O Massacre da Serra Elétrica é uma história real? Entenda
Filme de 1974 é considerado um dos pioneiros no subgênero do terror slasher
Impossível se falar em cinema slasher sem citar O Massacre da Serra Elétrica. Produzido em 1974, com custos modestos, o filme de Tobe Hopper (Poltergeist: O Fenômeno) arrecadou dez vezes o valor do próprio orçamento e consagrou-se como um dos pioneiros no subgênero dos filmes de terror estrelado por serial killers.
Boa parte desse sucesso se deveu não apenas ao teor (realmente aterrorizante) da obra, mas também à campanha certeira de marketing usada em seu lançamento e divulgação. À época da estreia nos cinemas, muita gente comprou o ingresso especialmente atraída pela ideia de que o enredo era “baseado numa história real”.
Mas, afinal de contas, os acontecimentos mostrados no longa realmente aconteceram de fato?
De que se trata O Massacre da Serra Elétrica?
A trama do filme tem início com a viagem dos irmãos Sally (Marilyn Burns) e Franklin (Paul A. Partain) para o Texas, alarmados por uma notícia sobre a vandalização de túmulos no cemitério onde seu finado avô está enterrado.
Acompanhados pelos amigos Kirk (William Vail) e Pam (Teri McMin) e pelo namorado de Sally, Jerry (Allen Danziger), eles se tranquilizam ao ver que a tumba do ente querido se encontra intacta e decidem voltar imediatamente para casa.
Acabam, porém, ficando sem combustível e são obrigados a parar para pedir ajuda na antiga fazenda da família de Sally e Franklin – apenas para descobrir que o local agora é habitado por um bizarro clã de assassinos canibais.
O líder dessa trupe doentia é Leatherface (Gunnar Hansen), homem que nutre uma obsessão doentia por carne humana e, num verdadeiro show de horrores, começa a dizimá-los um a um, usando para isso sua indefectível motosserra.
Inspiração indireta
A bem da verdade, ao contrário do que diziam as chamadas publicitárias, O Massacre da Serra Elétrica não foi inspirado em um caso real específico. Conforme Tobe Hopper admitiria mais adiante, a ideia para o filme foi tirada da cobertura midiática sobre os diversos casos de assassinatos em série que se alastraram pelos Estados Unidos nos anos 60 e 70.
Houve, entretanto, um personagem específico que contribuiu, em muito, para a criação da história sombria: Ed Gein, assassino real que, recentemente, teve sua trajetória retratada na série Monstro: A História de Ed Gein, lançada este ano pela Netflix.
Ed, assim como o vilão fictício Leatherface, era obcecado por carne humana. Ele costumava violar túmulos nos cemitérios de Plainfield, onde vivia, a fim de roubar os cadáveres e usar a pele e ossos em decomposição como itens decorativos. (Não à toa, o evento que desencadeia O Massacre da Serra Elétrica é uma violação massiva de tumbas.)
Gein também usava a pele dos cadáveres que roubava (e das vítimas que assassinava) para confeccionar máscaras faciais. Há relatos de que ele costumava vestir roupas femininas e máscaras de mulheres mortas para reproduzir dentro de casa a presença de sua finada mãe – uma mulher controladora e fanática religiosa, por quem ele em vida nutriu verdadeira devoção.
Esse elemento foi reaproveitado na construção de Leatherface, que por vezes surge nas cenas do filme com o rosto coberto por máscaras de pele feminina, geralmente enquanto executa tarefas domésticas ou tem outras atitudes socialmente relacionadas ao estereótipo do gênero.
Pode-se dizer, portanto, que Ed Gein e sua trajetória criminal foram o caso real mais específico a ter servido de inspiração para O Massacre da Serra Elétrica – embora, ao contrário do que alardeava o lançamento do filme a seu tempo, os fatos mostrados na narrativa sejam mormente fictícios.
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