Para o relançamento em 3D da franquia Star Wars no cinema, a Lucasfilm mais uma vez optou por tentar conquistar a nova geração de crianças. Para isso, as entrevistas do Episódio I: A Ameaça Fantasma foram feitas no Rancho Skywalker e nós enviamos a correspondente mirim do Collider, Cyan Shawn, menina de 7 sete anos, que conversou com diferentes profissionais que trabalharam nos filmes.
Matthew Wood foi responsável pela edição de som dos Episódios I, II e III da saga, recebendo indicações aos Oscar de Melhor Edição de Som e Efeitos Sonoros por A Ameaça Fantasma. Wood falou de seu personagem favorito, as dificuldades do seu trabalho, seu som favorito e o processo de escolha da voz de um personagem.
Olá, meu nome é Cyan.
Olá, prazer em te conhecer.
Obrigada por reservar um tempo para falar comigo.
De nada.
Qual é a sua voz favorita em "Star Wars"?
Minha voz favorita? Acho que eu gosto... Deixe-me pensar por um segundo. Sabe, eu realmente gosto do Darth Vader. Ele é o meu favorito. O nome do ator é James Earl Jones. Ele é um ator incrível e tem uma voz muito profunda. Então usamos a sua voz e colocamos um pouco de efeito para parecer que está saindo do seu capacete. É uma boa mistura de atuação e tecnologia. É a minha voz favorita.
Qual foi a voz mais difícil?
A mais difícil? É uma boa pergunta. Vamos ver... Às vezes quando temos vozes de aliens nos filmes nós queremos que soem estranhas para não parecerem normais mas você também tem que ouvir o que dizem para entender. Com algumas vozes dos dróides tivemos alguns problemas para garantir que dava para entender. Acho que até você foi um dróide para nós antes, foi bem legal. Acho que o processo nas vozes dos dróides às vezes é difícil e desafiador. Queremos que o público ouça o que é falado e também ache que é um alien.
Qual é a parte mais difícil da edição de som?
Dar entrevistas? Não, estou brincando. Seria... Às vezes você tem centenas e centenas de pistas. Então uma cena que temos em "Ameaça Fantasma" é a corrida de pod. Tem centenas e centenas de coisas acontecendo de uma vez. Você tem que garantir que preencheu todas as camadas. Você tem o som dos motores, das explosões, tem... Tem o diálogo dos personagens, o vento soprando, a música tocando... Basicamente tem que saber os momentos que você quer deixar mais empolgante para o público. Isso é desafiador às vezes.
Como você faz o som das explosões? Tipo quando a nave da Federação do Comércio explode?
Nossa, é uma boa pergunta. Muitas dessas explosões são de verdade. Nós gravamos explosões de verdade. Em "Ameaça Fantasma" eu fui em uma pedreira. E eles cavavam esses buracos de uns 9 metros de profundidade. Eles jogavam dinamites dentro, nós nos afastávamos e colocávamos os microfones a uma distância segura. Eles explodiam a pedreira e nós gravávamos uma explosão de verdade. Então pegávamos essas explosões e sons de testes de bomba atômica de 1950 e mixávamos os dois juntos. Isso forma os sons de explosão.
Qual foi o som favorito que você encontrou?
Som favorito? Vamos ver. Acho que seria... É uma boa pergunta. Na verdade naquele dia que eu gravei as explosões tinha um som muito legal quando eles jogavam a dinamite quando ela não estava acesa. Era só dinamite dentro de um buraco de 9 metros. A gente colocava o microfone no buraco e ouvíamos esse som estranho de algo caindo pelo buraco e fazendo esse som meio rochoso crocante na descida. E usamos isso em algumas coisas como perseguições por asteróides em Star Wars.
Como é decidido como será a voz de um personagem?
Bom, há duas coisas: uma é que George Lucas, o diretor, tem que aprovar o ator que escolhemos. Então ele escolhe um ator para a cena que expresse dramaticamente o que ele quer no roteiro. Pegamos isso e colocamos no computador se for um dróide e vamos processar para fazer parecer um alien. Então... É isso.
Obrigada novamente por me deixar entrevistar você.
Star Wars: Episódio I 3D já está em cartaz. Os cinco filmes seguintes sairão com um intervalo de um ano, entre um e outro.