Rodrigo de La Serna em La Casa de Papel

Créditos da imagem: La Casa de Papel/Netflix/Reprodução

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Artigo

Mais que um tipo vilanesco: La Casa de Papel revela lado humano de Palermo

Romance frustrado com Berlim é a porta de entrada para provar que, sim, o ladrão argentino tem coração

08.04.2020, às 14H49.
Atualizada em 08.04.2020, ÀS 17H28

[Atenção: o texto a seguir contém spoilers da Parte 4 de La Casa de Papel. Logo, se você ainda não assistiu, guarde esse texto para mais tarde]

Ao lado de Arturito (Enrique Arce) e Gandía (José Manuel Poga), Palermo (Rodrigo de La Serna) é possivelmente um dos personagens mais odiáveis de La Casa de Papel, sobretudo na Parte 4. Depois de sucessivos discursos machistas e de ferir o enorme coração de Helsinki (Darko Perić) com o tal do “Boom Boom Ciao”, o ladrão argentino não soube lidar com sua destituição do posto de líder e ajudou o chefe de segurança do Banco da Espanha a se libertar para tocar o terror. Como ficou claro, seu plano foi bem-sucedido, mas o custo que a equipe pagou foi alto demais: Nairóbi (Alba Flores) morreu com um tiro na testa, na frente de todos.

Portanto, como é o caso com o antigo diretor da Casa da Moeda e o experiente soldado, é muito fácil demonizá-lo. No entanto, ao passo que essa temporada enfatiza a masculinidade tóxica de Palermo, ela também o humaniza ao finalmente desenvolver seu amor por Berlim (Pedro Alonso).

Seu sentimento não era exatamente um mistério para ninguém. Quer dizer, se alguém desconhecia esse fato, Nairóbi o deixou muito claro em um de seus muitos discursos emocionantes. Quando os ânimos estavam exaltados e o grupo discutia o que era amor, a ladra jogou na cara de Palermo como ele não teve coragem de se declarar para seu melhor amigo e, com a morte de Berlim, ele nunca teria essa oportunidade.

A resposta sem rodeios da colega obviamente ressoou nele, mas apenas na Parte 4 ficou claro o por quê. Diferentemente do que acreditava a falsificadora, Palermo foi valente e chegou a admitir seus sentimentos, mas não teve o final feliz que sempre sonhou.

No seu último encontro com seu melhor amigo, o argentino ouviu as duras palavras: "Martín, você tem andado em círculos há anos com esse sentimento. Acho que está na hora de seguir em frente". Embora no primeiro momento tenha tentado desconversar e fingir não saber ao que Berlim se referia, Palermo, frustrado, eventualmente disse entender aonde ele queria chegar. Quando já tinha desistido de qualquer chance com Berlim, o charmoso ladrão deu uma pequena fagulha de esperança.

"Por favor, acha que eu não te amo? Também acho que o que temos seja extraordinário, único, maravilhoso. Conheço o amor, me casei cinco vezes. O que não falei é que jamais senti com aquelas mulheres o que sinto com você. Nem de perto", afirmou Berlim. Palermo, entendendo que tinha uma chance, beijou o amigo e, por um momento, sentiu seu afeto ser retribuído. Porém, sua satisfação durou pouco tempo. "Escuta, eu daria tudo para sentir isto, mas é impossível. Amo você, Martín. Mas meu irmão tem razão, temos que nos separar. E abandonar o plano”, disse Berlim se despedindo, com uma promessa de um dia voltarem a se encontrar.

Pedro Alonso e Rodrigo de La Serna em La Casa de Papel
La Casa de Papel/Netflix/Reprodução

Charmoso e carismático, Berlim sempre tirou proveito da paixão do amigo para ter seu ego inflado. Talvez por isso, na discussão com Nairóbi, Palermo tenha defendido que a lei do amor é baseada na existência de um amante e um amado. "O amante vive o relacionamento com paixão, devoção e romantismo. O amado apenas gosta de ser adorado. Ser amante não é ruim, não me entenda mal, por favor. Mas quer saber? Amantes sofrem demais, querida." E desse sofrimento ele entende bem.

É possível que este também seja o motivo para que ele tenha tentado reproduzir com Helsinki a relação doentia que tinha com seu melhor amigo. Depois de sentir tão intensamente a rejeição e a morte de Berlim, Palermo se certificaria de não ocupar a posição do amante novamente em qualquer relacionamento, independentemente com quem fosse. Helsinki, infelizmente, foi apenas vítima da bagagem do colega.

Por sorte, Palermo parece ter evoluído ao final da Parte 4. Enquanto Berlim o usou até o momento que fez sentido, o ladrão argentino teve a humildade de pedir perdão para Helsinki por tudo, incluindo a morte de Nairóbi, e propôs um recomeço da relação. Será que agora Palermo deixa de lado seu jeito vilanesco e embarca de vez na amizade com o bando? A resposta só teremos com uma eventual quinta temporada. Por ora, fica comprovado que há humanidade neste autoritário apaixonado.

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