O que aconteceria se Pac-Man entrasse no mundo sombrio de Stranger Things, com gameplay de Metroid e uma pegada quase Evangelion? Parece bizarro, né? Pois é exatamente essa maluquice que a Bandai Namco decidiu transformar em realidade. E, acredite… funciona.
Shadow Labyrinth é o novo jogo da Bandai Namco que comemora os 45 anos de Pac-Man em grande estilo. Esqueça o labirinto colorido e os fantasminhas simpáticos: aqui, você encara uma aventura sombria, cheia de criaturas bizarras, cenários decadentes e muita, mas muita ação. O jogo chega no dia 18 de julho de 2025, com lançamento confirmado para PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC, Nintendo Switch e Nintendo Switch 2 (a versão de Switch 2 foi a que joguei, vai rodar em 4K e 60fps).
O que é Shadow Labyrinth?
Na prática, é um metroidvania, mas não qualquer metroidvania. A estrutura de exploração de mapas interconectados, melhorias de habilidades e backtracking está toda aqui, mas aplicada a um Pac-Man completamente fora da curva.
A premissa é simples e ao mesmo tempo insana: você controla uma versão alternativa do Pac-Man, que percorre um mundo distorcido, decadente, cheio de monstros, máquinas e tecnologias esquecidas. E sim, tem um modo Morph Ball, exatamente como em Metroid, só que aqui é literalmente o Pac-Man atravessando as paredes dos labirintos, do jeitinho que sempre fez… mas agora integrado à exploração de ambientes e puzzles.
Gameplay: Mistura de Metroid com Hack’n Slash (Sim!?)
Se tem uma coisa que me surpreendeu foi como o jogo mistura bem exploração com combate. Existe um ritmo dinâmico entre navegar por cenários cheios de caminhos secretos, plataformas bem posicionadas e, claro, combates frenéticos.
- O Grappling Hook (gancho) é, sem dúvida, uma das mecânicas mais satisfatórias. Ele serve tanto para mobilidade, se puxando até plataformas distantes, quanto para combate, onde você literalmente se puxa até os inimigos pra emendar combos insanos.
- Existe também um sistema de progressão onde você coleta as tradicionais “bolinhas” do Pac-Man, que aqui servem como recurso pra upar habilidades, desbloquear armas novas e até transformar seu personagem.
- E sim, tem mecha. O modo Gaia transforma Pac-Man em um robô colossal, estilo Evangelion, com direito a canhões de laser, missões específicas e batalhas contra chefes gigantes.
O que eu senti na demo? A movimentação, apesar de funcional, não é tão precisa quanto em Metroid. Em alguns momentos, especialmente nas partes de plataforma mais delicadas, fica aquela sensação de que poderia ser mais refinado. Mas, pra ser justo, a própria Bandai Namco deixou claro que essa demo ainda não representa a versão final do jogo.
Combate, visuais e narrativa
Um dos pontos mais legais da demo foram as batalhas contra mini-chefes e hordas de inimigos. O jogo te obriga a usar bem o cenário, combinar o grappling hook, dashs, tiros e corpo a corpo, criando um ritmo viciante.
Destaque para um momento onde eu precisei derrotar um boss enquanto alternava entre atacar no chão e usar o gancho pra escapar de ataques de área. É um combate que te mantém em movimento o tempo todo, bem diferente da simplicidade que você espera quando lê “jogo do Pac-Man”.
Se você imaginava um jogo com estética cartunesca, se prepara: Shadow Labyrinth é sombrio. E é lindo.
O visual carrega uma vibe meio Stranger Things misturado com ficção científica decadente. Cenários cheios de neon quebrado, ferragens corroídas, criaturas grotescas, mas tudo ainda com aquele DNA de Pac-Man, seja nas linhas dos labirintos que compõem a arquitetura, seja nos pequenos easter eggs espalhados.
As animações de quando o Pac-Man engole os inimigos e absorve habilidades são grotescamente satisfatórias, sim, você literalmente devora os corpos pra ganhar poderes.
E quer saber uma surpresa total? O jogo não é só gameplay. Tem uma história bem construída.
A trama te coloca em um universo conectado com outras franquias da Bandai, como Galaga, Dig Dug e até Ridge Racer. Aqui, Pac-Man não é um simples comedor de bolinhas: ele é uma entidade enfrentando forças que ameaçam o equilíbrio de um multiverso sombrio, onde antigas tecnologias colapsaram e seres biomecânicos dominam os labirintos.
Existe uma lore pesada, com direito a cutscenes bem dirigidas e um clima que te deixa genuinamente curioso pra entender como tudo se conecta.
O que eu curti:
- Premissa absurdamente criativa e que funciona.
- Combate divertido, com boa variedade de armas, habilidades e mecânicas.
- Variedade de biomas, inimigos e formas de exploração.
- Visual surpreendentemente bem trabalhado, com direção de arte impecável.
- O modo Gaia (Mecha) é simplesmente épico.
Problemas que senti:
- Os controles não são tão precisos quanto deveriam ser, principalmente nas seções de plataforma.
- A demo foi bem curta (cerca de 15 minutos), então ainda resta dúvida sobre como o jogo se sustenta no longo prazo.
- Pequenos problemas de polimento que, se não forem corrigidos, podem afetar a experiência final.
Sendo bem honesto: eu vim pra essa demo achando que seria só uma brincadeira criativa da Bandai, mas saí genuinamente hypado pra jogar o jogo completo.
Shadow Labyrinth é estranho. É bizarro. Mas é, acima de tudo, extremamente criativo. Se eles acertarem nos ajustes de controle e polimento, tem tudo pra ser um dos metroidvanias mais interessantes do ano, e, talvez, o jogo mais ousado que a Bandai Namco já fez com o Pac-Man.
Se você gosta de metroidvania, gosta de jogos que arriscam e saem da caixinha, pode colocar esse na sua lista.
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