Montagem da coluna de Marcelo Hessel

Créditos da imagem: Divulgação

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Dicas do Hessel #010: 20 filmes nos 20 anos do Omelete (Parte 2)

Confira a segunda parte das recomendações especiais em comemoração ao aniversário do site

05.06.2020, às 17H01.
Atualizada em 05.06.2020, ÀS 17H15

O Omelete está completando 20 anos, e as Dicas do Hessel não poderiam deixar de aproveitar este momento para exercitar um pouco de favoritismo e ranqueamento inconsequente. Decidi pegar, a partir da oferta nos streamings brasileiros (sem contar locações), e selecionar um filme por ano neste século em que o site esteve, desde o primeiro dia, em plena operação. Será uma lista em três partes, e esta segunda leva de sugestões cobre agora os filmes lançados entre 2007 e 2013. Boas sessões e não deixe de assinar nossa newsletter para receber as dicas antes de todo mundo.

A Espiã

Imagem de A Espiã
Divulgação

O leitor vai me permitir uma elasticidade na regra aqui, mesmo porque o filme de Segunda Guerra de Paul Verhoeven estreou na Holanda em 2006, se espalhou no mundo em 2007 e só chegou ao Brasil em 2008. E que momento mais oportuno para revisitar este suspense que lançou Carice van Houten ao estrelato, uma história de sedução e violência em meio à ocupação nazista na Holanda, absolutamente implacável na maneira como analisa questões de identidade e de apagamento histórico em tempos de obscurantismo.

Disponível na Amazon Prime Video.

Speed Racer

Foto de Speed Racer
Divulgação

Dos filmes que podem reivindicar o direito de representar o seu tempo, Speed Racer certamente é um deles. O cinema do artificialismo dos fundos digitais, marca de Hollywood no século 21, explode na tela em toda a glória do CGI das irmãs Wachowski, numa experimentação sem concessões em busca de uma verdade pictórica que reconcilie a vocação sensorial do cinema de vanguarda com as exigência da indústria das franquias e dos fãs. Já em 2008 muita gente percebia a genialidade de Speed Racer e essa justiça histórica vem se fazendo mais aos poucos desde então.

Disponível no Telecine.

Dente Canino

Foto de Dente Canino
Divulgação

Não estou entre os fãs do diretor grego Yorgos Lanthimos mas é inegável que o cinismo foi o traço de estilo mais celebrado no cinema de festivais nessas duas décadas. Dente Canino já mostrava em 2009 o que esse herdeiro de Michael Haneke tem a oferecer, e se você gosta de O Lagosta, O Sacrifício do Cervo Sagrado ou A Favorita, já pode identificar neste drama sádico - sobre adolescentes que vivem isolados numa casa trancada, veja só que coincidência - as marcas autorais que levaram Lanthimos ao Olimpo hollywoodiano.

Disponível no Telecine.

Como Você Sabe

Imagem de Como Você Sabe
Divulgação

Quando os padrões de Hollywood mudaram nesta última década, e os médios orçamentos minguaram, as comédias românticas com nomes de grife foram um dos gêneros mais afetados. Lançado em 2010, Como Você Sabe é um dos últimos representantes dessa safra, e é também o último longa dirigido por James L. Brooks, que completou 80 anos agora em maio de 2020. Está encapsulado neste filme com Reese Witherspoon, Owen Wilson, Paul Rudd e Jack Nicholson o estilo mais puro de Brooks, que combina a neurose dos encontros modernos com a velocidade dos diálogos, num casamento brilhantemente enervante.

Disponível na Netflix.

Margin Call

Foto de Margin Call
Divulgação

Quando J.C. Chandor atacou em 2011 a crise imobiliária americana neste suspense melancólico, a recessão de três anos dos EUA já era história contada. Ainda assim, Chandor consegue injetar uma dimensão trágica e dura muito própria aos bastidores das negociações de Wall Street, e Margin Call não apenas lançou o nome do diretor como acabou, por fim, antecipando um espírito do seu tempo, porque nas ruas a raiva do Occupy Wall Street pautava a mídia mas no filme o que se vê é um abismo de apatia e dissonância que separa as torres espelhadas do capitalismo e o mundo real.

Disponível na Amazon Prime Video.

O Voo

Foto de O Voo
Divulgação

Dos diretores veteranos de Hollywood que atravessam o novo século em plena atividade, poucos mantêm a mesma vitalidade de Robert Zemeckis. Depois de experimentar com o motion capture nos primórdios da tecnologia, nos anos 2000, o cineasta voltou ao live-action em 2012 com O Voo, que acabou subestimado na época (talvez numa interpretação de que Zemeckis saía derrotado do flerte com os personagens de CGI) mas é um dos filmes mais prazerosos e bem acabados do diretor. Na história de redenção e rebeldia do piloto vivido por Denzel Washington está inscrito todo um manifesto pela primazia do espetáculo - independente dos meios visuais usados para tal.

Disponível na Netflix.

Já Visto, Jamais Visto

Foto de Já Visto, Jamais Visto
Divulgação

O período bem produtivo do cinema brasileiro neste começo de século permitiu que nomes importantes da nossa cinematografia voltassem a criar e exibir seus filmes, e o maior deles foi Andrea Tonacci, cujas principais obras (tanto da época do Cinema Marginal quanto recentes) estão disponíveis no catálogo do SPcine. Este filme-ensaio de 2013 retoma o estilo de sobreposição de imagens do documentário anterior do diretor, Serras da Desordem, para fazer uma celebração emocionada da memória. Tonacci faleceria em 2016, aos 72 anos, e os registros fotográficos de Já Visto, Jamais Visto ficam como uma apropriada elegia.

Disponível no SPCine Play.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

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