Poucas semanas depois do lançamento do live-action de Lilo & Stitch, outro filme veio reviver uma criatura fofa dos últimos anos da animação com tecnologia de ponta: Como Treinar O Seu Dragão. E se tem uma coisa que este live-action sabe fazer é transformar os dragões de forma satisfatória - com realismo, mas também toda a fofura da animação de 2010.
Na história, acompanhamos a Ilha de Berk, um lugar populado por vikings, que é alvo frequente de ataques de dragões. Os aldeões ali são criados para matar dragões e sobreviver, uma filosofia que é seguida por todos, com uma exeção notável: Soluço (Mason Thames), filho do chefe dos vikings, Stoico (Gerard Butler).
Tudo muda quando ele acaba encontrando Banguela, um dos dragões mais poderosos do mundo, e os dois formam uma conexão além da rivalidade. Em 2010, a animação cativou por trazer, de forma simples, todas as metáforas e simbolismos de um jovem que sentia que não se encaixava em sua terra natal, e sua jornada para finalmente ser aceito, apesar das diferenças.
Quinze anos depois, o diretor Dean Deblois (responsável pelo original e pelo remake) entendeu uma coisa muito bem ao revisitar Berk: Como Treinar O Seu Dragão já era um sucesso do público e da crítica, e as pessoas sabem que este live-action é o resultado do momento da indústria de apostar em franquias já conhecidas. Então, pra quê criar algo diferente?
O resultado é um filme que chega a copiar cenas da animação frame por frame, mas ainda traz o seu charme. Charme que mora na robustez de Gerard Butler, que agora empresta seu corpo – além da voz – para Stoico, ou na ingenuidade que Mason Thames traz para o seu Soluço, criando um vínculo real com um dragão inserido apenas na pós-produção.
Mas é claro que os efeitos visuais realmente são o ponto alto aqui. Os dragões são adaptados da animação com feições ainda amigáveis, mas realistas. Seus movimentos são fluidos e as grandes cenas de voo entre Soluço e Banguela são verossímeis. O CGI ganha ainda mais força por conta da grande quantidade de efeitos práticos usados na produção - a Ilha de Berk foi praticamente inteira construída para o filme, que foi gravado em uma locação do Norte europeu. A cada minuto do filme você sente a textura e os detalhes do cenário para muito além do 2D.
Se o filme falha em algum aspecto, talvez seja por não se aprofundar mais. Manter o mesmo enredo faz sentido, mas a nova versão poderia ser a oportunidade perfeita para trazer mais detalhes para a história. E possibilidades existiam. Em alguns pontos, Deblois pincela possíveis narrativas extras – Astrid (Nico Parker) tem uma ambição maior, Melequento (Gabriel Howell) ganha um pai rígido e a gente entende um pouco mais sobre a origem da tribo –, mas tudo de forma muito superficial.
No final do longa, ainda fica a vontade de expandir ainda mais esse universo. Felizmente, a sequência já está confirmada, porque charme e emoção Como Treinar O Seu Dragão tem de sobra.
Como Treinar O Seu Dragão
How To Train Your Dragon
Ano: 2025
País: Estados Unidos
Classificação: 10 anos
Duração: 125 min
Direção: Dean DeBlois
Elenco: Mason Thames , Nico Parker , Gerard Butler
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