Foto de Você Nem Imagina

Créditos da imagem: Divulgação

Filmes

Lista

18 produções LGBTQI+ para conferir nos streamings

Plataformas têm várias obras para celebrar o Mês do Orgulho

28.06.2020, às 14H00.
Atualizada em 30.06.2020, ÀS 16H32

O Mês do Orgulho LGBTQI+ é celebrado em junho por um motivo importante. No dia 28 de junho de 1969, os frequentadores do bar Stonewall Inn (Nova York), em sua maioria gays lésbicas e trans, resolveram reagir após diversas batidas policiais no local. O movimento ganhou força de estabelecimentos ao redor e durou duas noites. Depois disso, começou a organização do que se tornou a primeira Parada do Orgulho LGBT, realizada em 1º de julho de 1970.

Desde então, a comunidade LGBTQI+ relembra o que aconteceu em Stonewall e usa o mês de junho para celebrar o orgulho e a diversidade, deixando claro também que, infelizmente, ainda há um longo caminho a percorrer contra o preconceito. 

Para marcar o Mês do Orgulho LGBTQI+, separamos abaixo 18 produções para conferir nos streamings com diferentes temáticas sobre a comunidade LGBTQI+.

Netflix: Pose

Criada por Ryan Murphy, Brad Falchuk e Steven Canals, Pose é situada em Nova York, no final da década de 80. A série mostra que Blanca (Mj Rodriguez) abriga jovens da comunidade LGBTQI+ que foram expulsos de casa. Nesse contexto ela conhece Damon (Ryan Jamaal Swain), um jovem dançarino cheio de talento que embarca com ela na cultura dos bailes - eventos em que a comunidade LGBTQI+ expressa sua arte e glamour. Pose é a série com o maior elenco trans da televisão até hoje e mostra como essa comunidade busca união para o bem de todos. Disponível na Netflix.

A série também é uma indicação de Lorelay Fox, que enviou suas impressões ao Omelete: "Pose é muito importante para a cultura LGBT. É uma série super atual, feita pelo Ryan Murphy - que já tem um histórico de séries que ele faz para um público jovem -. Aqui, ele conquista esse público novo com temas mais antigos: traz toda a história do movimento e principalmente das pessoas trans no auge da epidemia de HIV, no final dos anos 80, e revive essa cena LGBT de como era sobreviver numa Nova Iorque que discriminava muito os LGBT por causa do HIV… isso nunca era representado em lugar nenhum.

Pose também traz uma narrativa que a gente consegue se identificar bem no Brasil, 40 anos depois da história retratada: é o fato de que travestis, transsexuais, gays que são expulsos de casa e marginalizados, são adotados pelo próprio núcleo gay e formam uma família. Pose, acima dos bailes e performances, é sobre uma mãe trans que adota pessoas LGBT excluídas. Isso acontece até hoje… por mais que tenham se passado quatro décadas, e a gente ter evoluído muito no que diz respeito à HIV e preconceitos que se moldam em torno da doenças e do tratamento, em outros quesitos ainda temos os mesmos problemas - ainda mais levando em conta a vivência da comunidade LGBT que é preta, tratada na série, e tem que enfrentar o racismo, além da homofobia.

Sem contar que a série levou atores e atrizes trans aos holofotes, à premiações. É muito raro que atores gays, transsexuais, sejam contratados para participar de seriados. Isso sempre foi muito problemático na indústria de entretenimento, e reflete no próprio movimento, por conta da representatividade. Geralmente assistimos heterossexuais simulando o que seria a nossa vivência. Para nós faz toda a diferença ser representado por um dos nossos, até porque a história do personagem e a história real se colidem.

Tirando toda essa parte militante, também é uma série muito engraçada, gera identificação logo de cara, é divertida, tem um astral para cima, você torce pelos personagens… então mesmo se você não está interessado nessa parte LGBT histórica, a série te prende porque é incrível no todo".

Pose também é indicada por Klébio Damas, que mandou suas opiniões sobre a produção: "Pose é uma série muito importante para o público LGBT, além de ser a que mais fala sobre o assunto. A trama não é clichê, muito menos redundante. A história conta quando começou o movimento LGBT, no final da década de 80, e como as pessoas se portavam, isto é, pessoas gays e pessoas trans saindo de casa, diante do contexto de surto do HIV.

