Séries e TV

Entrevista

Por dentro da “temporada mais assustadora” de Stranger Things

Finn Wolfhard, Gaten Matarazzo, Sadie Sink e companhia deram uma prévia para o Omelete dos terrores do quarto ano

20.05.2022, às 06H00.
Atualizada em 28.05.2022, ÀS 15H59

Os Demogorgons parecem inofensivos se comparados às ameaças da quarta temporada de Stranger Things — e se o trailer não já não tinha te dado essa impressão, talvez os próprios atores possam te convencer da escalada de terror que a série da Netflix promete para a estreia do Volume 1, em 27 de maio. “É uma das temporadas mais assustadoras… na verdade, é a mais assustadora”, afirmou Gaten Matarazzo em entrevista ao Omelete.

Para o intérprete do Dustin, essa “progressão” é parte do estilo que a dupla de criadores, os Irmãos Duffer, imprimiram na série. “O que eles fazem muito bem é amplificar o que nós vimos nos últimos anos”, disse, referindo-se tanto ao medo, quanto ao humor — e garantindo que essa “é também uma das temporadas mais engraçadas que tivemos”. Já para Finn Wolfhard, é uma questão de maturidade. “Conforme o público fica mais velho e mais maduro, o elenco e o roteiro também. Então evolui para um território mais obscuro”. Qualquer seja a razão, fato é que, como atesta a sinopse, “uma nova ameaça sobrenatural ainda mais terrível” surgirá em Hawkins, e os amigos precisarão de muita coragem para enfrentá-la, principalmente agora que não estão todos juntos.

Essa ameaça atende por Vecna, um nome que é bastante familiar para quem conhece Dungeons & Dragons, mas, se esse não é o seu caso, basta dizer (por enquanto) que ele é um dos grandes vilões do jogo e poderia ser descrito, em linhas gerais, como uma espécie de feiticeiro imortal. “Não posso dizer muito sobre ele, mas é com certeza o vilão mais esperto que já enfrentamos”, explicou Sadie Sink, a Max. “Só pela aparência e pela forma que ele age. É a maior ameaça que vimos até agora”. Contudo, não é só ele que promete abalar a vida dos agora adolescentes. A própria personagem de Sink enfrenta outra grande turbulência: o trauma da Batalha de Starcourt.

Como você deve se lembrar, além de toda a paranoia à la Enigma de Outro Mundo, Billy (Dacre Montgomery), o irmão mais velho de Max, se sacrifica na frente dela para salvar a todos do Devorador de Mentes. E embora eles não tivessem uma relação lá muito amigável, esse evento deixou cicatrizes profundas na jovem. “Ela é muito defensiva, muito fechada, então ela não vai deixar mostrar muito da dor que ela sente, mas a mente dela está sempre trabalhando e ela tem muitos pensamentos que a assombram. Nós exploramos bastante isso conforme a temporada avança, com certeza”, contou a atriz. “É estranho dizer que foi divertido, mas foi um bom desafio e um exercício bem legal de ver o que isso faria com ela”.

Já na Califórnia, bem longe de Hawkings, os Byers (e a Eleven) lidam não só com a consequência do último embate contra as criaturas do Mundo Invertido, como também com a necessidade de ter que se esconder. É claro que eles não conseguem manter o disfarce por muito tempo, e isso os expõe a outros tipos de terrores. Bem mais realistas. “Teve uma cena no deserto em que eu perguntei ‘espera aí, a gente já fez alguma coisa assim antes?’ E eu fiquei ‘nossa, isso é bem maduro’”, lembrou Charlie Heaton, o intérprete do Jonathan. “Mas também foi ótimo filmar”.

De luz acesa

Além de balancear ameaças reais e sobrenaturais, também está no DNA de Stranger Things referenciar pelo menos uma grande obra do terror a cada temporada. Se o ano de estreia tinha um pouco de Alien e Carrie - A Estranha, o segundo já acenava para Gremlins e O Exorcista. Na terceira temporada, como já foi mencionado, o filme da vez foi Enigma de Outro Mundo. E na quarta? É a hora dele: Freddy Krueger.

“A Hora do Pesadelo foi uma grande inspiração na hora de escolher Robert Englund para o elenco e foi muito, muito legal”, disse Matarazzo, mencionando a participação do ator que eternizou o vilão nos cinemas. Vale dizer que este não é o único aceno ao assassino na quarta temporada, mas talvez seja o suficiente para entender o quão aterrorizante são os episódios.

Quer dizer, aterrorizante de assistir, mas não necessariamente para filmar, como contou Priah Ferguson — que, vale dizer, não é muito fã de filmes de terror. “Foi mais assustador assistir do que realmente estar lá. Até quando lemos pela primeira vez para a quarta temporada eu fiquei um pouco assustada, porque eu tinha uma ideia do como poderia ser quando eu fosse para o set. Mas filmar, não”.

Como espectador, talvez você não tenha a mesma sorte. Mas, se você for medroso, o recém-chegado Eduardo Franco tem uma dica de como conferir essa temporada com algum conforto: “[veja] com as luzes acesas”. “Assiste lá pelas 8h da manhã, sabe? Para você ter um ótimo dia. Eu faço isso às vezes, quando quero assistir um filme assustador, tipo O Exorcista”.

Mas a verdade é que o próprio ator pode ser uma válvula de escape para os fãs nestes novos episódios. Isso porque seu personagem, Argyle, é completamente alheio ao Mundo Invertido e todos os seus monstros. Ele é só um amigo que o Jonathan fez na Califórnia, e com quem ele gosta de fumar maconha. “Espero que o Argyle traga para quem assiste à série algum tipo de alívio de toda a loucura. Espero que ele permita que você diga ‘ufa, tudo bem’ e recarregue sua mente, tipo ‘acabei de ver uma coisa doida e agora esse idiota…’”. Franco mal conseguiu completar sua frase sem que seus colegas saíssem em defesa de Argyle. “Ele é brilhante na verdade, não é?”, questionou Heaton, ao que Wolfhard completou: “ele não é um palhaço”.

É, as temporadas passam e tudo pode até ficar mais assustador e perigoso, mas uma coisa não muda nunca em Stranger Things: essa fofa amizade que eles têm tanto em tela, quanto fora dela.

Você poderá conferir mais dessa entrevista em breve, no canal do Omelete no Youtube. Fique de olho!