Linn da Quebrada e Fernanda Montenegro em Vitória

Créditos da imagem: (Divulgação)

Filmes

Entrevista

Linn da Quebrada relembra emoção de assistir a Vitória: “Estava precisando”

Lina falou sobre a importância de se ver como atriz logo depois de voltar de uma clínica de reabilitação

Omelete
7 min de leitura
25.06.2025, às 06H30.

A experiência de assistir a Vitória nos cinemas já é impactante, mas para Lina Pereira, a Linn da Quebrada, foi ainda mais emocionante. Devido a sua internação em uma clínica de reabilitação em março, a artista não pode assistir ao filme na estreia, então fez uma sessão especial no final de abril.

Para ela, o momento foi "reconfortante". “Foi um acalanto para o meu coração, eu estava precisando disso. Eu fiquei extremamente emocionada e feliz por me ver nas telas. Foi como ter a certeza e a confirmação de que eu sou uma artista. Eu estava precisando ter esse abraço ali e poder me ver como público, me assistindo nas telas e ver o meu trabalho sendo executado ali”, elogiou a atriz.

Linn também contou como o trabalho com Fernanda Montenegro foi especial. “Ela me deu o conselho de que precisava de mim durante a atuação, de que era necessário que nós atuássemos juntas, de que eu não atuasse para a câmera, mas que eu atuasse junto com ela. E isso, para mim, foi revigorante, porque é a maneira que eu sei atuar. E dessa maneira eu me senti muito mais confiante, e a gente pôde desenvolver uma relação verdadeira, com calma, com carinho”, declarou.

No filme, que acabou de chegar ao Globoplay, ela interpreta Bibiana, a única mulher do prédio de Nina (Montenegro) que a apoia na tentativa de denunciar o tráfico de drogas e tiroteios da comunidade vizinha. “O processo de construção da personagem foi muito íntimo. Eu me reconheço na Bibiana em alguns aspectos, principalmente num lugar onde ela trabalha no salão... Eu já trabalhei no salão, já pude tirar parte da minha experiência. Mas a amizade construída entre ela e a Vitória foi muito especial”, explicou a atriz.

Confira a entrevista completa com Linn da Quebrada abaixo:

OMELETE: Você fez um post sobre a emoção de ter assistido Vitória pela primeira vez. Pode falar um pouco sobre como foi sua reação ao assistir ao resultado do filme? Superou suas expectativas?

LINN: Assistir ao filme pela primeira vez foi muito reconfortante, foi um acalanto para o meu coração, eu estava precisando disso. Eu fiquei extremamente emocionada e feliz por me ver nas telas. Foi como ter a certeza e a confirmação de que eu sou uma artista e de que eu estava precisando, precisando ter esse abraço ali e poder me ver como público, me assistindo nas telas e ver o meu trabalho sendo executado ali. É um filme tão bonito, tão poético, tão sensível e tão político... foi muito, muito bom. Superou minhas expectativas com certeza.

OMELETE: Voltando ao começo, como Vitória chegou até você? Você realmente queria voltar à atuação com tudo depois do BBB ou só aconteceu?

LINN: O filme Vitória chegou até mim de uma maneira muito inesperada. Eu não esperava receber um convite como esse, foi uma grande surpresa. Eu, depois do BBB, queria muito, muito ter a possibilidade de atuar. Eu adoro poder viver outras vidas nessa minha mesma vida, e receber um convite como esse, de um filme ao lado da Fernanda Montenegro, foi um presente. De início, eu não pude aceitar por causa da configuração das datas, mas depois, com tudo que aconteceu — infelizmente, com a morte do diretor —, houve uma reconfiguração no planejamento e na logística do filme, e assim eu pude aceitar de peito aberto esse desafio. E foi demais poder ter atuado, não só ao lado da Fernanda, mas dentro de um processo de uma obra tão especial.

OMELETE: A Bibiana é uma personagem essencial na trajetória de Nina. É uma das poucas pessoas que fica ao lado dela desde o começo. Como foi seu processo de construção da personagem e entender essa importância? Você se identificou com ela?

LINN: O processo de construção da personagem foi muito íntimo. Eu me reconheço na Bibiana em alguns aspectos, principalmente num lugar onde ela trabalha no salão... Eu já trabalhei no salão, já pude tirar parte da minha experiência. Mas a amizade construída entre ela e a Fernanda — a personagem da Fernanda, a Dona Joana, no caso, a Vitória — foi muito especial. Essa relação entre elas foi traçada de uma maneira muito bonita. E eu pude construir isso de uma maneira íntima, cuidadosa, cautelosa, com um olhar muito generoso entre nós.

