Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um novo RPG de ação com rolagem lateral, que integra alguns elementos do metroidvania com soulslike. Com uma arte 2D super detalhada e menus em estilo retrô, o título traz um combate que vai para além do básico e uma narrativa em que suas ações modificam a história e levam a diversos finais. Mesmo com um certo charme visual e a promessa de uma narrativa complexa, o título faz pouco para se destacar de outros do gênero.
Na história somos apresentados ao nosso personagem que é um inquisidor do rei que acaba matando uma bruxa que estava sendo torturada em praça pública, mas ao fazer isso, uma parte do poder dela parece ser transferido para você. O rei não fica nada satisfeito com o acontecido e te enviar para caçar uma outra bruxa. Ao longo de sua jornada, uma voz eventualmente sussurra em seu ouvido, te guiando e comentando sobre os arredores.
Na versão de preview que experimentamos era possível escolher entre as classes vanguarda, Spellbinder e Nightshade, mas no lançamento estarão disponíveis seis classes para escolher. Apesar disso, esse sistema apenas define a arma inicial e talento, sendo possível desbloquear habilidades de qualquer outra classe à medida que vai passando de nível, dando bastante versatilidade para o desenvolvimento do personagem.
Um dos destaques do jogo é a arte em 2D dos personagens em cutscenes e conversas. O estilo escolhido é bem realista e detalhado, com um sombreado que lembra pinturas renascentistas e combina bem com a ambientação medieval fantasia que eles trazem. O design dos menus é um tanto retrô, lembrando um pouco alguns jogos dos anos 2000 e 2010, o que é uma escolha um tanto questionável e não deve agradar a todos.
Dentro do soulslike o combate é dependente da sua estamina e é importante controlar o seu uso, já que os ataques ficam cada vez mais demorados caso acabe. Eles também usam o formato já bem conhecido de outros souls com pontos de spawn em que é possível descansar, aprender talento, passar de nível e fazer viagens rápidas, ao custo de reviver os monstros. Além disso, em caso de morte você perde os pontos de experiência que ainda não gastou e precisa recuperá-los.
A classe que testamos foi a do Spellbinder e no combate ela tem uma mistura de corpo a corpo com magias a distância e com efeitos ao oponente. Não é muito complexo, mas dá possibilidades diferentes para o jogador administrar seu nível de stamina enquanto alterna entre atacar, desviar e soltar magias. O jogo tem um sistema de forja em que é preciso coletar itens para aumentar o nível do ferreiro e desbloquear novas receitas e há diversos materiais para se coletar ao longo da jornada.
Os cenários possuem lugares escondidos em que é preciso quebrar paredes ou usar um gancho para acessar novas áreas. O sistema de mapas também é interessante e consiste em um npc que precisa subir de nível para revelar mais áreas. Com os mapas é possível ter mais ideias de onde prosseguir e encontrar acessos secretos que talvez você tenha perdido a primeira vez que explorou.
Mandragora é de modo geral um jogo mediano, em que a arte é o seu maior destaque. Para quem está a procura de um novo metroidvania souls like ele pode ser uma boa pedida e a história tem a promessa de ter algumas reviravoltas e surpreender. Para quem gosta de estudar uma árvore de talentos as opções são inúmeras para o desenvolvimento do seu personagem e isso pode ser um diferencial para quem não gosta de ficar preso a uma única classe.