Como começar a assistir Christopher Nolan

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Como começar a assistir Christopher Nolan

Diretor que redefiniu o Batman no cinema também é conhecido por comandar grandes filmes de suspense, ficção científica e guerra

30.04.2020, às 17H00.

Christopher Nolan é um dos grandes diretores em atividade. Em sua filmografia composta por 10 filmes, o cineasta não apenas dirigiu, como escreveu muitas de suas obras que vão desde o suspense policial à guerra, ficção científica e até mesmo super-heróis. Para ajudar quem quer conhecer sua obra, reunimos abaixo informações sobre a carreira de Nolan, como suas influências e assinaturas e especialmente como começar a assistir seus filmes:

QUEM É CHRISTOPHER NOLAN?

Christopher Nolan
Anne-Christine Poujoulat/AFP

Nascido em Londres, Christopher Edward Nolan descobriu a paixão pelo cinema ainda na infância, usando a câmera de seu pai para filmar vídeos curtos com seus bonecos. Após se formar em Literatura Inglesa pela University College London, onde produziu alguns de seus primeiros curtas, Nolan trabalhou em outras áreas ligadas ao cinema enquanto se preparava para a produção de seu primeiro longa-metragem. Escrito, dirigido e editado por Nolan, Following marcou o momento em que o cineasta se mudou para os EUA para seguir carreira no país. Exibido no Festival Internacional de Cinema de São Francisco, o filme foi bem-recebido pela crítica, o que possibilitou ao cineasta trabalhar em Amnésia, produção que mudaria sua carreira para sempre.

Criado a partir de uma ideia de seu irmão caçula Jonathan, o suspense Amnésia chamou atenção tanto por sua estrutura não-cronológica, quanto por suas reviravoltas. Sucesso de público e crítica, o filme fez bonito em festivais e premiações, recebendo indicações ao Oscar. Despontando em Hollywood, Nolan foi escolhido por Steven Soderbergh para dirigir Insônia, remake de um filme norueguês que teria como protagonistas grandes nomes como Al Pacino, Robin Williams e Hilary Swank.

Para seu projeto seguinte, o diretor estava decidido a criar uma nova versão para o Batman, um de seus grandes heróis da infância. Christopher Nolan abordou a Warner sugerindo uma versão mais realista do personagem, que o aproximasse mais dos filmes policiais do que da fantasia super-heróica. Lançado em 2005, Batman Begins foi um sucesso estrondoso, recuperando a popularidade do Homem-Morcego nos cinemas após o fracasso dos filmes Batman Eternamente e Batman & Robin. Esse foi o início da trilogia composta por Batman: O Cavaleiro das Trevas e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, que utilizaram grandes de Gotham em histórias mais maduras.

Durante a produção de seus filmes do Batman, Nolan trabalhou em O Grande Truque e A Origem, filmes que o ajudaram a se estabelecer como grande cineasta por mostrar versatilidade ao se arriscar em outros gêneros. Essa experimentação se tornaria o foco da próxima etapa de sua carreira, quando caiu de cabeça na ficção científica com Interestelar e ainda comandou Dunkirk, seu primeiro filme de guerra.

SEU ESTILO E INFLUÊNCIAS

Christopher Nolan descreve seus filmes como um “labirinto” que o público percorre ao lado de seus protagonistas. Esse labirinto pode representado tanto através de uma estrutura não-linear, como em Amnésia, quanto por conceitos mais abstratos, como os sonhos de A Origem ou as dimensões superiores de Interestelar. Muitas de suas obras são baseadas em mistérios envolvem o público como uma espécie de convite a solucioná-los junto com os personagens. Outra marca no cinema de Nolan é a sua preferência pelos efeitos práticos, recorrendo aos efeitos visuais como um “realce” ao que pode ser captado pelas câmeras. É comum encontrar rostos conhecidos em sua filmografia, já que o cineasta constantemente escala atores como Michael Caine, Tom Hardy e Cillyan Murphy. Ele também mantém colaboradores recorrentes fora das câmeras, como seu irmão caçula Jonathan, com quem escreveu muitos de seus roteiros, sua esposa e produtora Emma Thomas, e o compositor Hans Zimmer.

