O CEO da HBO, Casey Bloys, se desculpou por usar perfis falsos para responder críticos nas redes sociais. O caso veio a público por causa do processo de uma ex-funcionária.
“Quem me conhece, sabe que sou um executivo de programação muito apaixonado pelas séries que decidimos fazer. E pelas pessoas que as fazem e as pessoas que trabalham nelas”, disse Bloys na manhã desta quinta-feira (2), no início de uma apresentação na sede da HBO em Nova York [via Variety].
“Quero que as séries sejam ótimas. Quero que as pessoas as amem. Que todos vocês as amem. É muito importante para mim o que todos vocês pensam das nossas séries. Então, quando você pensa nessa mentalidade e volta a 2020 e 2021, estou em casa, trabalhando e gastando uma quantidade prejudicial de tempo no Twitter. E tenho uma ideia muito idiota para desabafar minha frustração”, finalizou.
Sully Temori, uma ex-funcionária que foi assistente executivo na HBO até sua demissão em 2021, pouco depois de trabalhar na produção de The Idol, está processando a emissora por demissão injusta, alegando que sofreu assédio moral e ameaças após revelar a um superior que estava sofrendo de um problema de saúde mental.
Como parte do processo, Temori acusa os ex-chefes de relegar a ele atividades que não faziam parte da sua descrição de trabalho oficial - entre elas, a de criar uma conta falsa no Twitter para responder a críticos de produções da HBO sempre que o então chefe de programação do canal, Casey Bloys, desejasse.
O ex-funcionário entregou à revista Rolling Stones trocas de mensagens e e-mails que comprovam a forma como esse processo funcionava: primeiro, Bloys chamava a atenção de Kathleen McCaffrey, vice-presidente de drama da HBO, para tuítes ou comentários negativos específicos sobre produções do canal.
McCaffrey então relegava a Temori a responsabilidade de postar a resposta que Bloys desejava dar à crítica, utilizando uma conta falsa. Uma delas, ainda no ar, foi registrada sob o nome fictício de Kelly Shepherd (@KellySh33889356) e ilustrada com uma foto genérica de banco de imagens corporativo.
Em duas ocasiões, "Kelly" interagiu com o crítico da Rolling Stone, Alan Sepinwall: na primeira, disse que sua crítica negativa da série de fantasia The Nevers, criada por Joss Whedon, refletia as "opiniões seguras e assustadas" que ele normalmente dava.
De acordo com Temori e seus advogados, esses casos sinalizam uma cultura maior de bullying dentro da HBO, que o levou a desenvolver problemas psicológicos. A emissora negou a acusação de assédio à Rolling Stone, mas não se pronunciou sobre os comentários nas redes sociais.
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