OMELETE: Você parece ter criado uma relação especial com Fernanda Montenegro. Como foi trabalhar com ela? Ela te deu algum conselho especial?

LINN: Ela me deu o conselho de que ela precisava de mim durante a atuação, de que era necessário que nós atuássemos juntas, de que eu não atuasse para a câmera, mas que eu atuasse junto com ela. E isso, para mim, foi revigorante, porque é a maneira que eu sei atuar. Eu sei atuar junto, eu sei atuar num jogo de cena, um a um, um com o outro, uma com a outra. E dessa maneira eu me senti muito mais confiante, e a gente pôde construir uma trama muito mais envolvente, onde a gente pôde desenvolver uma relação verdadeira, uma relação honesta, uma relação com calma, com carinho, e foi muito especial mesmo.

OMELETE: Vitória foi um filme extremamente elogiado e vem em um momento de grande celebração do cinema brasileiro. Como você vê o cenário atual da indústria nacional?

LINN: Eu vejo o cenário atual da indústria nacional como um cenário muito rico. Nós temos visto, como o filme Ainda Estou Aqui, e além de outros filmes muito bem desenvolvidos. Eu sou fã do cinema brasileiro, sou suspeita há muito tempo. Acho que nós temos um cenário muito rico, muito especial. E eu sou fã não só por fazer parte dele e por poder atuar em alguns filmes, mas por poder assistir e ser público de um cinema tão bem-feito e tão especial mesmo. Eu sou fã de carteirinha do cinema brasileiro. E acho que nós temos um cenário muito, muito, muito político, muito poético, muito sensível, e um cinema que merece ser prestigiado.

OMELETE: Você já tem vários filmes e séries em seu currículo, mas teve algo específico que você aprendeu durante as gravações de Vitória? Qual foi a parte mais desafiadora em todo o processo?

LINN: Eu aprendi nas gravações do filme Vitória a ser generosa comigo mesma. Eu costumo ser muito cruel comigo, e nesse filme eu pude aprender a ter um olhar de generosidade comigo, com a cena, e pude desenvolver as coisas com calma mesmo. Todo mundo no set estava muito aberto e com muita vontade de fazer o filme e de realizar uma obra tão... tão importante. Então, eu pude estar inteira no processo. Acho que o filme me ensinou a estar inteira, com generosidade em cena.

A parte mais desafiante foi tirar minha ansiedade. Tirar minha ansiedade de cena, tirar o meu medo, tirar tudo isso que leva, às vezes, a gente a querer estar à frente do processo, e deixar que o processo fale por si só. Porque o processo se constrói conjuntamente, coletivamente. Então o coletivo falou mais alto e construiu essa trama tão especial junto com a direção, com o figurino, com a caracterização, com a Fernanda, com o restante do elenco... tudo se construiu de uma maneira muito natural, muito orgânica. E esse não foi necessariamente um desafio, mas foi um lugar onde eu pude aprender, mais uma vez, a fazer e construir conjuntamente uma obra.

OMELETE: Para finalizar, você pretende assumir mais projetos na atuação em breve? Se sim, o que você busca em suas próximas personagens e histórias?

LINN: Pretendo, sim, assumir mais projetos de atuação em breve. E eu adoraria poder construir processos onde eu atuasse sendo outras muito diferentes de mim. Por exemplo, fazendo uma vilã — seria meu sonho fazer uma vilã — ou fazer uma personagem que fosse diferente e oposta àquilo que eu sou cotidianamente. Encontrar a diferença na repetição e encontrar dentro de mim características que nem eu mesma reconheço. Poder me desconhecer e me perder no processo. Então, fica a dica aí para diretores que estão construindo processos onde talvez também o gênero não seja necessariamente algo que esteja em pauta, onde a travestilidade não seja necessariamente o drama dentro da cena, mas onde eu possa viver outros problemas e encontrar novas soluções. Problemas outros, viver outras questões, como ser uma astronauta, como ser uma médica, como ser qualquer outra coisa. Viver outros problemas, encontrar novas soluções, outras temáticas muito diferentes daquelas que eu vivo cotidianamente. Esse seria um grande desafio, e eu adoraria viver esse processo.

 

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