Sua primeira grande influência no cinema foi o britânico Ridley Scott. Segundo Nolan, perceber que filmes tão impactantes e diferentes como Alien - O Oitavo Passageiro e Blade Runner foram planejados pela mesma pessoa, o fizeram perceber a importância do trabalho de um diretor. Outras grandes referências de Nolan também estão na ficção científica, como 2001 - Uma Odisseia no Espaço e Star Wars, e nos filmes de guerra, como Além da Linha Vermelha, Furyo, em Nome da Honra e Lawrence da Arábia.

3 FILMES PARA COMEÇAR A VER CHRISTOPHER NOLAN

Formada por 10 filmes, a filmografia de Christopher Nolan não é tão difícil para quem quer começar. Ao longo de sua carreira, o cineasta levou seu estilo para diferentes gêneros, que vão desde o suspense policial à ficção científica, passando por guerra e super-heróis. Para você que quer conhecer cinema do diretor, separamos três filmes que reúnem suas principais assinaturas e são altamente indicados como pontos de partida:

  • Amnésia

Após estrear em Following, um filme independente filmado com seus amigos aos fins de semana, Christopher Nolan viu sua carreira decolar com o lançamento de Amnésia. A história acompanha Leonard (Guy Pierce), um homem com amnésia anterógrada, ou seja, com deficiência em formar novas memórias, que usa suas tatuagens e anotações como recordatórios para investigar o assassinato de sua esposa. Co-estrelado por Carrie-Anne Moss (Matrix), o filme chamou muita atenção tanto por sua atmosfera noir, quanto por sua narrativa não-linear.

Baseado no conto Memento Mori de Jonathan Nolan, irmão caçula de Christopher, a história é narrada através de duas linhas temporais fragmentadas. Essa estrutura serve tanto para criar a crescente tensão que envolve a jornada de Leonard, quanto para representar a condição do personagem, que sofre perda de memória recente. Com uma arrecadação satisfatória nas bilheterias, o filme rendeu a Nolan sua primeira indicação ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original, ao lado de Jonathan.

  • Batman: O Cavaleiro das Trevas

Se Batman Begins caiu nas graças do público por apresentar uma versão mais realista e madura do Homem-Morcego, foi a sequência O Cavaleiro das Trevas que mudou para sempre a forma de se retratar super-heróis no cinema. O filme mostra o já experiente herói interpretado por Christian Bale precisando lidar com a chegada do Coringa (Heath Ledger), um caótico psicopata diferente de todos os criminosos que já havia enfrentado até então.

Lançado em 2008, o mesmo ano em que a Marvel começou seu universo cinematográfico com o Homem de Ferro, o filme foi um enorme sucesso de público, chegando a arrecadar mais de US$ 1 bilhão na bilheteria mundial. Marca essa, que é um reflexo da qualidade de Cavaleiro das Trevas, que une características do cinema policial, ação e até um pouco de suspense, para retratar o universo de Gotham com uma seriedade nunca antes vista. Além de seu enredo dinâmico e cativante, o longa é marcado por grandes performances de seu elenco, com destaque para o Coringa de Heath Ledger, que para muitos encarnou a versão definitiva do vilão.

  • A Origem

Após o estrondoso sucesso de Batman: O Cavaleiro das Trevas, Christopher Nolan decidiu retomar uma antiga ideia sobre um grupo de pessoas capazes de roubar sonhos e o resultado foi A Origem. Lançado em 2010, o filme acompanha Dom Cobb (Leonardo DiCaprio), um ladrão cuja especialidade é roubar segredos e ideias do inconsciente das pessoas através de sonhos. Por conta de suas habilidades, ele é contratado para fazer o reverso, e plantar uma ideia na cabeça de um empresário em troca de livrá-lo das acusações de assassinato que o impedem de reencontrar sua família.

A Origem fez grande sucesso devido à sua natureza onírica, que por um lado ocasionou cenas visualmente impactantes e por outro deixou muitos pontos em abertos para que o público pudesse refletir e encontrar respostas. Sucesso de bilheteria, o filme causou divisão na crítica: enquanto alguns adoraram a produção a ponto de compará-la com clássicos como Matrix e a obra de Stanley Kubrick, outros sentiram que a experiência prejudicada pela necessidade do diretor em se explicar e criar uma experiência muito literal em um universo abstrato. Mesmo com recepção dividida, A Origem se mostra relevante por se mostrar um blockbuster que convida o público a pensar ao mesmo tempo em que impressiona por seu apuro técnico, que lhe rendeu 4 Oscars em 2011.

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