Sam Smith, Björk e mais: os lançamentos musicais imperdíveis de setembro
Rina Sawayama, NCT 127 e Jackson Wang também movimentaram o mês
Créditos da imagem: Björk, Sam Smith com Kim Petras e Supla (Reprodução/Montagem Omelete)
Mais um mês se foi, e com ele uma leva bem diversificada de música de qualidade. Sam Smith voltou sacudindo as pistas de dança ao lado de Kim Petras, enquanto a diva mexicana Julieta Venegas, o cantor chinês Jackson Wang, o boy group coreano NCT 127, popstar britânica Rina Sawayama, e o ícone islandês Björk garantiram que a nossa lista ficasse verdadeiramente global! Ah, e tem uma surpresinha brasileira no final também… Confira:
“Unholy” - Sam Smith feat. Kim Petras
Com apenas um trecho divulgado no TikTok de Sam Smith, “Unholy” ficou entre as mais escutadas na plataforma com direito a trend antes do lançamento oficial, no último dia 22. A batida marcante, o instrumental sexy e um coral gospel, feito em parceria com Kim Petras, foi o suficiente para alcançar o topo das paradas no Spotify Global com mais de 6 milhões de reproduções. Ainda não há informações sobre o disco, título, tracklist ou arte da capa de Sam Smith, mas, se depender do single, podemos esperar o cantor se jogando na pista com ritmos dançantes e muita sensualidade. (Giovanna Breve)
“I’m in Love With You” - The 1975
“Posso resumir para você/ É bem simples e vai mais ou menos assim/ Estou apaixonado por você”, canta Matty Healy no refrão viciante de “I’m in Love With You”, de longe a confecção mais pop e acessível do The 1975 desde… “TooTime TooTime TooTime”, talvez? Há pelo menos dois ciclos de álbum, é o que queremos dizer. A produção de Jack Antonoff parece ter devolvido à banda britânica a vontade de ser grudenta, de brincar com a cultura pop e testar o seu lugar nela. E não é que a gente não tenha amado o The 1975 mais experimental que surgiu nos últimos anos, mas… que saudades!
“Mermaid” - ONEUS
O começo com a guitarra e o sintetizador se entrelaçando para construir uma batida semi-tropical é a promessa que o ONEUS trata de cumprir pelos 3:20 de “Mermaid”, facilmente a melhor canção do disco Malus, lançado pelo grupo de k-pop no começo do mês. As harmonias do refrão são hipnotizantes, o ritmo impecável dos versos (e dos raps!), que mantém a faixa em constante movimento, e a produção limpa são o combo perfeito para lembrar que o romantismo desavergonhado de uma boa canção de boy band nunca fica ultrapassado.
“Stars Align” - Tom Chaplin
O Keane pode não ter se tornado a mega-banda que o começo de sua carreira prometeu, mas os irlandeses ainda sabem compor melodias tocantes. A prova mais recente é Midpoint, segundo álbum solo do vocalista Tom Chaplin - e “Stars Align” é talvez a demonstração mais precisa desse talento. Levada toda por violão, teclado e pelo tom estratosférico impecável de Chaplin, a faixa é daquelas que transporta e eleva o ouvinte pelos quase 5 minutos que ela dura. Sem contar a letra cheia de insight: “Se sentir vazio é ansiar por algo/ E quando esse algo chega, você anseia por outra coisa”.
“F=mw²r” - G.E.M.
No mês passado já falamos por aqui do Revelation, álbum conceitual da cantora pop chinesa G.E.M., que estava lançando dois clipes por semana. Em setembro o projeto chegou ao fim, contando uma história de ficção científica completinha e sinceramente emocionante. A peça mais importante do quebra-cabeças este mês foi “F=mw²r”, tanto em seu clipe cheio de reviravoltas quanto na música, um épico new wave com sintetizadores propulsivos e sonhadores se impondo no instrumental enquanto a cantora desfila um tom mais grave do que o usado em outras canções.
“Te Encontré” - Julieta Venegas
Ícone do pop mexicano, Julieta Venegas provou que segue inimitável com “Te Encontré”. Se servindo de bateria eletrônica, violão, baixo e teclado com parcimônia, mas senso melódico impecável, ela criou mais uma pérola pop que não vai sair da sua cabeça, e que não passa vergonha perto de clássicos como “Lento” e "Limón y Sal”. A cereja no bolo é a letra deliciosamente romântica, que fala sobre encontrar um amor após perder a esperança nele. Aguardamos o álbum, Julieta!
