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Música
Artigo

Batman | Nostalgia e grandiosidade marcam trilha de Michael Giacchino

Composição pauta intensidade emocional do filme e traz homenagens a Batman: O Retorno

Omelete
5 min de leitura
NG
11.03.2022, às 17H43.
Atualizada em 11.03.2022, ÀS 18H32
Batman

Créditos da imagem: Warner Bros./Divulgação

[Spoilers de Batman à frente]

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Sempre que foi para as telonas, o Batman veio acompanhado de uma trilha sonora espetacular e icônica. E com o novo filme não foi diferente. Se “Something In The Way”, do Nirvana, antecipou o isolamento e solidão do protagonista vivido por Robert Pattinson no primeiro trailer, a palhinha da trilha de Michael Giacchino ouvida nas prévias deu à Gotham de Matt Reeves uma atmosfera misteriosa, passando uma sensação alarmista sobre os perigos que assombram cada beco da cidade fictícia. Embora já fosse esperado que o vencedor do Oscar criasse algo icônico para a nova empreitada do Cavaleiro das Trevas nos cinemas, seu trabalho no longa superou expectativas ao não só ajudar na construção desse novo universo, mas na forma como pautou emocionalmente cada cena do longa.

Não que a manipulação do público por meio da trilha sonora seja algo revolucionário. Dos primórdios do Cinema Mudo ao auge dos blockbusters, a música tem sido essencial na construção de suspense, emoção e medo. Em Batman, no entanto, Giacchino faz da trilha original um personagem à parte que, quase como um narrador onisciente, guia os sentimentos não só do público, mas dos protagonistas retratados.

O principal exemplo desse perfil psicológico e emocional traçado pela música de Batman é obviamente mais perceptível quando o Cavaleiro das Trevas é visto em cena. Usando batidas comedidas e uma releitura de “Ave Maria”, Giacchino ilustra o eterno sentimento de luto vivido por Bruce Wayne desde o assassinato de seus pais. Mesmo em cenas de ação, em que a trilha assume acordes mais agressivos, há uma inevitável melancolia que reforça a fragilidade emocional do Morcegão mesmo quando ele tenta personificar o sentimento de vingança.

Medo também é uma das grandes sensações passadas pela composição de Giacchino. Enquanto Reeves usa ângulos e elementos do terror para ilustrar o horror que o Batman causa nos adversários, Giacchino se aproveita de notas estridentes e repentinas para acompanhar cada susto e soco que o Cavaleiro das Trevas dá nos criminosos. Essa sintonia entre direção e trilha atinge seu ápice em um dos momentos mais intensos de Batman, quando o herói persegue o Pinguim (Colin Farrell) a bordo do batmóvel. Quando a câmera foca no mafioso, o compositor trabalha o imediatismo da cena com rápidas batidas, que ditam o ritmo da perseguição alucinada pelas ruas de Gotham. Essa sessão rítmica se alterna com o já icônico “tan-dam” do tema principal do longa, que sobe de forma colossal toda vez que os faróis do possante do Cruzado encapuzado iluminam o retrovisor de Cobblepot.

Sensualidade e nostalgia

Mas não é só de medo e suspense que vive Batman. O filme também é cheio de humor e sensualidade, algo que se reflete diretamente no trabalho de Giacchino. Enquanto sua trilha fique mais comedida em momentos mais leves, como nos diálogos entre Bruce e Alfred (Andy Serkis), as cenas que o bilionário compartilha com Selina Kyle (Zoë Kravitz) vêm acompanhadas de músicas que lembram temas das famosas femme fattales, levando a tensão sexual entre o Morcego e a Gata para outros níveis. A composição para a nova Mulher-Gato, aliás, é uma das muitas homenagens de Giacchino à versão da personagem vivida por Michelle Pfeiffer em Batman: O Retorno.

Essa semelhança com a composição original feita por Danny Elfman para o filme de 1991 também não é aleatória. Ciente que o público de Batman é formado por diferentes gerações de fãs, Giacchino inseriu notas e acordes esporádicos que lembram aqueles usados nos filmes de Tim Burton. Além do tema da Mulher-Gato, que mistura elementos apaixonantes e melancólicos para refletir o arco da personagem, o próprio Cruzado Encapuzado de Michael Keaton é lembrado pela trilha sonora do novo longa, que emula os acordes iniciais do trabalho de Elfman toda vez que o Battinson aparece imponente na telona.

Isso não quer dizer, de forma alguma, que falte originalidade no trabalho de Giacchino. O uso dessa nostalgia sonora na trilha remete aos tempos em que Selina e Bruce se agrediam pelos telhados da Gotham gótica de Burton, mas também realça as diferenças entre as versões da história do casal de vigilantes. O tesão e o desequilíbrio dos temas de 1991 continuam presentes, mas perdem importância para o afeto, admiração e compreensão mútua que começa a ser construída entre Batman e Mulher-Gato à medida que eles avançam em sua investigação.

Nasce um herói

Se Giacchino passou quase todo o filme ajudando a mostrar o Batman como uma figura fria e aterrorizante, ele é talvez o principal responsável por evidenciar sua transformação em um símbolo de esperança. Visto às claras pelo povo de Gotham após os atentados do Charada, o Morcegão agora vem acompanhado de uma versão mais leve e quase divina do tema principal do filme, confirmando a mudança na mentalidade de Bruce perante à sua forma de combater o crime e na forma como os cidadãos passam a enxergar o vigilante.

Batman é, de modo geral, um filme limitado a si mesmo. Mesmo que plante ideias que podem ou não se tornar derivados e sequências no futuro, o longa conta uma história contida, que começa na escuridão dos becos de Gotham e termina com o Cavaleiro das Trevas se colocando em evidência para conquistar a confiança do povo da cidade. Cada passo percorrido por esse caminho é acompanhado de uma composição inspirada de Giacchino, que consegue dar à produção uma atmosfera tão épica quanto intimista, entregando uma das trilhas sonoras mais icônicas da história do Homem-Morcego nos cinemas.

Batman já está em cartaz nos cinemas brasileiros e chega à HBO Max no dia 17 de abril.

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