disponível no catálogo da HBO Max.

Joe (2013)

Para quem pensa que boas atuações são apenas as mais silenciosas, contidas e amarradas à realidade do cotidiano, Joe é a prova concreta da qualidade, experiência e versatilidade de Cage. Sem recorrer às suas típicas idiossincrasias, o ator constrói um envolvente retrato de um homem em luta consigo mesmo para ser uma versão melhor do que ele sempre foi de verdade. É um exemplo do chamado "tremor interno", que o saudoso crítico de cinema Roger Ebert destacava em seu trabalho.

Além disso, Joe é uma pérola recente do cinema independente norte-americano, trazendo atuações belíssimas e ressonantes de Tye Sheridan (Jogador Nº 1) e Gary Poulter, artista de rua escalado para seu primeiro papel no cinema pelo diretor David Gordon Green (Halloween), que faleceu tragicamente pouco tempo após o lançamento do filme. Está disponível no Looke.

A Sacada (2016)

Atuando ao lado de Elijah Wood (O Senhor dos Anéis), Cage vive em A Sacada um inescrupuloso e corrupto policial em uma performance cheia de peculiaridades que ajuda a elevar um filme apenas competente. Meio comédia sombria e meio estudo de personagem, a produção mostra a tentativa de roubo da dupla a um cofre teoricamente cheio de riquezas acumuladas por outros colegas de farda em conluio com traficantes, mas tudo isso é secundário à performance bizarramente memorável do ganhador do Oscar. Está disponível no Telecine.

Mãe e Pai (2017)

Mãe e Pai é um filme estranho, direcionado aos fãs de horror que buscam uma comédia do gênero sem pretensões grandiosas. Dirigido por Brian Taylor (da dupla Neveldine & Taylor, responsável por Adrenalina e Motoqueiro Fantasma: Espírito da Vingança), o filme exala uma energia frenétida e caótica enquanto mostra a ruína da sociedade moderna quando um vírus misterioso faz com que pais sintam uma necessidade visceral de matar seus filhos.

Entendendo perfeitamente o tipo de produção caricata em que está, Cage abre sua caixinha de ferramentas e entrega uma performance à altura: grita, sussurra, baba, chora e ri enquanto persegue crianças. Em determinada cena, destroi na base da pancada uma mesa de sinuca, em um exercício cinematográfico que você precisa ver para crer. Só ajuda que seu par seja a sempre excelente Selma Blair (Hellboy), que mergulha na mesma onda e vai longe na loucura. Divertidíssimo, está no Apple TV+.

Mandy (2018)

Do surto exploitation ao surto arthouse, Cage mergulha na morte do sonho neon do visionário diretor Panos Cosmatos (Além do Arco-Íris Negro) em Mandy, uma jornada de vingança visceral, embalada em Heavy Metal e no desafio aos dogmas religiosos e ao conservadorismo. O astro encarna Red, um lenhador que parte em busca de uma seita de fanáticos devotos a um falso profeta vivido por Linus Roache, depois que o grupo ataca a casa onde ele vive com sua grande amada, Mandy (Andrea Riseborough).

Em meio a drogas alucinógenas, tigres, vermes, motoqueiros saídos do inferno e o mais puro e intenso amor entre duas pessoas que foram feridas pela vida, Mandy é talvez o filme mais Nicolas Cage já lançado até hoje: impossível de ser pensado sem a profundidade dramática e o puro entretenimento desprovido de vaidade que o ator traz à tela.

Homem-Aranha no Aranhaverso (2018)

Vamos deixar claro: Homem-Aranha no Aranhaverso é um filme perfeito, não por causa de Nicolas Cage. A importância de incluir o filme nesta lista é mostrar como a compreensão do que o ator pode oferecer de diferente e construtivo pode adicionar qualidade até a uma produção gigantesca como o primeiro longa-metragem animado do Teioso; o que só eleva o status de Cage na última década. E vale citar também como ele faz o mesmo em Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas e em Os Croods.

