Painel de Chorão: Marginal Alado na CCXP19

Créditos da imagem: Mariana Canhisares/Reprodução

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Não tinha como Chorão: Marginal Alado ser chapa branca, diz roteirista na CCXP19

Em painel com clima nostálgico, diretor Felipe Novaes e produtor Hugo Prata contam como foi levar vida do músico para as telas

Omelete
3 min de leitura
05.12.2019, às 21H32.

“Qualquer pessoa que teve alguma proximidade com o Chorão, ainda que seja só acompanhando sua trajetória, sabe que ele era isso: um turbilhão de emoções”, afirmou o mediador Edgard Piccoli na abertura do painel do documentário Chorão Marginal Alado na CCXP19. De fato, o cantor e compositor foi uma figura polêmica. Ao mesmo tempo que suas músicas se tornaram hino para uma geração de jovens no Brasil, o jeito impulsivo de Alexandre Magno Abrão o colocou em muitas confusões. Não à toa, o roteirista e produtor do longa Hugo Prata foi categórico: “não tinha como fazer um filme chapa branca”.

O próprio Piccoli, assim como seus antigos colegas de MTV Sarah Oliveira e João Gordo, tinham suas histórias com Chorão que comprovavam essa dualidade. Enquanto a apresentadora foi intimada a ver as composições do músico porque, segundo ele, ela não introduziu o clipe de "Rubão, o Dono do Mundo" da melhor maneira no Disk MTV, João Gordo chegou a apanhar do frontman do Charlie Brown Jr nos bastidores do VMB. “Tive que pegar uma faca”, disse, rindo.

O impasse, porém, não terminou em violência. Na realidade, acabou de forma bem amigável. “Depois, na festa, Chorão chegou e falou ‘vamos parar com isso?’. Então, ele começou a meio que chorar porque eu tinha falado mal da banda dele e eu entendi de onde veio o apelido. Aí começou uma amizade bem legal entre a gente”.

Com relatos do trio, além de nomes como Serginho Groisman e Digão, o filme compila diferentes histórias sobre o artista, mas também sobre sua vida pessoal. “Para colocar em 70 minutos os 42 anos de um cara tão rico, a gente precisou fazer escolhas. Precisamos discutir o que queríamos contar”, disse Prata.

A dupla optou por mostrar os primeiros passos de Chorão como músico até o momento em que tudo desmoronou emocionalmente. “A gente queria mostrar que ele tinha um lado muito mau, que ia para as manchetes do jornal, e outro muito benevolente”, continuou Prata. “Ele era tipo um gangster brasileiro, né? Aquele cara que é agressivo, mas super bondoso com sua comunidade”.

“A gente teve um cuidado bem grande para mostrar os problemas que ele teve por causa da droga, sem glamourizar. Tentamos ser críticos, porque nada justifica ele não estar com a gente hoje”, frisou Prata. Para a dupla, era importante respeitar a história do Chorão, mas também propor discussões com o público de forma honesta. Mas, com uma missão tão complicada, ele e o diretor Felipe Novaes descartaram no processo não apenas a primeira versão do roteiro, como o primeiro corte do filme.

“Ele podia estar aqui com a gente. Ninguém teve coragem de colocar um limite, de interná-lo”, lamentou João Gordo, ao que Sarah Oliveira respondeu: “a Grazi [esposa do músico] tentou muito, mas sozinha. E ainda saiu de vilã…país machista!”.

Sete anos após a morte do cantor, Chorão: Marginal Alado chega aos cinemas, em 2020. “A gente está vivendo um momento de extremos. Então acredito que esse filme vem a calhar”, concluiu o diretor.

A CCXP19 acontece de 5 a 8 de dezembro, no São Paulo Expo, com todos os ingressos esgotados. Acompanhe a cobertura do Omelete no site, Twitter, Facebook, Instagram e TikTok, além das lives no canal do YouTube. O destaque desta quinta (5) é o painel de Aves de Rapina, com as presenças de Margot Robbie, Mary Elizabeth Winstead, Ella Jay Basco, Jurnee Smollet-Bell e da diretora Cathy Yan. Confira a programação da nossa live na Arena Omelete.

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