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Por que Homem-Aranha 2 é o melhor filme de super-herói do século?

Escolha da redação do Omelete mostra onde as fundações do gênero fazem a diferença

Omelete
4 min de leitura
22.08.2025, às 15H21.
Cena de Homem-Aranha 2 (Reprodução)

Créditos da imagem: Cena de Homem-Aranha 2 (Reprodução)

É interessante notar qual cena de Homem-Aranha 2 é mais lembrada hoje em dia, mais de 20 anos depois da estreia do segundo filme de Sam Raimi no comando da franquia aracnídea. Falo, é claro, da sequência de ação no trem nova-iorquino, em que um confronto entre o Homem-Aranha (Tobey Maguire) e o Doutor Octopus (Alfred Molina) culmina no herói se colocando diante do vagão desgovernado a fim de, com a força de suas teias, parar o veículo antes que ele descarrilhe, matando todos os passageiros.

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A excelência de Raimi na direção da luta em si costuma ser lembrada por cinéfilos, e com razão. Ousada por suas raízes no cinema de horror, que Raimi redefiniu de forma explosivamente criativa com sua franquia Evil Dead, a forma de conduzir do cineasta estadunidense estabeleceu muito do glossário do filme de super-herói contemporâneo. As tomadas rasantes que viraram assinatura de Raimi serviam para sublinhar e suavizar, ao mesmo tempo, a artificialidade daquele mundo - como nos quadrinhos, abraçar o irreal, assumir a leveza impossível daqueles corpos que se atiram pelo ar (ainda mais com o CGI primário dos anos 2000), se tornou o trunfo de Homem-Aranha nos cinemas.

Essa sinergia entre diretor e material é a magia da trilogia Raimi, e influenciou tudo o que veio depois dela, mesmo que quase nada tenha a igualado. Ainda mais lembrado do que o triunfo técnico desta sequência em específico, no entanto, é o conteúdo emocional dela. 

Peter Parker consegue parar o trem e salvar os nova-iorquinos dentro dele… mas não sem um grande custo pessoal. Exausto e desmascarado após a luta com Dock Ock, ele desmaia e quase cai para fora do trem, mas é salvo pelos cidadãos (Raimi espertamente mostra um close-up do símbolo no peito do uniforme do herói enquanto as mãos dos passageiros o seguram, impedindo que ele caia) e carregado para dentro. Os passageiros o levam, de mão em mão, até a segurança, comentando no processo: “Ele é só um garoto”. Quando acorda, percebendo que está com o rosto exposto para todos no vagão, um flash de medo passa pelos olhos de Maguire. Ele foi reconhecido. “Está tudo bem”, diz um rapaz agachado na frente do herói, logo antes de dois adolescentes se aproximarem e entregarem a máscara de volta a ele. “É bom te ter de volta, Homem-Aranha”.

Impossível pensar numa cápsula mais perfeita do que faz de Homem-Aranha 2 o melhor filme de super-herói do século XXI. Nas mãos do roteirista Alvin Sargent - inclusive, uma verdadeira lenda de Hollywood, vencedor de Oscars por dramas de prestígio como Júlia (1977) e Gente Como a Gente (1980), que fez dos filmes do Aranha sua última contribuição para o cinema -, estende-se ali uma cumplicidade entre herói e público. Uma representação emblemática do sonho de altruísmo e afeto do super-herói. Por mais piegas que seja, é aquela corrente do bem que faz a cola entre toda comunidade. Você nos salva, e nós salvamos você. Você nos protege. Nós protegemos você.

Nos últimos 25 anos, filmes de heróis reproduziram essa dinâmica, para o bem e para o mal. Eles levaram ao mainstream uma comunidade de fãs antes escanteada, e em troca, estes os abraçaram sem reservas. Quatro anos depois de Homem-Aranha 2, no entanto, Christopher Nolan (com O Cavaleiro das Trevas) e Jon Favreau (com Homem de Ferro) redefiniriam o cinema de herói do século XXI - o século das ginásticas ideológicas, da desinformação, das narrativas em eterna competição, do “uma boa história sempre vence, seja verdadeira ou não” - a partir de parâmetros mais cínicos, mais políticos, de uma busca por altruísmo em meio a um mundo que não o recompensa. 

Há valor aí, é claro… mas cinema, e cinema de herói, também é fantasia, aspiração. Em Homem-Aranha 2, o timaço comandado por Raimi e Sargent nos deu a fantasia mais convincente de todas.  Demoraria quase uma década e meia para o Cabeça de Teia recuperar esse subtexto, e há um argumento válido a se fazer pelo filme que realizou esse resgate (Homem-Aranha no Aranhaverso, de 2018) como o dono do posto que aqui damos para o longa de Raimi. 

Mas, ao menos para a gente, o original permanece com um charme imbatível.

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