Faltava menos de um mês para a estreia de Barbie – que acontece nesta quinta (20) – quando a diretora Greta Gerwig conversou com o Omelete, em Los Angeles*. Mas, mesmo assim, ela ainda não acreditava que seu filme tinha sido liberado por todos os envolvidos, incluindo aí a Mattel, empresa por trás da boneca mais famosa do mundo.
“Eu ainda não consigo acreditar que nos deixaram fazer esse filme; havia tantas coisas que eu achava que não iriam [para a frente]”, contou ela. “Eu amei o roteiro que eu e Noah [Baumbach, seu parceiro de trabalho e de vida] escrevemos, e por isso quis dirigir. Mas pensei ‘bom, nunca vão nos deixar fazer isso’”.
Uma vez assistido ao filme, não é difícil entender o porquê. Para não revelar muito, basta dizer que Barbie tem um humor bem mais ácido do que você imagina, e torna até a Mattel alvo de piadas. “Eu sou muito grata à Warner Bros., à Mattel e a todos que nos apoiaram, porque eles foram muito corajosos em nos deixar fazer essa aventura doida e anárquica”, acrescentou Gerwig, conhecida por seus trabalhos em Lady Bird e Adoráveis Mulheres.
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O roteiro assinado por ela e Baumbach inclusive reconhece algumas das problemáticas em torno da própria Barbie. Afinal, embora a boneca já tivesse casa e carro em uma época na qual as mulheres não tinham direito nem a ter contas bancárias próprias, ao longo de seus 64 anos ela foi alvo de críticas por reproduzir um padrão de beleza irreal e por demorar a representar outros tons de pele.
“Nós não queríamos fingir que a Barbie sempre foi perfeita; nós queríamos realmente mergulhar nas formas em que ela é complexa, complicada; e, sabe, ela nem sempre está do lado certo da história, mas ela também está ajudando as coisas a evoluírem”, pontuou a cineasta.
Para Gerwig, reconhecer esse histórico nem sempre perfeito deixou a trama, protagonizada e produzida por Margot Robbie, muito mais interessante. “Ela não é boa nem ruim; ela está em algum lugar do meio, e acho que esse é o lugar mais frutífero para contar uma história”, disse. “Eu me lembro de dizer que tínhamos que incluir tudo isso. Não podemos nos esconder disso; não podemos fingir que não está lá porque senão iremos fazer o filme mais chato do mundo. Nós realmente temos que levar tudo isso conosco”.
O Omelete conversou também com o elenco de Barbie. Veja a conversa completa no vídeo no topo da página.
*A jornalista viajou a convite da Warner Bros. As entrevistas aconteceram no final de junho, antes da greve dos atores.