Filmes

Entrevista

Exclusivo: Omelete entrevista Louis Leterrier, o diretor de O Incrível Hulk - Parte 1

Cineasta revela que lançará versão do filme com 70 minutos de cenas removidas!

10.06.2008, às 23H00.
Atualizada em 15.01.2017, ÀS 13H03

Terça à tarde (10/6), pudemos participar de uma entrevista mesa-redonda bastante restrita com o diretor de O Incrível Hulk, Louis Leterrier. Foi uma das poucas realizadas para a divulgação do filme, já que não houve eventos para os veículos dos Estados Unidos, só para alguns sites, TVs e revistas internacionais, o que só torna esse encontro ainda mais exclusivo aos nossos leitores.

Para a cobertura enviamos Steve Weintraub, nosso parceiro no Collider, portanto não estranhe nas entrevistas em vídeo que publicaremos nos próximos dias (Tim Roth, William Hurt e Liv Tyler) a insistência dele em chamar-nos de "Omelet". Acredite, nós tentamos fazê-lo falar português, mas não teve como. ;-)

Hulk

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Louis Leterrier

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Louis Leterrier

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Leterrier e Edward Norton no set

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Leterrier e Edward Norton no set

Durante a primeira parte desta conversa, Louis revelou uma bomba: Pretende lançar um disco blu-ray com o filme com nada menos que 70 minutos de filmagens adicionais! Sim... 70!

Obviamente, ele disse que tais cenas foram cortadas dentro de uma lógica. Mas para fãs do Hulk e da Marvel Comics, saber que em breve teremos quase que um outro longa-metragem inédito para conferir é algo a se esperar com ansiedade.

Enfim, falamos também sobre as alardeadas brigas internas que correram nos bastidores e como essa informação tornou-se pública. Confira agora a primeira parte da conversa!

Você recentemente falou que Homem de Ferro mostrou o escudo do Capitão América, mas no seu filme você efetivamente tem o Capitão América...

Louis Leterrier: Espera aí. Isso é loucura. Eu disse isso?

Sim. A coisa estourou na Internet.

Eu sabia... Lancei essa pra ver quantas pessoas iam perceber a referência.

Então o Capitão está no filme como um Easter Egg?

Sim.

Você pode ser mais específico?

Não. Não posso. Senão não seria divertido. Você está maluco? É um Easter egg.

Mas é uma piada ou a coisa é séria?

É uma surpresa escondida. Não é algo como "veja, é o Capitão América - e ele vai mudar tudo". O filme ainda é do Hulk, mas é mesmo o Capitão ali, você vai ver. Você tem que procurar.

Quando você filmou a seqüência do Homem de Ferro, a cena com Robert Downey Jr.?

Foi a última coisa que rodamos.

Sempre foi intenção de vocês realizá-la?

Não. Eu implorei a Kevin Feige, o presidente da Marvel, quando eu soube que Robert havia sido contratado. Insisti para que fizéssemos crossover. Crossovers são o futuro desse tipo de cinema. Fui eu que implorei e eles me disseram que ia ser fogo convencer Robert e tal... Então eu mesmo fui falar com Robert, gostamos um do outro e ele me disse "ok, terei 5 horas no dia tal. Vamos filmar em Los Angeles". Estávamos voltando do Brasil e íamos para o Pólo Norte para rodar a cena de abertura, mas havia esse único dia em Los Angeles antes da viagem e Homem de Ferro estava passando por algumas refilmagens. Então eu fui até lá e dirigi a equipe de Homem de Ferro durante meio dia. Eu levei William Hurt comigo e foi isso. Foi ótimo. Foi fantástico.

Nós temos que perguntar... muito se falou sobre as duas versões do filme rodadas, a da Marvel/sua e a de Edward Norton. Quanto você cortou disso para o filme final? Uns 15 minutos?

Não. Acho que temos uns 70 minutos de cenas.

17 minutos?

Setenta. 7 - 0.

70!

Sim, rodamos coisas pra caramba. Quase um outro filme. É ótimo. É uma história que leva à nossa. É mais na linha de uma continuação para o filme de Ang Lee.

Teremos um filmão em blu-ray então. E no DVD?

