Mestres do Universo | O que acontecerá com He-Man após fim tenso da Parte 1

Créditos da imagem: Netflix/Divulgação

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Mestres do Universo | O que acontecerá com He-Man após fim tenso da Parte 1

1ª metade da temporada inicial de Salvando Etérnia se encerra trazendo grandes mudanças

27.07.2021, às 16H32.

[O texto abaixo contém spoilers da 1ª temporada de Mestres do Universo: Salvando Etérnia]

"Pelos poderes de Grayskull... Eu tenho a força". A tradicional frase que permite ao Príncipe Adam (Chris Wood) tornar-se He-Man ganhou outro dono no chocante quinto episódio de Mestres do Universo: Salvando Etérnia. Em "A Forja na Floresta do Sempre", Esqueleto (Mark Hamill) ressurge dos mortos após ter escondido seu espírito no orbe de Maligna (Lena Headey) e empala o jovem monarca usando o Cajado Devastador. Com a Espada do Poder em mãos, o vilão profere a mágica frase e se transforma em Skelegod, tornando-se o ser mais poderoso de todo o universo.

A ideia de encerrar a primeira metade dos 10 episódios da temporada inicial da série com Adam agonizando entre a vida e a morte, incapaz de se transformar em He-Man e com seu arqui-inimigo conquistando o que sempre quis, já seria chocante o bastante por si só. Só que a coragem do showrunner Kevin Smith e dos roteiristas Eric Carrasco, Tim Sheridan, Diya Mishra e Marc Bernardin ganha uma perspectiva ainda maior quando analisamos o arco construído para o personagem ao longo dos cinco capítulos da produção.

Netflix/Divulgação

A despeito do que reclamam certos fãs, Salvando Etérnia não esquece Adam e He-Man em momento algum. Toda a história gira em torno da ausência de ambos, bem como das perguntas e respostas que surgem a partir da morte dos personagens. Ao menos o príncipe, entretanto, retorna, quando o grupo liderado por Teela (Sarah Michelle Gellar) consegue acesso a Preternia. Um paraíso reservado aos campeões de Grayskull, o deslumbrante lugar é onde Adam foi para descansar, podendo passar toda a eternidade ao lado de lendas como He-Ro (Phil LaMarr), Kuduk (Cree Summers) e o próprio Rei Grayskull (Dennis Haysbert). É lá que descobrimos que o jovem monarca, ao contrário de seus iguais, foi o único a escolher manter sua forma humana. É também lá que ele faz seu maior e mais heróico sacrifício: abrir mão de ficar nesse lugar perfeito para voltar a Etérnia e ajudar seus amigos. Só que mal retorna à vida, o jovem é esfaqueado por Esqueleto.

Isso significa que, depois de cinco episódios em que mal vimos He-Man em ação, Salvando Etérnia vai matar o personagem e teremos apenas o restante dos Mestres do Universo medindo forças com uma versão superpoderosa de Esqueleto? É claro que não! Primeiro, porque o próprio Chris Wood já deixou claro que Adam não morreu com o ataque-surpresa do vilão ("não está morto, está muito ferido”, revelou à Variety). Segundo, porque Kevin Smith já prometeu uma batalha violenta entre os dois rivais históricos no sétimo episódio. Terceiro, porque o ferimento de Adam tem tudo para ter sido pensado em nome do fechamento de arco de Teela. E, quarto, porque não vamos esquecer que a Mattel está produzindo a série e, logicamente, quer quer He-Man tenha seu momento de brilho para vender bonequinhos, né? Convenhamos!

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Mas, voltando à ligação com Teela, a deusa guerreira é o centro do conflito dessa primeira metade da série da Netflix, em trama que remete à sua origem na animação dos anos 1980 como filha da Feiticeira (Susan Eisenberg). Depois de confrontar Fulgor (Tony Todd), a jovem parece ter despertado de alguma forma sua ligação com a magia de Etérnia, embora ainda não a tenha abraçado completamente. Impulsionada, ao longo de toda essa jornada, pela morte de seu grande amigo Adam, vê-lo entre a vida e a morte após sacrificar sua permanência no paraíso será definitivamente um passo crucial para que ela aceite de vez quem é de verdade — e, consequentemente, se torne poderosa de uma forma que nunca antes a vimos ser.

Só que mais do que aprofundar a história de Teela, o fato de Adam ser mortalmente ferido assim que volta dos mortos é também um artifício para aumentar a dimensão de seu próprio sacrifício. Como Grayskull chega a explicar, ao dar as costas para Preternia, o príncipe aceita a realidade de talvez nunca mais voltar àquele lugar, morrendo uma morte comum. E mesmo encarando sua mortalidade por uma segunda vez, agora ainda mais assustadora, o jovem opta pela coragem em nome do que acha certo: volta dos mortos sob risco de morrer mais uma vez. Mais do que mostrar como He-Man é um herói, algo que já sabemos há anos sobre o "homem mais poderoso do universo", Salvando Etérnia é sobre mostrar por que o garoto por trás dos músculos é digno de tanto poder.

Que a Parte 2 de Mestres do Universo: Salvando Etérnia trará muito sofrimento para os moradores do planeta-título, não há dúvida ("ela mostra um mundo em que o Esqueleto tem a força", também antecipou Wood). Mas achar que ela irá esquecer He-Man é não só não entender o propósito de Mestres do Universo como um todo como não captar o que a história da série está tentando comunicar desde o começo. É seguro afirmar que todos os percalços acontecerão apenas para deixar ainda mais claro, com um retorno triunfal ao topo de Etérnia, por que He-Man, Teela, Duncan (Liam Cunningham), a Feiticeira, Pacato (Stephen Root) e os demais protagonistas são verdadeiros heróis. Uma definição que só ganha sentido quando, parafraseando Sylvester Stallone, nós os vemos apanhando e, ainda assim, seguindo em frente.

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