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<i>Vinícius</i> - Entrevista com Miguel Faria Jr.

<i>Vinícius</i> - Entrevista com Miguel Faria Jr.

27.09.2005, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H18

Vinicius
Brasil, 2005
Documentário

Direção: Miguel Faria Jr.
Roteiro: Miguel Faria Jr. e Diana Vasconcellos

Participação: Camila Morgado, Ricardo Blat, Renato Braz, Yamandú Costa, Adriana Calcanhoto, Olívia Byington, Mônica Salmaso, Mariana de Moraes, Zeca Pagodinho, MartNália, MS Bom, Nego Jeff, Lerov, Antônio Cândido, Caetano Veloso, Carlos Lyra, Chico Buarque



Logo após a exibição para a imprensa do documentário Vinícius, o diretor Miguel Faria Jr. deu uma breve entrevista coletiva que acabou sendo um grande papo com os presentes.

Omelete - Como surgiu a idéia de fazer um filme sobre Vinicius?

Miguel - Nós tínhamos amigos em comum, como Edu Lobo e Chico Buarque. Ao nos encontrarmos, sempre evocávamos a imagem de Vinicius, daí a idéia de fazer um documentário sobre a vida dele. Além disso, fui casado com Suzana Moraes, que é filha de Vinicius e produtora do filme. Sempre lembro dos ensinamentos dele para a minha geração.

O que mais incomodava Vinicius?

Ele foi sempre um debochado para com o formalismo, por esse motivo foi muito criticado pelos academicistas. Apesar de ser autor de no mínimo dez dos maiores poemas da literatura, ele era chamado de "poetinha". Esse adjetivo diminuto foi dado por estar fora dos padrões clássicos, por ser um boêmio e gostar muito de beber. O mais engraçado é que Vinicius começou a escrever inspirado pela literatura francesa, apagou as regras clássicas de estrutura de texto e algumas ele nunca abandonou. Alguns poetas modernistas não conseguiram alcançar nem a metade do que ele alcançou em seus versos e sonetos.

Como você escolheu os cantores que deveriam interpretá-lo? Por que não escolheu um só?

Vinicius criou vários estilos musicais. Ele não era somente um poeta, era um musicista. Em suas parcerias, ele explorava a diversidade de seus companheiros. Logo, um só interprete não seria bastante para exemplificar sua obra. Eu queria explorar caminhos diferentes, identificar a pluralidade dele como autor.

Em que você pensou ao fazer esse filme?

Eu dirigi o filme Para viver um grande amor (1983), e como fui eu que fiz, posso dizer que ele é uma droga. Eu precisava acertar as contas com Vinicius, já que foi um filme baseado em uma peça dele.

Como foram as filmagens deste documentário?

O clima foi bem descontraído. Nós visitávamos as pessoas para bater um papo, geralmente regado à bebida, deixávamos a câmera gravando enquanto conversávamos. Por isso conseguimos esses depoimentos tão espontâneos. A quantidade de material gravado é enorme, foi até difícil selecionar o que colocar no filme. Com o material que sobrou daria para fazer um especial bem interessante para a TV ou mesmo um DVD recheado de extras.

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