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Filmes
Crítica

Dreams passeia entre devaneio e realidade para narrar história de amadurecimento

Crítica do vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim 2025

Omelete
4 min de leitura
26.06.2025, às 15H29.
Atualizada em 27.06.2025, ÀS 10H39
Dreams (Sex Love)

Créditos da imagem: Imovision

Johanne (Ella Øverbye) vive em sua cabeça. Isso é algo que fica claro muito antes da história de Dreams mostrar como sua crescente conversa com si mesma a leva aos extremos da gama de emoções humanas – basta ver o quanto o filme de Dag Johan Haugerud, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim, se apoia na narração da personagem para retratá-la como alguém perdida entre pensamentos e devaneios.

Johanne tem 17 anos, está no ensino médio, e não consegue ainda pôr em palavras o que está lhe afastando tanto da vida. No monólogo que rege o filme, a estudante reflete constantemente sobre as incertezas que a cobrem, e as poucas saídas deste marasmo se encontram na literatura, em particular num livro sobre o desejo proibido entre uma jovem e um homem mais velho. Talvez, sua forte reação àquela história seja o que a deixa pronta para se apaixonar tão rápido por Johanna (Selome Emnetu), uma artista têxtil com mais de 30 anos que assume o posto de professora de francês de sua escola. Talvez seja a semelhança de seus nomes. Mas, se acreditarmos em tudo que ela narra, e depois escreve num livro íntimo, aquele é um encontro do destino. Um onde cada troca de olhares é elétrica, e onde o encostar de peles pode gerar uma explosão.

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Dreams (Sex Love)
Imovision

Ou, talvez, esteja tudo em sua imaginação. A magia do filme de Haugerud – uma obra interessada no contraste entre os devaneios românticos que imaginamos e as verdades banais que os dissipam – está justamente em filtrar tudo pelos olhos da menina. Assim, ainda que não adote diretamente uma perspectiva de primeira pessoa, a câmera do cineasta passa a ser um portal para o intoxicante, e perigoso, mundo de uma adolescente perdida entre amores e ansiedades.

A força de Dreams, claro, está em dar margem para essa interpretação. Não há dúvidas de que Johanna gosta de sua aluna, especialmente depois dela apresentar um interesse pelo tricô, e as duas sem dúvidas gostam da companhia uma da outra. Mas isso é suficiente para justificar a paixão vulcânica de Johanne? Ou trata-se de uma garota impressionada com alguém que representa sua versão idealizada de uma adulta? Há tons de atração o suficiente para nos manter tensos, especialmente quando consideramos as idades das envolvidas, mas é quando os verdadeiros interesses do diretor-roteirista se apresentam que o filme realmente encontra sua identidade.

Por mais que Dreams seja interessante durante essa primeira hora – um mérito que vem da atuação de Øverbye, constantemente nos puxando para perto, e do visual efêmero que Haugerud usa para transformar a cidade de Olso num grande devaneio – é quando o amor de Johanne sai de sua cabeça para o mundo real que o filme atinge, valendo, seu potencial. Não entraremos em detalhes do que eventualmente acontece entre Johanne e Johanna, mas Dreams eventualmente sai do hipotético e coloca os detalhes desse relacionamento diante de outras pessoas.

Dreams (Sex Love)
Imovision

Isso se desenrola quando Johanne decide compartilhar o seu livro-diário com a avó Karin (Anne Marit Jacobsen), uma poetisa, e com a mãe Kristin (Ane Dahl Torp). A reação das duas ao conto varia, mas o mais importante é como Dreams então cria as circunstâncias ideais para colidir o que Johanne vê e o que os outros enxergam. Dreams não se apoia na ambiguidade, mas dá espaço para que cada visão do que está acontecendo, incluindo a de Johanna, seja explorada sem grandes julgamentos, e deste vai-e-vem Haugerud tira drama sensível, comédia inesperada e, mais importante, material cinematográfico de primeira.

Meio estudo da perda de inocência, meio filme de amadurecimento, meio documento sobre o poder da arte para nos ajudar a entender os outros (e a nós mesmos), Dreams – parte de uma trilogia que Haugerud compôs com Sex e Love – vê no desejo o combustível para muitas coisas. Ele pode partir nosso coração, atiçar nossa criatividade e nos motivar a cometer loucuras. Apesar disso tudo, porém, talvez nada no longa seja tão especial quanto sua franca análise do que acontece quando o desejo passa. Quem somos, depois de passar por seu crivo? Quem somos quando o sonho acaba?

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Nota do Crítico

Dreams

Dreams (Sex Love)

2025
110 min
País: Noruega
Classificação: 16 anos
Direção: Dag Johan Haugerud
Roteiro: Dag Johan Haugerud
Elenco: Ane Dahl Torp, Anne Marit Jacobsen, Selome Emnetu, Ella Øverbye
Onde assistir:
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