The Electric State é um filme sobre vício em tecnologia, dizem Irmãos Russo

The Electric State, o novo filme dos irmãos Joe e Anthony Russo já está na Netflix e a aventura com Millie Bobby Brown e Chris Pratt traz discussões sobre inteligência artificial, guerras e segregação. Em entrevista exclusiva nos estúdios do Omelete, os diretores, mentes por trás de Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato, da Marvel, também contaram que o filme é sobre o vício em tecnologia e a forma como usamos os meios nos dias atuais.

"Nos sentimos como a geração mais exposta à tecnologia e os mais vulneráveis ​​a ela, a geração mais jovem", disse Joe Russo. "Então queríamos mudar o tom do romance para que pudéssemos abri-lo a um público mais amplo porque queríamos ter certeza de que as crianças veriam o filme." 

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O diretor deixa claro que não está demonizando a tecnologia. "Ela fez muitas coisas incríveis por nós. Todos nós o usamos todos os dias para fazer coisas realmente boas com ele. Pode curar doenças. Ela pode nos ajudar de muitas maneiras que são muito importantes", afirmou Joe Russo, que não deixou de alertar: "É também muito perigoso e altamente viciante. E temos corporações que criam tecnologias que nos mantêm viciados em nossos telefones".

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A entrevista aconteceu no sábado (15). Confira as respostas completas abaixo:

Giovana Pagano - Omelete, para Joe e Anthony Russo: 

Quando eu estava assistindo The Eletric State, eu senti um universo imersivo. Fiquei compelida pela história e não senti vontade, nem uma vez, de tocar no meu celular. Quer dizer, é como no monólogo da Michelle no final do filme que era muito parecido com a vida real, porque, afinal, não temos centros, mas temos celulares. Então eu queria entender um pouco mais sobre o trabalho de expandir este universo, porque eu li The Eletric State e não é uma graphic novel fácil de dar vida. Quer dizer, visualmente, sim. Mas em termos de narrativa, não. Então eu só queria saber os desafios de explorar este mundo e dar vida a esta obra.

Joe Russo: No livro, você olha para a capa e entende imediatamente o que ele está tentando transmitir. E são temas sobre vício em tecnologia, que foi o que aprendemos no livro. Também nos sentimos como a geração mais exposta à tecnologia e os mais vulneráveis ​​a ela, a geração mais jovem. Então queríamos mudar o tom do romance para que pudéssemos abri-lo a um público mais amplo porque queríamos ter certeza de que as crianças veriam o filme. 

Em geral, não estamos tentando demonizar a tecnologia. Ela fez muitas coisas incríveis por nós. Todos nós o usamos todos os dias para fazer coisas realmente boas com ele. Pode curar doenças. Ela pode nos ajudar de muitas maneiras que são muito importantes. É também muito perigoso e altamente viciante. E temos corporações que criam tecnologias que nos mantêm viciados em nossos telefones. É por isso que você tem o impulso de sempre olhar para ele à medida que você fica viciado em estímulos, informações de dopamina, pois são essas coisas que fazem você querer pegá-lo.

Então, quando você o coloca para baixo, espero que com o filme, talvez seja uma ideia sutil dos neurocasters e essa ideia de que, tipo, você sabe, talvez eles estejam sugando seu cérebro para fora da sua cabeça e transformando você em alguém que você sabe que não vai funcionar na vida real. Você terá algum proxy funcionando para você. Foi isso que amamos no livro, essa noção de que, olha, esse é um mundo altamente exagerado, mas na verdade não é tão longe de onde estamos agora.

Anthony Russo: Sabe, voltando ao seu ponto, é muito parecido com o que estávamos pensando exatamente sobre isso, nossa relação com o telefone, sabe, na relação dos nossos filhos com o telefone.

Mas, você sabe, isso é chato fazer um filme sobre o relacionamento de alguém com seu telefone. Então nós criamos esse mundo de fantasia e você pode ver novamente, mesmo naquela imagem da capa de Simon Stalenhag, ele está lidando com uma relação interessante e complicada entre tecnologia e humanidade.

E foi assim que acabamos encontrando a história.

O elenco do filme inclui Millie Bobby Brown, Chris Pratt, Ke Huy Quan, Giancarlo Esposito, Stanley Tucci e Jason Alexander. Anthony Mackie, Woody Harrelson, Brian Cox, Jenny Slate e Alan Tudyk serão as vozes dos robôs.

A história de ficção científica é baseada no romance ilustrado de Simon Stålenhag e conta com roteiro escrito por Christopher McFeely e Stephen Markus, que trabalharam com os Russo em todos os seus filmes na Marvel.

The Electric State já está disponível na Netflix.