15 aberturas brasileiras de anime que poucos se lembram

Créditos da imagem: Montagem/Reprodução

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15 aberturas brasileiras de anime que poucos se lembram

Algumas Animesongs marcaram muitas gerações, já as dessa lista...

Omelete
1 min de leitura
12.04.2023, às 10H00.

Há alguns anos era muito comum termos versões traduzidas das aberturas de anime no Brasil. Se hoje em dia ouvimos uma Lisa ou um Flow cantando seus hinos no idioma original, foram décadas com cantores brasileiros produzindo versões nacionais das canções dos desenhos japoneses.

Recentemente, o Pedro Henrique Ribeiro fez aqui no Omelete uma lista super legal com 15 aberturas nostálgicas adaptadas para o português, mas dessa vez vamos para um outro lado: a das "openings" obscuras e menos comentadas, seja porque passaram em emissoras de pouco alcance ou porque ninguém se lembra que o anime foi exibido no Brasil.

Vamos à lista!

1- Kaleido Star

Kaleido Star estreou no Cartoon Network em 2004, numa época que os animes estavam bombando na grade do canal. Infelizmente acabou passando despercebido por muitos, já que competia com outras séries de renome como InuYasha ou Dragon Ball GT. Com isso a sua abertura gostosinha não é tão lembrada pelos fãs que curtem cantar em eventos, mas o legado de Sora nunca será esquecido.

A abertura em português é linda e combinou muito com as cenas, mas sabia que originalmente não é essa música? O nosso clássico "Ser feliz é ter o poder de voar..." é uma adaptação da música "Tattoo Kiss", que é na verdade a terceira abertura de Kaleido Star. A música original da primeira abertura se chama "TAKE IT SHAKE IT" e é muito legal, vale a pena procurar na internet.

2- InuYasha (6ª abertura)

InuYasha é uma celebridade no nosso meio otaku, basta você citar seu nome para as pessoas começarem a cantar em coro “Quero mudar o mundo, cruzar os céus e nada temer”, mas nem todo mundo foi tão longe assim na franquia do meio-youkai. A reta final das aventuras de Agome Higurashi foi exibida em horários pouco convidativos no Cartoon Network, e já era uma época na qual os otakus estavam se interessando por outros shonens de lutinha.

Com isso, aberturas mais além de InuYasha não foram devidamente prestigiadas pela comunidade. Essa sexta introdução, por exemplo, é um resumo perfeito da farofa que se tornou a série em seus últimos episódios. Temos Agome narrando o resumo do episódio do dia, cenas bem animadas e uma trilha com estilo bem latino, algo que orna com o clima de novelão que rola no drama familiar entre InuYasha, Narak e o último fragmento localizado no túmulo do pai do protagonista. Drama puro.

3- Digimon Data Squad

Digimon é outra franquia abraçada pelos fãs, e há muita nostalgia entre os otakus quando se trata de música de abertura. Tanto as originais cantadas por Wada Koji quanto as versões brasileiras (até aquela da Angélica) são ovacionadas, mas a partir da quinta temporada existe um vácuo de interesse. Até pela exibição restrita na televisão, Data Squad foi exibido brevemente pelo Cartoon Network e Globo, ninguém ficou sabendo que essa série com protagonistas crescidos existiu.

Vale como curiosidade que houve um cuidado para traduzir os textos da abertura em português para o lançamento em DVD realizado pela PlayArte, ou seja, tivemos uma experiência ainda mais imersiva e autêntica no quesito abertura de anime.

4- Popolocrois

Popolocrois é um anime baseado em um RPG ultra-obscuro lançado para consoles da Sony. Mesmo em uma época na qual os RPGs japoneses faziam muito sucesso e gozavam de prestígio, essa fábula com cavaleiros e feiticeiros em formato pocket nunca chegou a ser um fenômeno aqui no ocidente. Mesmo assim o anime foi lançado e teve uma música de abertura para seus 15 espectadores guardarem na cabeça.

O anime de Popolocrois teve uma exibição curta no Cartoon Network e uma transmissão relâmpago na Globo, e era algo bem difícil de assistir. A tradução feita direto do original em japonês deixou passar alguns erros de compreensão, e muitas vezes os diálogos não faziam tanto sentido assim… mas a abertura é uma graça, não é?

5- Super Doll Licca-chan

Anime exibido dentro do bloco de “animes shoujo” do Cartoon Network, Super Doll Licca-chan é uma adaptação de uma franquia de bonecas japonesas, algo como a Barbie deles. Infelizmente o brinquedo não tem o mesmo impacto cultural da boneca loira, e em vez de ganhar um filme da Greta Gerwig acabou recebendo um anime mediano. E assistindo a essa abertura não há surpresa quanto a isso, tudo parece terrível.