Todas essas temáticas não são tratadas de uma forma pesada, e a série acaba sendo divertida, com várias reviravoltas e com um amor muito forte pelas personagens. O maior ensinamento que ela pode te dar é a luta que todas as personagens passaram e isso inspira muito, pois a gente que houve pessoas que lutaram por nós.

Com tudo isso, a gente se sente representado, pelo fato de “Pose” retratar as várias letras do movimento LGBTQIA+, aumentando ainda mais a representatividade. Além disso, há várias situações retratadas, que infelizmente ainda acontecem atualmente, como o fato de vários adolescentes serem expulsos de casa, por exemplo.

Se eu fosse resumir a série em uma palavra, ela seria inspiração. Pose, além de entreter, nos dá força para continuar lutando nesta causa tão nobre e tão digna".

Netflix: RuPaul’s Drag Race

Quem assiste Pose vai encontrar algumas semelhanças dos bailes com os desfiles da competição. RuPaul’s Drag Race é um reality show que escolhe a melhor drag queen, com base em desafios de moda, atuação e improviso, além dos já citados desfiles com temas específicos. Muito além da moda, RuPaul’s Drag Race procura queens com personalidades fortes e características únicas. Além de ser responsável por apresentar a cultura drag para toda uma geração, o programa também toca em pontos importantes da comunidade LGBTQI+, já que os competidores abrem seus corações enquanto estão se montando como drags e falam sobre aceitação na família, relacionamentos e mais. Disponível na Netflix.

Netflix: Queer Eye

O reality da Netflix se tornou queridinho do público ao mostrar como 5 homens gays com uma sensibilidade e empatia imensas podem transformar a vida das pessoas. Queer Eye é uma versão moderna de Queer Eye for the Straight Guy, um reality do começo dos anos 2000 que tinha a mesma premissa, mas com foco na transformação de homens héteros. Na atualização da Netflix, Antoni Porowski (comida e vinho), Tan France (moda), Karamo Brown (cultura), Bobby Berk (design) e Jonathan Van Ness (visual e autocuidado) transformam a vida de todos os tipos de pessoas, sempre respeitando suas características e mostrando como elas já são especiais e só precisam de um empurrãozinho para ganhar o mundo.

Netflix: Sense8

Lançada em 2015, Sense8 é um marco em termos de representatividade. A produção criada pelas Irmãs Wachowski acompanha a vida de oito personagens que fazem aniversário no mesmo dia e têm uma ligação única, ultrapassando todas as barreiras e mostrando como o amor é possível de todas as formas. O elenco conta com a atriz trans Jamie Clayton e o elenco participou da Parada do Orgulho LGBTQ em São Paulo em 2016.

Netflix: Grace and Frankie

O interessante de Grace and Frankie é como ela fala sobre a dinâmica LGBTQI+ na terceira idade. Na trama da série, Sol e Robert resolvem assumir que se amam, após anos casados com Frankie e Grace, respectivamente. Com isso, a dinâmica de toda a família muda e a série acerta muito ao mostrar todo o carinho entre os dois e os desafios de se assumir após vários anos escondendo o sentimento.

Netflix: Elisa y Marcela

Ainda não muito conhecido, o filme espanhol da Netflix conta a história real de duas mulheres que se casaram na igreja em 1901. O longa mostra como as duas se conheceram, se apaixonaram e encontraram uma forma de selar seu amor na igreja: com uma delas vestida de homem.

Netflix: Sex Education

Como o título diz, Sex Education fala sobre sexo, especialmente durante a adolescência, deixando de lado vários tabus e incluindo também algumas discussões da vida adulta. Ao falar tão abertamente sobre o tema, a série deixa claro que não há uma “forma errada” de amar e também conta com Eric, personagem gay e negro com um grande destaque e desenvolvimento dentro da trama.

Netflix: Você Nem Imagina

Um dos filmes mais celebrados dos últimos meses da Netflix, Você Nem Imagina narra como a protagonista Ellie Chu descobre seus sentimentos pela colega de escola Aster. Uma das maiores qualidades do longa é focar na confusão dos sentimentos na adolescência e em todas as inseguranças de Ellie ao entender seu próprio coração. Delicado e certeiro. 

Netflix: Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

Esse filme brasileiro de 2014 merece todo o sucesso que tem. O longa acompanha a história de Leonardo, um jovem com deficiência visual que se apaixona por Gabriel, um aluno novo que chega na escola e muda toda a sua rotina. Assim como outros exemplos dessa lista, Hoje Eu Quero Voltar Sozinho fala da descoberta durante o período da adolescência e também acerta ao trazer o tema das pessoas com deficiência.

