Após construir um sólido universo nos cinemas, a Marvel tem hoje a oportunidade de testar vários personagens desafiadores, como é o caso do Doutor Estranho, que teve seu filme lançado em 2016 e ganha sua versão em DVD e Blu-ray em 1º de março. Conhecido pelo visual marcante dos quadrinhos, o personagem chegou às telas sem deixar a desejar nesse quesito, e muito desse mérito é de Charles Wood, o diretor de arte da produção.
Com experiência em outros filmes do estúdio, como Guardiões da Galáxia (2014) e o ainda inédito Vingadores: Guerra Infinita, Wood diz que não vê o universo Marvel como uma coisa só, mas como um mundo repleto de possibilidades:
“Esses mundos em que trabalhamos, os sets que construímos, os mundos virtuais precisam ser feitos de formas bem diferentes um do outro. Na verdade, é isso o que mantém tudo isso evoluindo, e nos sentimos muito sortudos por trabalharmos nisso”.
Já o trabalho para levar o Mago Supremo aos cinemas começou muito antes das filmagens em si, incluindo muita pesquisa dos quadrinhos: “Compilamos muitas imagens e começamos a editar tudo para montar uma apresentação para o estúdio. Scott [Derrickson, o diretor] começou a reunir informações enquanto falávamos sobre o filme falou coisas como: aqui está uma foto de Katmandu, essa é a luz, essa é a paleta de cores que eu quero, por essa razão… Foi assim que tudo começou”.
No papel de diretor de arte, Wood teve a responsabilidade sobre toda a concepção visual do filme e revela quais foram os maiores desafios da produção: “Provavelmente trabalhar e conceber o multiverso, a dimensão espelhada, a dimensão negra, trabalhar em todos esses mundos e como trazer tudo isso à vida, como criar a experiência desses mundos dentro do cinema”.
Dimensão Espelhada
Marvel e o futuro
Com tantas ligações importantes entre seus filmes, é de se imaginar que o trabalho na Marvel seja repleto de restrições e regras, mas Wood garante que o ambiente dentro do estúdio é acolhedor e estimulante para novas ideias: “Eles sempre te encorajam a dar um passo a mais de onde você normalmente iria. E eles te escutam, independente de gostarem ou não da sua ideia, é sempre algo bem encorajador, principalmente para colocar suas próprias percepções. Eles querem que você opine nas coisas”.
Para o futuro do estúdio, o diretor de arte aposta em uma integração de departamentos como o de arte e efeitos visuais, que já dividem grande parte do processo criativo da produção:
“É [um trabalho] completamente simbiótico. Hoje em dia, principalmente, nesse tipo de filme que tem um grande conceito, e tenho certeza que no futuro será assim, o mundo do departamento de arte e o mundo do departamento de efeitos estão cada vez mais juntos, porque muitas vezes nos tornamos a mesma coisa. Posso ver isso pelas coisas que aconteceram no departamento de arte deste filme, estamos nos tornando a mesma coisa”.