Cena de Red Velvet Happiness Diary: My Dear, ReVe1uv (Reprodução)

Créditos da imagem: Cena de Red Velvet Happiness Diary: My Dear, ReVe1uv (Reprodução)

Filmes

Crítica

Honesto até demais, filme do Red Velvet retrata um estrelato pop em extinção

Das harmonizações às poses de diva, o quinteto sobrevive como lembrete de outra era

Omelete
4 min de leitura
03.04.2025, às 09H20.
Atualizada em 09.04.2025, ÀS 15H58

A primeiríssima canção lançada pelo Red Velvet, para marcar sua estreia oficial na indústria do k-pop lá em 2014, se chamava “Happiness” - em bom português, felicidade. É o bastante para o diretor Oh Yoon-dong (autor recorrente desses registros ao vivo de grandes turnês de k-pop, como os filmes recentes de Baekhyun e ZEROBASEONE) estruturar toda a narrativa de Red Velvet Happiness Diary: My Dear, ReVe1uv a partir de uma exploração de se e como essas cinco artistas encontraram a felicidade nos dez anos que viveram sob os holofotes. Decisão acertada: o que mais surpreende e agrada no filme é justamente o quanto ele permite que Irene, Seulgi, Wendy, Joy e Yeri sejam honestas nessa reflexão. Em certos momentos, honestas até demais.

Na contramão de tanto do discurso que sai da boca dos grandes astros e estrelas da música sul-coreana, elas falam com candor sobre como ser o Red Velvet afetou o seu desenvolvimento, o seu senso de individualidade, a sua autoestima. “Eu olhava para as pessoas ao meu redor e via que elas tinham crescido, mas eu ainda não sabia quem eu era. Será que me foquei demais em ser uma celebridade?, questiona uma das artistas em certo ponto do filme. Happiness Diary se apoia na singularidade desses relatos de juventude vigiada, colocada num pedestal, para entender como ela fica mais de uma década depois, e celebrar os espaços e caminhos que as pessoas diante de sua câmera encontraram para se descobrirem. A vida encontra um jeito, versão k-pop.

O diretor Oh entende também que essa narrativa de humanidade superando o artifício é uma base sólida para contar a história do grupo, missão que parece incontornável para um filme de show idealizado para comemorar um marco redondo na carreira - a apresentação registrada aqui aconteceu em agosto de 2024, quando o Red Velvet completava dez anos de estrada. Happiness Diary mergulha nos arquivos da SM Entertainment, gravadora do grupo, e sai de lá com imagens de bastidores adoravelmente datadas, mas está mais interessado em ouvir o que o quinteto tem a falar sobre elas do que em miná-las pela nostalgia dos fãs. Por sorte, no mesmo pique de sinceridade, elas falam sobre a dificuldade de entender esse ou outro conceito, a necessidade de se apoiar em uma resposta do público inesperada, o caminho tortuoso e disciplinado para se tornar uma instituição sólida dentro de um ramo competitivo e imprevisível.

No palco, enquanto isso, a história transborda em um show absolutamente seguro, apoiado com firmeza em uma consciência plena das forças dessas artistas. O Red Velvet é um dos últimos grandes grupos do k-pop a se entender realmente como um grupo de vocais: a harmonização das vozes das cinco integrantes é parte de todos os refrões mais marcantes da sua trajetória, executados à perfeição no ao vivo, muitas vezes ganhando prioridade em detrimento de coreografias mais elaboradas. Donas de presença muito mais delicada e sutil do que os ídolos atuais da juventude sul-coreana, que vendem uma energia quase catártica para o público próximo a eles em idade, as integrantes do Red Velvet estão ali menos como espelho aspiracional para os fãs, e mais como… bom, como artistas que são excelentes em seu trabalho, e ponto final.

Não é que elas não sejam próximas do seu público, ou devotas a ele naquela linguagem parassocial típica do k-pop - é que, olhando para a estrada que as trouxe até aqui, elas parecem indispostas a abaixar a cabeça e fingir que essa relação as engole ou define por inteiro. No palco, as cinco prestam um serviço, e fora dele buscam uma felicidade que as aludiu por terem escolhido fazer o que fazem. Taí um tipo de estrelato que está em extinção, não só no k-pop, mas na cultura pop como um todo. E, vá lá, talvez a honestidade ferrenha que o Red Velvet adota como postura aqui seja também uma forma de afirmar a sua legitimidade nesse cenário: falar da dificuldade de fazer essa música, e de ser essa figura pública, é também explicar que não se chega ali pelo caminho fácil. Ou, caso alguém chegue, dificilmente se persevera por dez anos no mesmo lugar.

Nota do Crítico
Ótimo

Red Velvet Happiness Diary: My Dear, ReVe1uv

레드벨벳 해피니스 다이어리 : 마이 디어, 레베럽 인 시네마

Ano: 2025

País: Coreia do Sul

Duração: 114 min

Direção: Oh Yoon-Dong

Elenco: Red Velvet

Onde assistir:
Oferecido por

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