O Blizzard Team 4, equipe responsável pelo desenvolvimento de Overwatch 2, anunciou nesta sexta-feira (09) que está se sindicalizando, o que inclui quase 200 funcionário que vão de equipes de arte, teste, engenharia e design.
Essa é a segunda sindicalização completa de uma equipe da Blizzard, com a equipe de World of Warcraft fazendo o mesmo em julho do ano passado. "Os desenvolvedores de jogos por trás da franquia de sucesso Overwatch, da Activision Blizzard, se juntaram à Communications Workers of America (CWA), tornando-se o mais novo grupo de trabalhadores de videogames em estúdios de propriedade da Microsoft a formar um sindicato de ponta a ponta", anunciou a CWA em um comunicado à imprensa compartilhado com o Kotaku. "Um árbitro neutro confirmou hoje que a esmagadora maioria dos trabalhadores assinou um cartão de autorização sindical ou indicou que deseja representação sindical por meio de um portal online."
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Esse é o mais recente grupo a se organizar em um estúdio de propriedade da Microsoft desde que a empresa firmou um acordo de neutralidade trabalhista. A mudança de política aproveitou as frustrações que surgiram na gerência em 2021 e focou para um objetivo, com garantias de que os líderes da empresa não interfeririam.
Da mesma forma que os sindicatos da Bethesda Game Studios e da Raven Foftware, a Overwatch Gamemakers Guild agora precisa negociar o seu primeiro contrato, um processo que a Microsoft tem sido acusada de estar sendo lenta, já que as negociações com outros sindicatos se arrastam há anos.
"O maior problema foi as demissões no início de 2024", disse Simon Hedrick, analista de testes da Blizzard, ao Kotaku. "Até aquele momento, eu estava muito feliz com o que estava fazendo," disse o desenvolvedor, contratado para trabalhar na garantia de qualidade dos modos versus e no matchmaking de Overwatch 2.
Quando quase 2.000 demissões ocorreram na Microsoft em 2024, incluindo na Blizzard, onde um novo jogo foi cancelado e vários membros da equipe de Overwatch foram demitidos, foi um sinal de alerta para Hedrick. "Pessoas foram embora do nada e não havia nada que pudéssemos fazer a respeito", disse ele. "O que eu mais quero proteger aqui são as pessoas."
Foster Elmendorf, um analista de teste sênior, que está na Blizzard desde 2004, comentou que outros fatores para a equipe de Overwatch se sindicalizar inclui disparidade nos salários, restrições de trabalho remoto, e proteções contra a prática de crunch, folgas e indenizações no evento de demissões.
A equipe de Overwatch 2 ficou particularmente incomodada na primavera passada, quando mudanças no programa de participação nos lucros da empresa os deixaram sem bônus por um ano inteiro. "Se [concessões] são dadas sem organização, elas também podem ser retiradas sem organização", disse Elmendorf.
Elmendof ainda comentou que sentia que a indústria precisava de mais organização, e também comentou que "faz 20 anos que peço melhores salários e isso ainda não aconteceu". A artista de interface Sadie Boyd entrou na Blizzard em 2024, quando a nova onda de demissões na Microsoft estava acontecendo. Ela disse que alguém postou um link para assinar um cartão sindical em um dos canais do Slack da Blizzard, o que ela fez imediatamente. Afinal, ela já havia participado de uma campanha sindical na Arkane Austin, criadora de Prey e Redfall, antes de a empresa ser fechada pela Microsoft no início do ano.
"Não somos apenas um número em uma planilha do Excel", disse Boyd. "Queremos fazer jogos, mas não podemos fazê-lo sem uma sensação de segurança," explicou a desenvolvedora.
Quando quase 2.000 demissões ocorreram na Microsoft no ano passado, incluindo na Blizzard, onde um novo jogo foi cancelado e vários membros da equipe de Overwatch foram cortados, foi um sinal de alerta para Hedrick. "Pessoas foram embora do nada e não havia nada que pudéssemos fazer a respeito", disse ele. "O que eu mais quero proteger aqui são as pessoas."
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