No item anterior comentamos que a tradução de Popolocrois não era tão boa, mas nada chega aos pés da falta de sentido que é a abertura de Super Doll Licca-chan. Parece que um computador sorteou frases aleatórias e jogou numa música de anime sem se preocupar com a coerência, a única explicação existente para essa letra. Creio ter sido a única ocasião na história da língua portuguesa em que as palavras das frases "gosto de horóscopo, hoje é meu dia" e "procure a direção, certo, certo" foram ordenadas dessa forma.

6- Sakura Card Captor (2ª abertura)

Sakura Card Captor é um dos maiores sucessos entre os animes já exibidos no Brasil. Mesmo sem o apoio de grandes empresas e nem de uma linha de brinquedos cara, Sakura Kinomoto conquistou o público otaku brasileiro com histórias doces, relacionamentos fofos e uma frase de transformação que todo mundo repetiu enquanto balançava uma vassoura. Porém a versão em anime exibida pela Globo e Cartoon Network tinha uma falha: somente a primeira abertura foi exibida durante toda a série, e ficamos sem outras duas músicas.

A terceira música, “Platina”, até ganhou uma versão em português quando a Globo exibiu o episódio final da série, mas ficamos décadas sem ter uma adaptação da segunda abertura do anime. E ela veio quando Sakura Card Captor foi exibido pelo finado canal Loading, pois os novos licenciantes do anime localizaram as músicas que ficaram de fora na exibição original no Brasil. Infelizmente a transmissão foi muito restrita, mas fica aí a abertura para prestigiarmos.

7- Slayers

Se você encontrar qualquer otaku que viveu os anos 1990 e perguntar sobre Slayers, provavelmente vai ouvir que a pessoa conhece através de revistas de anime ou até de fitas emprestadas de fansubs. Mas mesmo com cosplayers se vestindo de Lina Inverse, Gourry e Xellos pelos eventos de anime, a série em si não teve uma exibição tão exitosa no Brasil. Slayers foi adquirida pela Band durante aquele sucesso do Band Kids, e segundo informações a emissora teria mandado dublar as três séries (Slayers, Slayers Next e Slayers Try), mas no fim apenas a primeira acabou sendo exibida.

Como Slayers teve uma rápida passagem pela Band e depois acabou indo para o Canal 21, poucos puderam ouvir o quão ruinzinha ficou a versão brasileira da abertura. Temos ótimos profissionais e cantores, mas ali nada ornou muito: tiraram a narração da protagonista, a letra nada tem a ver com a música original e o próprio anime já parecia bem datado quando exibido em 2003.

8- Hunter x Hunter

Hoje em dia Hunter x Hunter é recomendado para 11 em cada 10 pessoas que se interessam por animação japonesa, mas tem uma galera mais nova que não faz ideia que Hunter x Hunter já teve uma série animada antes, feita no final dos anos 1990 enquanto o mangá era desenhado por Yoshihiro Togashi. Essa série antiga tem um ritmo mais lento se comparada ao remake de 2011, mas ambas têm qualidades e pontos positivos distintos.

Hunter x Hunter chegou ao Brasil através do canal pago Animax e quem acompanhava o anime por lá precisava ouvir um instrumental no lugar da abertura. Já essa música acima, cantada por Ricardo Cruz, é exclusiva da versão de Hunter x Hunter exibida pela RedeTV. Ficou uma adaptação muito bem feita da original “Ohayou”, e acabou sendo um presente para quem conseguiu acompanhar o anime na emissora do Superpop.

9- Mirmo Zibang

Exibido por um rápido período de tempo lá nas tardes do Cartoon Network, o anime Mirmo Zibang é outro ilustre desconhecido dessa lista. Baseado no mangá Wagamama Fairy Mirumo de Pon de Hiromu Shinozuka, a série mostrava um romance pré-adolescente no qual os personagens eram acompanhados por “fadinhas” chamadas mugloxes que moravam dentro de canecas. Embora seja lembrado por pouquíssimas pessoas, quem assistiu ao anime é capaz de lembrar do clima gostoso e das histórias super divertidas.

Mirmo Zibang teve uma versão brasileira muito competente feita pela Cinevídeo, e as músicas de abertura e encerramento foram cantadas pela também dubladora Sylvia Salustti. A música é muito charmosa e é uma tristeza que tão poucos otakus tenham acompanhado essa série.

