Helstrom | O que esperar da nova série de horror da Marvel
Criador e elenco revelaram segredos da produção na San Diego Comic-Con
Helstrom, a série de terror baseada em HQs da Marvel, era motivo de grande curiosidade por parte dos espectadores da versão virtual da San Diego Comic-Con. Com estreia marcada para outubro, a produção chegou ao evento cercada de mistério, tendo revelado pouco mais que uma sinopse e fotos do primeiro episódio. Porém, em uma apresentação “assombrada”, o programa mostrou a que veio e revelou não apenas um teaser inédito, como alguns de seus segredos.
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Conheça abaixo as principais revelações do painel de Helstrom na Comic-Con.
Horror e mais horror
O painel de Helstrom teve um início tocante, já que seu criador e showrunner Paul Zbyszewski pediu a palavra para falar sobre o “verdadeiro horror”, se referindo a episódios de racismo no mundo real, como o assassinato de George Floyd nas mãos de um policial. Após passar a palavra para os atores June Carryl e Robert Wisdom compartilharem suas vivências e opiniões sobre o tema, o primeiro teaser da série foi exibido.
A prévia apresenta os irmãos Daimon (Tom Hunter) e Ana (Sydney Lemmon), que vão visitar sua mãe Victoria (Elizabeth Marvel) em um sanatório. Acontece que quem responde aos filhos é seu pai, que, ao que tudo indica, é um demônio. Curto, teaser serviu para demonstrar o tom da série, que vai intercalar momentos de horror sobrenatural com uma crescente tensão criada pelos traumas de seus personagens.
Casos de família
Mais do que uma história de horror, Helstrom vai abordar os traumas de uma família fragmentada. Comentando sobre o teaser, Paul Zbyszewski não fez mistério ao revelar que o lado sobrenatural da produção está diretamente à figura do pai, já que nas HQs Daimon Helstrom é chamado de Filho de Satan.
O criador revelou que muito da história é ancorado no significado de família, tanto no sentido biológico, que diz respeito a heranças genéticas literais, como também sobre a família que formamos a partir de nossas escolhas. Para Tom Hunter, a relação de Daimon com sua irmã é um bom exemplo dessa dinâmica, já que mesmo compartilhando o mesmo sangue eles são muitos distantes, e que a história se baseia muito no reencontro deles como adultos que precisam superar seus traumas de infância.
Personagens complexos
Outro ponto reforçado pela equipe da série é que “família” vai além dos irmãos Helstrom e sua mãe Victoria, justamente pela forma como eles se relacionam com outros personagens envolvidos em sua jornada.
Um exemplo está na conturbada relação entre Daimon e Gabriella Rosetti, uma mulher vinda do Vaticano para ajudar o rapaz em sua jornada. “No começo foi estranho perceber que eles estão no mesmo time, mas no decorrer da temporada ela sente que são parecidos, principalmente porque ela começa a ter mais empatia ao descobrir a história da família dele”, revelou a atriz Ariana Guerra. O mesmo pode ser dito sobre Chris Yen e Ana, que dividem uma proximidade que ela não tem nem mesmo com seu irmão Daimon. “Eles compartilham um caminho e uma forma de se curar”, revelou o ator Alain Uy.
O contrário de herói batendo em herói
Ainda que tenha restado muitos mistérios sobre a Helstrom, é possível afirmar que a produção não vai ser uma adaptação tradicional para os quadrinhos de super-heróis. Ao comentar sobre a complexidade dos personagens, Zbyszewski deixou claro que ficou orgulhoso da forma como a produção tomou forma.
“Foi muito divertido brincar com isso, ao contrário de ser apenas herói batendo em herói, sabe? Se não há emoção em suas raízes, se não tem moralidade em jogo entre bem e mal… Por que contar essa história?”, refletiu o showrunner.
Referências aos quadrinhos
Mesmo que tenha o claro intuito de se afastar de outras produções baseadas em quadrinhos, a série deve recompensar os leitores da Marvel. Por diversas vezes, o showrunner e o elenco comentaram sobre easter eggs e referências deixadas para os leitores das HQs.
Ao comentar sobre o personagem Caretaker, Paul Zbyszewski revelou que precisaram atualizar o personagem, já que sua versão dos quadrinhos poderia não funcionar na tela. A forma de homenagear sua versão original foi fazer com que ele utilize uma pá no primeiro episódio. “Há easter eggs dessa forma, acenos para todos os personagens dos quadrinhos, então demos uma pá para o Bob”, riu.