Mas é dando voz ao Homem-Aranha Noir na animação ganhadora do Oscar que Cage entrega uma performance leve, divertida e cheia de referências que oferece uma gostosa cereja em um bolo incrível. Quem mais poderia falar "nós não escolhemos a pista de dança, apenas dançamos" antes de uma luta na sala de estar da Tia May? Ou explicar que "por onde eu vou, o vento me segue", enquanto mostra seu passado socando nazistas e tomando milk shakes? Cage nasceu para vestir a máscara monocromática. Disponível no Google Play, na Apple TV+, no NOW e no Telecine.

A Cor Que Caiu do Espaço (2019)

Essa adaptação de H. P. Lovecraft perde força pelo baixo orçamento frente ao espetáculo visual de proposta similar visto em Aniquilação (2018), da Netflix, mas a performance absolutamente descontrolada de Cage como um pai de família que gradativamente cede à loucura, enquanto uma cor espacial misteriosa provoca mutações horríveis em tudo à sua volta, é uma das mais memoráveis da carreira do ator. Destaque para o ataque às alpacas mutantes e o festival de palavrões enquanto espanca o teto do carro da família. Infelizmente, A Cor Que Caiu do Espaço não está disponível no Brasil.

Willy's Wonderland (2021)

Cage entra quieto e sai calado em Willy's Wonderland, mas entrega uma das performances mais badass da sua carreira. Cruzando os Estados Unidos em um carro possante, ele acaba forçado a passar a noite limpando um restaurante temático durante a noite. O que ele não sabe é que o espaço é populado por robôs animatrônicos possuídos pelo espírito de assassinos em série. O que esses monstros não sabem é que Cage é capaz de matar todos, um por um, contanto que eles não atrapalhem seu amor por um jogo de pinball.

Comédia de horror nem tão engraçada, nem tão assustadora, Willy's Wonderland ganha o público pela premissa divertida (inspirada nos games Five Knights at Freddy's) e por mostrar que Cage, mesmo beirando os 60 anos de idade, ainda bota para quebrar na porradaria. De quebra o filme tem uma das cenas mais divertidas da filmografia do ator, com ele dançando ao som de uma dançante trilha sonora oitentista enquanto, claro, detona no pinball. Disponível no Looke, Google Play e Apple TV+.

Prisoners of the Ghostland (2021)

Do diretor Japonês Sion Sono (Floresta de Sangue) chega ainda neste ano o filme que o próprio Nicolas Cage afirma ser o "mais insano" que ele já fez. Uma mistura de neo-western com neo-noir e neo-samurai, a produção coloca Cage na pele de um notório criminoso que é tirado da prisão e chantageado a salvar a neta desaparecida de um figurão inescrupuloso das garras de uma maldição misteriosa.

Por mais que soe uma trama normal, o trailer acima deixa claro que o filme é de fato um frenesi de surrealismo capaz de desafiar até o mais estranho título da filmografia de Cage. Com Sofia Boutella, Nick Cassavetes, Bill Moseley, Narisa Suzuki e Grace Santos, o filme tem tudo para se tornar mais um título cult obrigatório da carreira do astro. Ele tem previsão de estreia nos cinemas dos Estados Unidos e em vídeo sob demanda para 17 de setembro.

The Unbearable Weight of Massive Talent (2022)

Por fim, não poderia ser outro: o filme em que Nicolas Cage interpretará uma versão fictícia de... Nicolas Cage. The Unbearable Weight of Massive Talent colocará o astro na pele de muitos de seus principais personagens para tentar salvar sua família das garras de um milionário excêntrico vivido por Pedro Pascal (The Mandalorian). É o intérprete de Din Djarin que aparece na imagem acima, um clique de bastidores compartilhado pelo diretor Tom Gormican.

O filme, que ainda conta com Sharon Horgan (This Way Up), Alessandra Mastronardi (Master of None), Jacob Scipio (Sem Remorso), Lily Sheen (Click), Neil Patrick Harris (Garota Exemplar) e Tiffany Haddish (Bad Trip), deixa claro que Cage entende seu apelo enquanto ícone da zoeira, e está disposto a continuar rindo de si mesmo enquanto nos mantém entretidos. Por mim, tudo ótimo. The Unbearable Weight of Massive Talent tem estreia prevista para 22 de abril de 2022.

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