No DVD você tem um limite, umas três horas e pouco. No blu-ray dá pra colocar umas 100. Pode ser que saia um DVD duplo e o blu-ray, o que seria legal. A minha intenção é colocar aí tudo o que nós filmamos. Não sou o tipo de cara que gosta de guardar coisas pra si. Prefiro mostrar aos cineastas aspirantes tudo o que fiz certo e o que fiz errado nesses 70 minutos adicionais. Tem coisas ótimas ali e umas horríveis. Mas você é que vai decidir.

E teremos cenas de bastidor?

Sim, toneladas de material. Só de making-of de Hulk tem umas três horas. Coisas legais.

E esses 70 minutos são apenas de desenvolvimento de personagens?

Não, tem ação também.

Bom, obviamente Edward Norton andou falando a respeito de como ele queria um filme mais centrado no personagem... Houve um certo debate online.

Eu vou contar exatamente o que aconteceu, porque eu sei exatamente quando e como aconteceu. Sabe quando você monta a primeira versão do filme? É meio uma colagem de seqüências. Tudo o que você filmou você coloca na ordem. Depois você mostra isso no que chamamos a "montagem suicida", porque é absolutamente horrível. Você quer cometer suicídio depois que a vê. Fica pensando "oh, perdi dois anos da minha vida e 150 milhões de dólares. Este é o pior filme que eu já vi. Sou um péssimo diretor. Sou um péssimo ator. Sou um péssimo produtor". Então depois disso há uma reunião - uma mesa-redonda como esta - em que dizemos "ok, temos que achar soluções". E aí começaram umas discussões acaloradas normais. Só que entrou alguém na sala, um assessor, sei lá, e viu essa cena, com Edward falando alto. Ele fala alto mesmo nessas ocasiões. E o tal sujeito não estava acostumado com discussões acaloradas e saiu com essa impressão que Edward estava quebrando o pau. Aí no outro dia saiu o tal artigo na Internet que escancarava nossa discussão a portas fechadas. Edward é que me mostrou o artigo. Ele me disse "quer dar umas risadas? Leia isso". Primeiro fiquei achando "ah, merda", mas depois pensei que a coisa fosse fogo de palha, algo meio Britney Spears ou coisa parecida. Aí me acalmei. Mas a coisa só cresceu e até a Universal começou a me ligar querendo saber se estava tudo ok. E eu tinha que colocar Edward no fone. "Ei cara, estamos legal. Está tudo bem. Foi só uma discussão", ele tinha que explicar. E até tirou sarro, dizendo que a semana devia estar fraca de notícias, já que ele, do nada, havia se tornado a nova Britney.

Então foi isso?

Foi isso. Tivemos que matar uns bebês. Alguns dos meus, outros dos dele. Mas nos 70 minutos vocês verão tudo, como por exemplo uma cena que apareceu em um dos trailers, na qual você vê Bruce Banner conversando com o personagem de Ty Burrell. Mas ela atrapalhava o andamento do filme. Acontecia pouco antes daquele momento em que Banner passa a noite na casa da Betty. Ela tem um namorado, afinal. Era uma longa cena que no fim só servia para darmos ao público aquela linha de diálogo bacana, que está no trailer. E eu falei, ok, talvez ela tenha que sair... E a coisa foi caminhando. O problema com a montagem suicida é que ela andava e parava, andava e parava. Não tinha aquela sensação dos bons filmes de fugitivo, feito os três Bourne e o próprio O Fugitivo, com Harrison Ford. Esses filmes se mantêm em movimento. Sabe, depois que você exibe essa sessão suicida, nunca faça a reunião na seqüência. Espere uns dois dias pra entender seu próprio filme e a faça a portas fechadas. Afinal, são dois anos da vida dos envolvidos. É tudo muito passional.

Há alguma chance de você ir até a Comic-Con este ano mostrar algumas dessas cenas?

Seria bacana, sim. Veremos. Mas eu tenho que dizer... Tudo o que é realmente bom está no filme. Há uma boa razão para o que ficou de fora ter sido cortado. Eu juro.

E teremos uma seqüência?

Talvez. Talvez. Vamos saber no sábado, quando o filme entrar em cartaz!


 

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