Pierre Niney em O Conde de Monte Cristo (Reprodução)

Créditos da imagem: Pierre Niney em O Conde de Monte Cristo (Reprodução)

Filmes

Entrevista

Ação em Monte Cristo é “mais suja” do que em Mosqueteiros: “Briga de rua”

O diretor Matthieu Delaporte destrinchou duelos da produção em conversa com Omelete

Omelete
3 min de leitura
05.12.2024, às 06H00.

Matthieu Delaporte passou quase dois anos e meio respirando O Conde de Monte Cristo. Em entrevista ao Omelete, o diretor contou como ele e seu parceiro criativo, Alexandre de la Patellière mergulharam no clássico literário de Alexandre Dumas - e saíram de lá com uma aventura suntuosa e melodramática, mas também cheia de duelos “sujos”.

Filmamos por quatro meses. Adicione isso a um ano de preparação, e um ano de pós-produção, então foi um longo processo”, conta ele. “No caso dos duelos, fizemos uma coreografia muito detalhada e deixamos os atores ensaiarem o quanto fosse necessário. Queríamos algo que fosse mais brutal, mais sujo, ao invés de seguir as regras de honra que os Mosqueteiros seguiriam, por exemplo. É como se moleques estivessem lutando na rua”.

A referência a Os Três Mosqueteiros é oportuna não só por se tratar da outra grande obra de Dumas, mas também porque Delaporte e Patellière assinaram o roteiro da versão mais recente da história para as telas, lançada em dois capítulos nos cinemas em 2023. Para o cineasta, a diferença entre as duas tramas é principalmente histórica.

Os Três Mosqueteiros é sobre o fim de uma era. Eles eram os últimos cavaleiros, usavam apenas espadas - não havia armas de fogo nos campos de batalha”, comenta. “Já Monte Cristo mostra o começo de uma nova era, na revolução industrial, quando a aristocracia não é mais o principal poder do mundo. Se você pensar bem, os Mosqueteiros são aristocratas, estão prontos para morrer pelas instituições que defendem, enquanto Dantés é um herói mais egoísta. É um personagem muito mais moderno”.

De uma forma ou de outra, a produção longa e exigente de O Conde de Monte Cristo fez com que a dupla de diretores procurasse um elenco com qualidades muito específicas: Talvez isso seja algo muito francês de se dizer, mas conheço muitos atores que não tiram nenhum prazer do que fazem. Para eles, atuar é algo difícil - necessário, mas difícil. O time que escolhemos para Monte Cristo, por outro lado, é um time de atores disposto a brincar”.

Dentro de uma produção tão grande e complexa isso é importante, porque você passa meses dormindo quatro, cinco horas por noite! É cansativo, é um trabalho duro, então você precisa de pessoas que mantenham essa empolgação”, completa Delaporte. “No fim do dia, somos crianças brincando de faz-de-conta. Temos uma vida maravilhosa, somos sortudos, então temos que aproveitar”.

Em O Conde de Monte Cristo, Edmond Dantés (Pierre Niney) é traído por aqueles em quem mais confia, dado como morto e preso em uma localização remota. Anos depois, ele escapa e retorna para Paris, ricaço, buscando vingança. O filme já está em exibição nos cinemas brasileiros.

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