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Clube da Luta | Final explicado

Filme estrelado por Brad Pitt e Edward Norton causa controvérsia até os dias atuais

4 min de leitura
FB
12.12.2025, às 09H00.

Hoje elevado ao status de filme cult, Clube da Luta não foi exatamente um sucesso à sua época de lançamento. O longa de David Fincher (A Rede Social) teve um desempenhou decepcionante nas bilheterias de 1999, arrecadado menos que o dobro do próprio orçamento – e tampouco logrando aplausos unânimes da crítica.

Foi necessário um certo passar dos anos para que tanto o grande público como os especialistas em cinema redescobrissem a obra, que ganhou uma valorização tardia graças a seu teor crítico, ao roteiro e direção habilidosos e àquele que é considerado como um dos melhores plot twists da história de Hollywood.

Do que se trata Clube da Luta?

O filme gira em torno de um protagonista anônimo, conhecido ao longo de toda a história apenas como “o Narrador” (Edward Norton). Trata-se de um homem que goza de um padrão de vida confortável, graças a seu trabalho em uma companhia de seguros – mas vive atormentado por um implacável vazio existencial, que se manifesta mais concretamente em uma insônia constante.

Ao retornar de uma viagem de negócios, o Narrador descobre entre seus companheiros de voo o vendedor de sabonetes Tyler Durden (Brad Pitt), com quem estabelece uma conexão imediata. Crítico ferrenho das mesmas contradições capitalistas que incomodam o Narrador, Tyler parece, ao contrário dele, disposto a investir diretamente contra as injustiças e a opressão advindas desse sistema.

Movidos por essa revolta em comum, os dois se unem para formar o Clube da Luta, organização secreta onde homens se reúnem para extravasar suas fúrias e frustrações, pessoais e ideológicas, com confrontos físicos sem maiores propósitos, observando um conjunto de regras simples, porém claras.

O que era para ser, entretanto, apenas uma válvula de escape coletivo logo vai sendo transformado por Tyler uma espécie de seita messiânica, denominada “Projeto Destruição” – que, como seu próprio nome sugere, está disposta a apelar para atitudes radicais com o propósito de derrubar o sistema.

No meio de todo esse caos físico e ideológico, está Marla Singer (Helena Bonham Carter), uma mulher excêntrica e enigmática que desperta sentimentos ambíguos no Narrador – mas acaba mesmo se tornando amante é de Tyler.

Dois homens em um

A trama sofre uma reviravolta quando, em certo ponto da história, o protagonista é “confundido” com Tyler por um membro do projeto. Aturdido com esse episódio, ele telefona para Maria perguntando pelo “sócio”, e recebe da moça a confirmação de que é o próprio Durden.

O fundador do Projeto Destruição, então, materializa-se diante do Narrador para confirmar que os dois são, de fato, a mesma pessoa. Na verdade, o protagonista sofre de transtorno dissociativo de identidade, e criou o alter-ego Tyler como uma projeção de tudo aquilo que gostaria de ser, mas não tem coragem ou não se sente capaz de incorporar à sua personalidade-padrão.

O mais grave, porém, ainda está por vir: Tyler e seus aliados organizaram um atentado explosivo contra as sedes das maiores operadoras de crédito do mundo, no objetivo de destruir os registros das dívidas de milhões de cidadãos e dar, assim, um golpe certeiro no sistema.

Desesperado diante da catástrofe iminente, que resultaria na morte de centenas de inocentes, o Narrador corre contra o tempo para tentar desarmar as bombas, mas acaba novamente dominado por sua contraparte radicalista, que o leva a um prédio com vista privilegiada para assistir às explosões que estão prestes a ocorrer.

Mantido sob a mira de um revólver por Durden, para não tentar mais nada contra seu plano messiânico, o Narrador se recorda de repente que ele e o vilão compartilham o mesmo corpo – e que, portanto, é em suas próprias mãos que se encontra a arma que o ameaça.

O protagonista então puxa o gatilho, atingindo a própria bochecha. A bala, porém, atravessa o crânio de Tyler, que cai “morto” e desaparece de diante do Narrador – simbolizando a morte do alter-ego assassino do protagonista, deixando “viva” apenas sua personalidade civilizada e conscienciosa.

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O local é então invadidos por capangas de Durden, que trazem Marla sequestrada a mando do chefe. Fingindo ainda ser Tyler, o Narrador dispensa os funcionários e ordena que o deixem a sós com a “refém”. Ele então se revela à moça e, num tom sereno e aliviado, garante que seu outro “eu” não vai mais causar problemas.

Nesse momento, os dois são interrompidos pelas explosões dos edifícios que Tyler bombardeou, pegando Marla de surpresa. O Narrador, porém, toma a mão dela para acalmá-la e mantém-se sereno diante de tamanho o caos, como que aceitando o que não pôde evitar – ou apenas se autoeximindo da culpa pelos crime grotescos que sua contraparte, agora já silenciada, cometeu.