Taika Waititi e Chris Hemsworth nos bastidores de Thor Ragnarok

Créditos da imagem: Divulgação/Disney

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Como começar a assistir Taika Waititi

Vencedor do Oscar, cineasta neozelandês já comandou produções independentes, série na HBO e até filmes da Marvel

29.04.2020, às 13H40.
Atualizada em 29.04.2020, ÀS 14H48

Com uma carreira cinematográfica iniciada nos anos 2000, Taika Waititi se tornou um dos maiores cineastas de sua geração. Conhecido por seu humor absurdo, o diretor neozelandês vêm ganhando cada vez destaque por comandar produções aclamadas que passeiam por diferentes gêneros como comédia, aventura, super-heróis e até mesmo ficção histórica. Considerando que o cineasta anda chamando atenção tanto do público da crítica, compilamos abaixo informações importantes para entender sua obra e como começar a assistir seus filmes:

Quem é Taika Waititi?

Taika Waititi, vencedor do Oscar por Melhor Roteiro Adaptado em 2019
Jean-Baptiste Lacroix / AFP

Bacharel em artes na faculdade neozelandesa Victoria University of Wellington, Taika Waititi começou sua carreira cinematográfica como diretor e ator quase simultâneamente. Membro de trupes de comédia como So You're a Man e The Humourbeasts, ele atuou em filmes como Snakeskin e Scarfies, mas logo começou a chamar atenção graças aos seus curta-metragens, chegando a ser indicado ao Oscar por Two Cars, One Night de 2004. Seu primeiro longa foi Loucos Por Nada, de 2007, protagonizado por Loren Taylor e seu antigo parceiro Jemaine Clement. No mesmo ano, Waititi e Clemens voltaram a colaborar em Flight of the Conchords, série da HBO que foi ao ar por duas temporadas.

Sua carreira decolou de vez nos anos 2010, quando começou a aparecer em filmes de maior expressão como Lanterna Verde e suas próprias produções ganharam maior relevância. A trinca composta por Boy (2010), O que Fazemos nas Sombras (2014) e A Incrível Aventura de Rick Baker (2016) colocou o diretor no mapa por demonstrar seu completo domínio em equilibrar comédia e drama, fazendo sucesso a ponto de colocar os três na lista das maiores bilheterias da história da Nova Zelândia. Seu estilo chamou a atenção da Marvel, que o contratou para dirigir o hilário curta Dia a dia de Thor, que mostrou as férias do Deus do Trovão na Austrália durante os eventos de Capitão América - Guerra Civil.

Taika Waititi voltou ao universo do Deus do Trovão um ano depois no filme Thor: Ragnarök, que fundiu seu estilo com a famosa fórmula Marvel e deu vida a um dos mais distintos filmes do MCU. Após desenvolver a série de TV derivada de O Que Fazemos Nas Sombras, Waititi voltou aos cinemas com Jojo Rabbit, uma sátira à Alemanha nazista em que escreveu, dirigiu e interpretou uma versão imaginária e ainda mais bizarra do próprio Adolf Hitler. Lançado em 2019, o filme rendeu ao cineasta seu primeiro Oscar, o de Melhor Roteiro Adaptado.

Seu estilo e influências

Montagem com capas de vários filmes, como Caça Fantasmas, Uma Linda Mulher e Um Peixe Chamado Wanda
Divulgação

Os filmes dirigidos por Taika Waititi tem como principal característica o equilíbrio entre o drama comovente e o humor absurdo. Desde Boy, passando por A Incrível Aventura de Rick Baker até Thor: Ragnarök, é comum se emocionar para minutos depois explodir em uma gargalhada. Durante a produção de Jojo Rabbit, adaptação do livro O Céu que nos Oprime de Christine Leunens, o cineasta chegou a explicar que adicionou elementos de humor - como sua versão amplamente caricata de Hitler - por não ser um “contador de histórias dramáticas”. Outra marca de seus filmes são suas constantes participações, que vão desde o hilário vampiro Viago em O Que fazemos nas Sombras, até Korg, o guerreiro de pedra do Universo Marvel.

Dentre suas principais influências, Waititi cita Monty Python, grupo conhecido por seu humor nonsense e surrealista. O cineasta também presta constantes homenagens ao diretor soviético Andrei Tarkovski, a quem descreve como sua "escola de cinema”. Outras referências de Waititi são Hayao Miyazaki, John Carpenter e clássicos da comédia como Caça Fantasmas, Uma Linda Mulher e especialmente Um Peixe Chamado Wanda.

