Batman: Bravos e Destemidos

Créditos da imagem: Warner Bros./Divulgação

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Como os Batmen de Matt Reeves e do novo DCU podem coexistir nos cinemas

Personagens relacionados ao Cavaleiro das Trevas já tiveram participações reduzidas no antigo DCAU no início dos anos 2000

Omelete
4 min de leitura
17.01.2023, às 12H03.

Na última quinta-feira (12), Matt Reeves revelou que deve se reunir muito em breve com James Gunn e Peter Safran, presidentes do DC Studios, para decidir os próximos passos da franquia do Batman sob seu comando. E, por mais que seja tentador imaginar um universo em que o Bruce Wayne de Robert Pattinson integre o novo DCU (novo nome oficial da expansão cinematográfica da DC), vale lembrar que Gunn já descartou, por enquanto, essa possibilidade. Com isso, é muito provável que venhamos a ter duas versões do Cavaleiro das Trevas no futuro da franquia e, embora exista a possibilidade disso confundir alguns novos fãs, a Warner já tem bastante experiência em lidar com múltiplos Batmen em suas várias produções.

Isso porque, no começo dos anos 2000, a marca do Batman estava em plena expansão. Além de Bruce Wayne ser um personagem regular de Liga da Justiça Sem Limites, ele ainda tinha uma segunda série solo não-relacionada ao DCAU (Universo Animado DC, em tradução livre), O Batman, e uma trilogia cinematográfica sendo desenvolvida por Christopher Nolan. Acreditando que o público teria dificuldades em separar todas essas versões, a Warner decidiu limitar o quanto o universo que cercava o cruzado encapuzado poderia aparecer na animação de Paul Dini e Bruce Timm. E, por mais que o cenário atual seja bem diferente, com o público bem mais acostumado ao conceito de multiversos, Gunn e Safran podem usar um modelo similar ao da franquia animada para separar o Batman dos novos filmes da série cinematográfica principal da DC.

Desde 2018, com Aquaman, a DC já tem investindo em produções mais lúdicas do que aquelas que fizeram sucesso entre 2005 e 2017. Com Gunn e Safran, fãs assumidos das fases mais loucas dos quadrinhos, é provável que essa tendência continue mais forte do que nunca no novo DCU e que o Batman e aqueles à sua volta sejam incluídos nesses planos, uma vez que o mundo do Cruzado Encapuzado tem sua parcela de personagens surreais. A bat-família (incluindo o Bat-Mirim), Morcego Humano, Ventríloquo e Scarface e outros cidadãos mais extravagantes de Gotham podem chegar aos cinemas e à TV de forma fiel aos gibis sem destoar do restante da franquia, que deve perder de vez a vergonha de seu material-base.

Assim como aconteceu no DCAU, o Batman da nova franquia pode atuar de uma forma coadjuvante, com ele e os personagens que o cercam fazendo participações esporádicas em produções centradas em outros heróis. Desta forma, o Cavaleiro das Trevas, seus aliados e inimigos seguiriam presentes no DCU, mas não de uma forma que competisse com sua franquia solo comandada por Reeves.

Paralelamente, Reeves continuaria com uma caixa de brinquedos lotada para se divertir em seu cantinho noir. Já tendo se “apossado” de vilões mafiosos e corruptos como o Pinguim (Colin Farrell) e da dupla de psicopatas formada por Coringa (Barry Keoghan) e Charada (Paul Dano), o cineasta pode expandir o submundo do crime de Gotham com o Máscara Negra, Simon Stagg, Deacon Blackfire e até a Corte das Corujas. Mesmo que faça uso de um ou outro Robin, como os fãs vêm pedindo desde a estreia de Batman, essa galeria de vilões pé-no-chão seria ideal para que o diretor desse sequência ao desenvolvimento do Maior Detetive do Mundo e mantivesse a pegada de suspense que tanto sucesso fez em 2022.

Outro benefício gigantesco atrelado a essa divisão de Batmen é a quebra da ilusão de que a DC é necessariamente sombria e realista. Essa impressão, propagada erroneamente desde a estreia de Batman Begins em 2005, pode ser amenizada pelo lançamento paralelo de aventuras lúdicas e histórias tensas, que refletiriam melhor a pluralidade da editora e tornaria o multiverso do DCU extremamente convidativo para cineastas, produtores e atores dispostos a criar algo novo com estes personagens.

Dispostos a brincar com as infinitas Terras do multiverso DC, o DC Studios prepara o terreno para um DCU atraente e diverso e é mais do que óbvio que o Batman faz parte deste plano. Agora, se realmente seremos agraciados com mais de uma versão do Homem Morcego, apenas o tempo (e Gunn e Safran) pode dizer.

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