Campeão absoluto no Troféu LGBTQ Teddy, entregue a Bixa Travesti e a Tinta Bruta, o cinema do Brasil botou mais dois prêmios na mala na manhã deste sábado (24) no 68º Festival de Berlim. Investigação sobre o cotidiano de refugiados da Síria, do Iraque e de outras nacionalidades nos hangares desativados de Tempelhof, o documentário Aeroporto Central, do cearense Karim Aïnouz, conquistou o Prêmio da Anistia Internacional. O já citado Tinta Bruta, ficção dos gaúchos Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, conquistou a láurea da CICAE, associação europeia de cineclubistas. Na premiação do júri popular da mostra Panorama, O Processo, uma investigação documental sobre o Impeachment de Dilma Rousseff, ficou no pódio dos preferidos do público, em terceiro lugar – na dianteira das ficções está o thriller Profile, de Timur Bekmambetov (de Procurado).
“Este prêmios são importantes para o Brasil, mas, no meu caso, a vitória de Aeroporto Central soma dividendos à conta corrente da representação do homem árabe, que tende a ser mostrado nas telas associado ao terror”, disse Aïnouz ao Omelete.
Esta noite, podem aparecer surpresas para a produção nacional também da seara dos curtas, pois nossos três concorrentes ao Urso de Ouro da categoria estão entre os títulos mais elogiados do evento: Russa, de João Salaviza e Ricardo Alves Jr.; Alma Bandida, de Marco Antônio Pereira; e Terremoto Santo, de Bárbara Wagner, Benjamin de Burca e Pedro Sotero.
A entrega das láureas do Júri Oficial da Berlinale, presidido pelo cineasta Tom Tykwer, está marcada para 19h. Três dos competidores também ganharam prêmios paralelos esta manhã. O Júri Ecumênico corou a comédia alemã In The Aisles, de Thomas Stuber, e deu menção honrosa ao terror U-July 22, de Erik Poppe. Já o Júri de Leitores do Jornal Berliner Morgenpost laureou a dramédia russa Dovlatov, de Alexey German Jr.