Grant Gustin e Hartley Swayer em The Flash/CW

Créditos da imagem: CW/Divulgação

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The Flash abraça o ridículo em episódio filler divertidíssimo

Novo capítulo brinca com clichês de filmes clássicos do 007 e se aprofunda em alguns de seus melhores personagens

21.11.2019, às 00H26.
Atualizada em 14.02.2020, ÀS 12H45

Apesar de viverem de altos e baixos, uma das poucas certezas sobre as séries do Arrowverse é que elas entregam seu melhor quando os roteiros mergulham sem pudor no mundo bizarro das HQs. Supergirl é, sem exceções, melhor quando aborda os mundos fantásticos de Kara (Melissa Benoist) e Brainy (Jesse Rath); Arrow vem apresentando uma de suas temporadas mais interessantes ao mostrar Oliver (Stephen Amell) em uma missão para salvar o multiverso e Legends of Tomorrow é a mais divertida das séries da DC na CW desde que abraçou de vez o ridículo como parte de sua identidade única. The Flash não é diferente. Apesar de apresentar bons e tensos episódios às vésperas de Crise nas Infinitas Terras, a produção transmitiu nesta semana seu capítulo mais divertido do ano em “License to Elongate”, um filler recheado de referências e homenagens aos clássicos filmes da franquia 007, focado nas qualidades de Ralph (Hartley Sawayer) como detetive, herói e amigo.

[Spoilers de “The Flash – License to Elongate” abaixo]

Duas semanas após o fraco “Kiss Kiss Breach Breach”, The Flash retornou com mais um episódio desligado de sua trama principal, mas que, desta vez, acertou a mão no humor e na dinâmica entre os personagens. Isso acontece principalmente graças ao trabalho de Danielle Panabaker, que vive a Nevasca, como diretora do episódio. A trama principal do capítulo, focada na investigação de Ralph em busca da misteriosa Sue Dearbon e na tentativa de Barry (Grant Gustin) de fazer do Homem-Elástico seu substituto como herói de Central City após a Crise, se passa em uma grande festa onde os maiores criminosos do mundo se encontram para um leilão de armas de destruição em massa.

Embora basear a trama em um personagem que costuma ser delegado a alívio cômico seja arriscado, os roteiristas Thomas Pound e Jeff Hersh escapam das várias armadilhas da proposta, encontrando um equilíbrio perfeito ao mostrar um Ralph que, quando em expediente, é extremamente profissional, sem perder seu humor ou carisma tradicionais. Trocar os uniformes de Homem-Elástico e Flash por uma “fantasia” de James Bond também é uma decisão acertada dos roteiristas, que dão mais espaço para que as identidades secretas dos heróis se desenvolvam além das rotineiras situações de vida ou morte mostradas semanalmente.

Colocar os holofotes em Ralph é, talvez, uma das melhores escolhas para um filler, já que o charme irônico e o carisma trazidos por Sawayer contagiam todo o episódio, que abraça o espírito colorido e absurdo dos quadrinhos de maneira divertidíssima. As várias referências a 007 – e uma fala solta remetendo a Doctor Who – em momento algum parecem fora de lugar, mesmo quando Barry e Ralph estão nos momentos mais cruciais de sua investigação. Panabaker e os roteiristas se esbaldam nos clichês dos filmes do espião inglês, com uma citação direta a Goldeneye em uma das falas mais absurdamente engraçadas da série até aqui.

A trama paralela, estrelada por Allegra (Kayla Compton) Nash Wells (Tom Cavanagh), continua desenvolvendo uma das personagens secundárias mais interessantes introduzidas em The Flash. A jovem meta-humana continua seu caminho como repórter e sua busca por redenção após os acontecimentos que a apresentaram à Equipe Flash. A atuação de Compton é boa o bastante para fazer o espectador quase se esquecer da existência de Cisco (Carlos Valdes), que dominou o episódio anterior, e Iris (Candice Patton), que aparece apenas na primeira e últimas cenas de “License to Elongate”.

Apesar de um avanço mínimo em relação ao arco geral da temporada, o sexto episódio de The Flash foi o mais divertido deste sexto ano até agora. Deixando a melancolia das últimas cinco horas do seriado de lado, a série volta a exibir o clima leve e despreocupado de suas primeiras temporadas, antes de, mais uma vez, retornar aos preparativos do crossover. Engraçado e emocionante, “License to Elongate” não só é um exemplo do que fillers deveriam apresentar, mas do que seriados de super-heróis poderiam ser se se levassem um pouco menos a sério.

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