O conselho de diretores do Sindicato dos Atores de Hollywood (SAG-AFTRA) aprovou nesta sexta-feira (10) o contrato provisório negociado com os principais estúdios (representados pela AMPTP) para encerrar a greve da categoria, que já durava quase quatro meses. Segundo o Variety, a aprovação, que era esperada, foi determinada por 86% dos votos da comissão.
O contrato provisório inclui um aumento de 7% na maioria dos salários mínimos da categoria, um novo bônus de participação de US$40 milhões para artistas que trabalham em produções de streaming que alcançam um certo patamar de sucesso, mais de US$1 bilhão em novos salários e financiamento de planos de benefícios, proteções contra o uso de inteligência artificial, exigência de coordenadores de intimidades presentes em todas as cenas de nudez e sexo simulado, serviços adequados de cabelo e maquiagem para todos os artistas com tons de pelo e cabelos diversos, entre outros.
Fran Drescher (The Nanny), presidenta do sindicato, também destacou a importância de abordar a IA nas negociações, que foi um dos últimos itens acordados durante as negociações do contrato – e um dos principais pontos de reclamação por parte da categoria: “Se não conseguíssemos inclui-lo nesse pacote, então o que estamos fazendo? Não estaríamos realmente capazes de proteger nossos membros da maneira que eles precisam ser protegidos... Se não conseguíssemos essas barreiras, como seria daqui a três anos?”
O comitê de negociação do sindicato disse que o contrato permitiria que "membros da SAG-AFTRA de todas as categorias construíssem carreiras sustentáveis" e que "milhares de artistas agora e no futuro se beneficiariam deste trabalho".
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O Comitê do SAG-AFTRA aprovou o acordo por unanimidade na última quarta-feira (8), conforme anunciado pelo sindicato. Com isso, a paralisação da categoria chegou ao fim às 00h01 de 9 de novembro, no horário de Los Angeles (5h01 no horário de Brasília).
Até os últimos dias de negociação entre o sindicato e os estúdios, a grande discordância era sobre o uso de inteligência artificial nas produções. No último sábado, dia 4, a AMPTP entregou o documento que descreveu como a "última, melhor e final proposta", sinalizando que se as negociações não fossem concluídas, as novas conversas aconteceriam apenas no ano que vem. Essa decisão afetaria ainda mais o calendário de lançamentos de Hollywood.
A paralisação não só barrava as filmagens de muitos projetos que contam com intérpretes filiados ao SAG, como também impedia a participação desses atores em eventos de imprensa para filmes que já estão completos.
O SAG-AFTRA também contava com a pressão adicional por parte dos roteiristas, que deflagraram greve em maio, mas chegaram a um acordo para a revisão dos contratos em outubro. Com o fim da paralisação dos roteiristas, algumas produções já retomaram as atividades.
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