Indicada ao Oscar de melhor coadjuvante por seu trabalho em Babel (2006), a atriz mexicana Adriana Barraza vai ser homenageada esta noite em Cancun com um troféu de honra pelo conjunto de sua carreira na festa anual do Prêmio Platino, láurea que celebra a latinidade nas telas. E entre os feitos na trajetória que a levarão ao tributo deste domingo há uma inusitada conexão com o universo Marvel: ela trabalhou em Thor (2011), com Chris Hemsworrth, mas foi avisada por seu diretor, Kenneth Brannagh, que sua participação caiu na montagem. Mas isso não gerou ressentimento da veterana estrela e diretora de TV de 62 anos com os super-heróis da Casa das Ideias. Durante a coletiva de imprensa dos Platino em honra de seu histórico no cinema, realizada ontem no México, ela encheu a bola de Vingadores: Guerra Infinita.
“Meu neto quer muito ver este filme e fica muito feliz quando encontra esses heróis nas telas. Logo, eu fico muito feliz em vê-lo feliz. E não é só ele: Os Vingadores agrada o público em geral de uma maneira direta. E eu sou parte desse público. Este filme alimenta o amor pelo cinema em muita gente”, diz Adriana, que falou com carinho da experiência em Thor.
Segundo a atriz, hoje envolvida com a comédia Loca Por El Trabajo, ainda inédita, Brannagh foi um cavalheiro ao explicar o que houve.
“Eu passei 15 dias naquele set podendo ver como aquele grande ator e diretor trabalha, o que já valeu tudo. Porém, o mais bonito que aconteceu nesse processo foi ter recebido um comunicado delicadíssimo dele explicando que minhas cenas caíram. Eu dirijo televisão há anos e sou produtora. Cortes desse tipo são parte de nosso trabalho. Jamais ficaria desapontada com ele, sobretudo depois do que aprendi com ele”, diz Adriana. “Foi ótimo trabalhar com Natalie Portman e estar perto de Thor”.
A entrega do Troféu Platino será transmitida pelo Canal Brasil a partir das 23h deste domingo, até 1h. Ganhadora do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em março, a produção chilena Uma Mulher Fantástica, de Sebastián Lelio, é a campeã de indicações por aqui, concorrendo a nove prêmios, fora o de júri popular, que foi entregue previamente a ela. Seus concorrentes de mais peso são Zama, da argentina Lucrecia Martel (com oito indicações), e Últimos Dias em Havana, do cubano Fernando Perez (com sete).