“Surrender” - Lee Changsub
Não vamos mentir: queríamos muito que “Surrender”, solo de Lee Changsub (integrante de longa data do BTOB), tivesse 30 segundos a mais. A exigência mercadológica dos singles curtos faz com que essa brilhante composição pop termine um pouco antes do que devia, mas isso não apaga o refrão absurdamente viciante, remanescente da disco music; os vocais impecáveis do idol, sempre um mestre da interpretação ao microfone; e o clipe charmosíssimo, em que Changsub se vê hipnotizado por uma dançarina misteriosa.
“Three” - KT Tunstall
Na melhor tradição de “Through the Dark”, “(Still a) Weirdo” e “On My Star”, KT Tunstall cria mais uma canção folk reflexiva sobre amadurecimento que pega o ouvinte pelo coração e não o larga até o final. Por cima de um violão elaborado e dançando ao redor de reproduções delicadas da própria voz, a musicista escocesa proclama que, nos últimos tempos, responde a tudo de três formas diferentes: “minha mente, meu coração e minha alma”. Sutil, relaxante, verdadeiro e hipnotizante.
“Go Ghost” - Jackson Wang
O disco Magic Man cimentou Jackson Wang, do GOT7, como um dos principais candidatos do k-pop a super astro internacional. Com um estilo e um timbre (rouco) bastante distintos e radiofônicos, ele já havia impressionado nos singles “Blow” e “Cruel”, mas a sua encarnação mais perfeita como artista até hoje é provavelmente em “Go Ghost”, dona de batida e refrões viciantes que se estendem com perfeição pelos 2:21 da canção. Enquanto outros popstars tropeçam para tentar se adequar à duração mais enxuta exigida pelo streaming, Jackson parece estar no seu ambiente.
“Frankenstein” - Rina Sawayama
Difícil escolher só uma faixa do Hold the Girl para destacar este mês - o álbum todo é provavelmente a confecção pop mais fascinante e complexa de 2022 por aqui no Ocidente. Com guitarras abafadas, bateria alucinante e vocais graves bem modulados, “Frankenstein” resume bem as múltiplas influências e estilo lírico confessional que marcam o novo álbum de Rina Sawayama. Se você quer mais, indicamos de “Holy (Til You Let Me Go)” a “Imagining”, passando pelos singles “Hold the Girl” e “This Hell”. Não tem erro com ela.
“1, 2, 7 (Time Stops)” - NCT 127
Todo mundo sabe que o charme do NCT 127 são os singles experimentais que só fazem sentido mesmo lá pela terceira ouvida (mas, a partir dela, te deixam viciadíssimo). Em “1, 2, 7 (Time Stops)”, no entanto, o grupo de k-pop mostra um lado diferente ao carregar um épico R&B bem direto com suas vozes aveludadas. Não que eles tenham abandonado as suas loucuras de sempre, viu? Basta checar a canção-título do mesmo álbum, “2 Baddies”, para ver que eles continuam em boa forma.
“ancestress” - Björk
A épica homenagem de sete minutos de Björk para a sua mãe é sem dúvida a faixa mais marcante do Fossora revelada antes do lançamento do disco, marcado para 30 de setembro. Repleta das mesmas batidas fora de sincronia e dos sopros apoteóticos que marcaram “atopos” e “ovule”, a canção se destaca pela composição sóbria e pela forma como o fraseamento melódico único de Björk nos envolve facilmente em uma narrativa de luto, apreciação e complexidade humana. De quebrar (mas, também, encher) o coração.
“Cool (Your Rainbow)” - NMIXX
Com uma abertura orquestral, um final operático e uma levada que lembra a já clássica “Psycho”, do Red Velvet, o grupo semi-estreante NMIXX mostrou que tem versatilidade e talento de sobra para sair da sombra de “O.O”, a sua desastrosa canção de estreia. Isso sem contar que “Dice”, o single do segundo álbum do grupo de k-pop, também calibrou bem melhor a experimentação da produção que deve marcar a trajetória delas.
“Rush Hour” - Crush feat. J-Hope
O flow charmoso e funkeado de Crush se combina muito bem com o de J-Hope nessa pequena pérola de hip hop dançante lançada pela dupla. Cheia de gritinhos, trompetes e batidas fragmentadas que lembram as canções do gênero dos anos 1990, “Rush Hour” ainda se torna mais contagiante com o clipe deliciosamente celebratório - e cheio de ótimos passos de dança, é claro - lançado junto com ela. É um pulo grande do álbum solo Jack in the Box para cá, mas não se preocupe: J-Hope é um homem eclético.
“As It Was” - Supla
Não dava para terminar a lista desse mês de outra forma. O papito mais amado do Brasil resolveu regravar o maior hit ocidental do ano, trocando sintetizadores por guitarras e adicionando os seus… digamos, floreios… à melodia original de Harry Styles. Estamos ouvindo no repeat desde então. Cadê o álbum de covers, hein, Supla?