Em um comunicado feito pela família nesta segunda-feira (09), foi anunciado que Sly Stone, musicista que comandou a Sly and the Family Stone, morreu aos 82 anos. O músico estava lutando contra uma doença pulmonar crônica.
"Após uma longa batalha contra a DPOC [doença pulmonar obstrutiva crônica] e outros problemas de saúde subjacentes, Sly faleceu em paz, cercado por seus três filhos, seu amigo mais próximo e sua família", diz um comunicado da família. "Embora lamentemos sua ausência, nos consolamos em saber que seu extraordinário legado musical continuará a ressoar e inspirar as gerações futuras."
Nascido Sylvester Stewart no Texas e criado na Califórnia, Stone foi um prodígio musical desde a infância. Multi-instrumentista, destacou-se no cenário musical de San Francisco nos anos 60 como produtor e DJ antes de fundar, em 1966, o revolucionário grupo Sly and the Family Stone — uma banda multirracial e mista de gêneros que fundiu soul, funk e rock. Hits como “Dance to the Music”, “Everyday People” e “I Want to Take You Higher” catapultaram o grupo ao estrelato, culminando na histórica apresentação no festival de Woodstock em 1969.
No entanto, o sucesso deu lugar ao declínio. A partir dos anos 70, o abuso de drogas por parte de Stone e sua reclusão em estúdios caseiros levaram à deterioração da banda. O álbum sombrio There’s a Riot Goin’ On (1971) alcançou o topo das paradas, mas refletia o caos interno. Integrantes deixaram o grupo, e os lançamentos seguintes perderam força comercial. Tentativas de ressurgimento, como o álbum Fresh (1973) e um casamento midiático com Kathy Silva, fracassaram. O relacionamento terminou pouco depois, com denúncias de violência.
Após o fim do contrato com a Epic, Stone lançou discos pouco expressivos e caiu no ostracismo nos anos 80 e 90, com aparições marcadas por prisões e problemas financeiros. Mesmo após um breve retorno nos anos 2000 — incluindo uma aparição no Grammy de 2006 e shows na Europa e no Coachella — sua presença era errática. Em 2011, foi revelado que ele vivia em uma van em Los Angeles. Em entrevistas, implorava por oportunidades: "Por favor, diga a todos, por favor, para me dar um emprego, para tocar minha música"
Apesar de breves colaborações e uma tentativa fracassada de retorno com o álbum I’m Back! (2011), sua carreira nunca se reergueu. Stone deixa filhos com Kathy Silva, a trompetista Cynthia Robinson e a musicista Novena Carmel. Seu legado, porém, permanece como um dos pilares do funk psicodélico e da música negra nos EUA.
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