3 filmes para começar a ver Taika Waititi

Montagem de O Que Fazemos nas Sombras, Thor Ragnarok e A Incrível Aventura de Rick Baker
Divulgação

Composta por 6 filmes, a obra de Taika Waititi é fácil para quem quer começar. Para você que quer entender o estilo do diretor, a melhor maneira é mergulhar em algumas das produções que melhor ilustram sua veia cômica e versatilidade: 

  • O Que Fazemos nas Sombras

O Que Fazemos nas Sombras marca o ponto de virada na carreira de Taika Waititi. Após demonstrar grande potencial em projetos menores, o cineasta se reuniu com Jemaine Clement para escrever e dirigir um falso-documentário que acompanha uma espécie de república de vampiros na Nova Zelândia. Lá, a equipe cinematográfica filma o cotidiano de Viago (Waititi), Vladislav (Clement), Deacon (Jonny Brugh) e Petyr (Ben Fransham), um quarteto morto-vivo que precisa adaptar seu estilo de vida ao século XXI.

Com um texto afiado, o filme se aproveita de inúmeros clichês a respeito da mitologia criada em torno dos vampiros na cultura pop para criar situações hilárias. Com influências diversas que vão desde Garotos Perdidos até o clássico Drácula de Bram Stoker, a produção faz uma hilária sátira que coloca seus protagonistas em constantes problemas criados pela modernidade. O que Fazemos nas Sombras também é um prato cheio também para os fãs de horror ao se aproveitar da estética found-footage para criar uma tensão que culmina em situações hilárias. A produção fez tanto sucesso que venceu premiações na Nova Zelândia e deu origem a uma série derivada de mesmo nome.

  • A Incrível Aventura de Rick Baker

Após explodir com O Que Fazemos nas Sombras, o projeto seguinte de Taika Waititi foi A Incrível Aventura de Rick Baker (Hunt for the Wilderpeople). Lançado em 2016, o filme conta a história de Rick Baker (Julian Dennison), garoto problema que é levado pela assistência social ao lar do casal Bella (Rima Te Wiata) e Hec (Sam Neill). Adotado a contragosto, ele se torna foco de uma enorme perseguição nas matas da Nova Zelândia, onde precisará resolver suas diferenças com Hec para que possam sobreviver juntos.

A Incrível Aventura de Rick Baker é sem dúvidas um dos pontos altos da carreira do cineasta, que combina seu característico humor absurdo com outros gêneros durante uma cativante jornada de um garoto em busca de seu espaço no mundo. Com atuações inspiradas por parte do trio protagonista, a produção transita entre drama e ação em meio à piadas certeiras que vão desde o humor físico às mais diversas referências da cultura pop. Contando com o veterano Sam Neill (Jurassic Park) e revelando Julian Dennison, que no futuro protagonizou Deadpool 2, a produção foi um sucesso estrondoso e se tornou a maior bilheteria da história da Nova Zelândia.

  • Thor: Ragnarök

Taika Waititi chegou ao MCU em Thor: Ragnarök, filme que tinha duas missões ingratas: resgatar a popularidade do Deus do Trovão após dois filmes desastrosos e ainda deixar dois dos principais Vingadores na rota de Thanos para culminar nos grandiosos Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato. O cineasta não apenas cumpriu as tarefas como entregou um dos melhores e mais distintos filmes da Marvel.

Na trama, Thor (Chris Hemsworth) volta a Asgard acreditando que conseguiu impedir o Ragnarök, nome dado ao evento que marca a destruição de sua terra natal. Após se reencontrar com Odin (Anthony Hopkins), ele e Loki (Tom Hiddleston) precisam lidar com o surgimento de Hela (Cate Blanchett), sua irmã mais velha e deusa da morte, que decide tomar o trono. A luta termina mal e o Filho de Odin acaba no planeta Sakaar, terra de gladiadores onde reencontra seu velho amigo Hulk (Mark Ruffalo) e uma Valquíria (Tessa Thompson), nome dado às guerreiras de elite de seu reino.

Com uma trama corajosa que mudou completamente o status-quo do universo de Thor, o filme encantou por suas cenas de ação empolgantes, grande entrosamento entre seu elenco e um design abertamente inspirado na arte do clássico quadrinista Jack Kirby, pai do Deus do Trovão nas HQs. Com uma trama empolgante que em seu subtexto aborda temas como colonialismo e identidade cultural, a produção fez tanto sucesso que a Marvel chamou Waititi de volta para comandar Thor: Love and Thunder, o próximo longa do Deus do Trovão.

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