Netflix: A Morte e a Vida de Marsha P. Johnson

Marsha P. Johnson foi uma travesti e ativista norte-americana, que participou do Movimento de Stonewall e fundou organizações de apoio aos direitos da comunidade gay e trans, além de participar de movimentos contra a AIDS. Johnson morreu em 1992 e este documentário da Netflix investiga as circunstâncias de sua morte. É um filme importante para entender a luta LGBTQI+ de um modo geral e o legado deixado por Johnson.

Netflix: Orange is the New Black

Orange is the New Black tem sete temporadas e mostra a rotina de várias mulheres em uma penitenciária feminina. Por conta disso, a produção mostra histórias diversas, incluindo de personagens LGBTQIA+.

A série também é indicação de Pietra de Pinho, que enviou suas impressões ao Omelete: "Essa é uma série que eu gosto muito, apesar de na quarta temporada eu não ter curtido tanto, por achar que as séries não costumam apresentar um bom desfecho. A trama se passa dentro de uma penitenciária feminina e é muito bacana, porque tem um romance lésbico e o desenvolvimento de vários conflitos internos que acabam por torná-la mais interessante".

Globoplay: The L Word

Exibida originalmente entre 2004 e 2009, The L Word marcou época por mostrar com naturalidade a rotina de protagonistas lésbicas e bissexuais. As seis temporadas estão disponíveis no catálogo do Globoplay e a produção ganhou uma nova versão recentemente, chamada de The L Word: Generation Q, já renovada para a 2ª temporada e disponível no Brasil no Amazon Prime Video.

Globoplay: Will & Grace

Lançada em 1998 e encerrada recentemente após um revival, Will & Grace mostra a dinâmica dos protagonistas, um advogado gay e uma decoradora hétero, que dividem um apartamento em Nova York. Com 10 temporadas no Globoplay, a série é mais um exemplo de produção que marcou época e também evoluiu em termos de representatividade.

Prime Video: Transparent

Transparent é envolta em uma polêmica após o protagonista Jeffrey Tambor ser demitido após acusações de assédio. Ainda assim, para quem deseja assistir, a produção mostra a dinâmica de uma família após o patriarca Mort assumir que é, na verdade, Maura, uma mulher trans. Com isso, vários segredos de toda a família surgem e a produção mostra como é importante viver a sua verdade. As cinco temporadas estão disponíveis na Amazon Prime Video.

HBO: Batwoman

Disponível no Brasil pela HBO, a série do Arrowverse conta a história de Kate Kane, prima de Bruce Wayne, o Batman, que assume o manto de vigilante de Gotham quando o Homem-Morcego some. Kate é lésbica e a série acerta bastante ao mostrar suas cenas de romance com naturalidade e sensualidade, sem nunca sexualizar a personagem. A produção também acerta ao mostrar os preconceitos vividos por Kate no exército e até perante a cidade, após revelar sua sexualidade.

HBO: Gentleman Jack

Já renovada para a 2ª temporada, Gentleman Jack é baseada em fatos e conta a história de uma dona de terras que luta contra os preconceitos da sociedade inglesa do século 19 - tanto na sua profissão quanto na vida amorosa, já que quer casar-se com outra mulher. É interessante como a série aborda o tema da comunidade LGBTQI+ em uma época totalmente diferente, mas que gera identificação.

HBO: Euphoria

Uma das séries mais celebradas de 2019, Euphoria fala com muita veracidade sobre as angústias e alegrias de uma nova geração e inclui nisso a comunidade LGBTQI+. Além de ter como uma das personagens principais a jovem trans Jules, interpretada pela atriz e modelo trans Hunter Schafer, a série fala sobre sexualidade em suas várias maneiras e mostra como traumas afetam seus personagens de diferentes formas.

HBO: Todxs Nós

Série brasileira lançada este ano, Todxs Nós acompanha a história de Rafa, jovem pansexual e não-binárie que se muda para São Paulo em busca de aceitação, e vai para a casa de seu primo Vini, que é gay. A série propõe várias discussões sobre identidade de gênero, ao mesmo tempo que leva muita informação ao público, dentro de uma história que também diverte, especialmente pelo carisma de seus protagonistas.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.