10- Doraemon

Doraemon já foi exibido duas vezes no Brasil, primeiro no extinto Clube da Criança da Manchete e posteriormente a série mais recente do gato azul foi exibida pela Band, com passagem também em serviços de streaming como Netflix. A versão acima é a dessa segunda série, que teve uma música bem adaptada (mas pouco ouvida).

Caso queira ouvir algo mais “assustador”, recomendo procurar a apresentação do Doraemon no programa da Angélica no final dos anos 1980. A apresentadora cantava uma música chamada “Super Gato” e dançava com um Doraemon gigante, já uma prévia do que veremos anos depois com a loira performando ao lado dos monstrinhos de Digimon.

11- One Piece (abertura rap)

Precisamos tocar num tópico sensível aqui: a primeira dublagem de One Piece. Muitos anos antes da Netflix lançar uma versão brasileira mais fiel (às vezes até demais), a série criada por Eiichiro Oda chegou a aportar no Brasil em meados dos anos 2000 no Cartoon Network e no SBT. Quando exibido no canal pago, os fãs entraram em contato com o “Rap do One Piece”, uma canção que forçava rimas e dizia coisas como “esse é Zoro, igual a um samurai, e a Nami que é esperta, com eles vai”. Em tempos de rimas tão pobres, ver um músico rimar “samurai” com o verbo “vai” é arte pura!

A música repercutiu tão mal entre a comunidade que quando licenciaram o anime para passar no SBT eles ignoraram o “Rap de One Piece” e exibiram uma adaptação da primeira música japonesa, “We Are”. Como um dos 3 fãs existentes da versão em rap, preciso falar que essa abertura do canal do Silvio Santos não tinha um décimo do charme do nosso “ya-yo ya-yo”.

12- Pokémon Crônicas

Pokémon é um ícone e muita gente guarda com carinho as estrofes “esse meu jeito de viver”, “se você quer ser um mestre Pokémon” ou “um novo mundo de aventuras”, mas por que tantos ignoram a abertura de Pokémon Crônicas? A série, uma coletânea de spin-offs protagonizados por personagens secundários do universo da franquia, foi exibida aos trancos e barrancos pelo Cartoon Network e RedeTV, e com isso não foram todos que ouviram essa música.

A abertura de Pokémon Crônicas é uma mistureba: parte da letra é uma versão da música "Pokerap GS", presente no segundo CD da trilha sonora americana, e o resto é um narrador explicando as novas aventuras. A versão em português em especial é bastante estranha, e as cenas com animação variante não ajuda muito a fazer esse anime soar atrativo.

13- Rave Master

Você conhece Fairy Tail e Eden Zero? Provavelmente sim, afinal esses animes são muito famosos e têm uma base de fãs consolidada no Brasil. As duas séries foram criadas por Hiro Mashima (temos até uma matéria exaltando o talento desse mangaká), mas nem todos sabem que a obra anterior do autor foi exibida no Brasil. Por aqui Groove Adventure Rave se transformou em Rave Master e teve uma exibição pra lá de discreta no Cartoon Network, já numa fase do canal que os animes não estavam com tanto destaque.

A abertura que assistimos faz parte da adaptação americana do anime, e é tão obscura, mas tão obscura, que nem ao menos conseguimos encontrar o vídeo para vocês verem a dublagem. Infelizmente nós otakus também temos nossa Biblioteca de Alexandria de mídias perdidas, e a abertura de Rave Master pode estar ali do lado da dublagem de Super Pig.

14- Zatch Bell

Assim como o item anterior, Zatch Bell (ou Konjiki no Gash Bell no original) é mais um shonen de lutinha aclamado no Japão que passou quase despercebido pela gente. O anime chegou para nós em 2006 no Cartoon Network e em 2007 pela Rede Globo, mas só no canal pago pudemos assistir à abertura da série.

A abertura brasileira é uma adaptação da versão americana, ou seja, dura só 30 segundos, é um monte de frase feita e uma colagem com várias cenas do anime sem muito critério. Mas a nostalgia dos poucos otakus que assistiram a isso é imbatível.

15- Músculo Total

Recentemente anunciaram um novo anime para Kinnikuman no Japão, e nisso vários otakus brasileiros apontaram para a imagem e disseram “ah, eu conheço isso, passava na Fox Kids!”. Na verdade rolou uma confusão aí, porque o anime Músculo Total na verdade é uma adaptação de Kinnikuman Nisei, uma espécie de “Boruto” da franquia original com a história do filho do antigo protagonista.

A abertura brasileira de Músculo Total é arte demais: para começar, a série teve seu título traduzido e a nossa versão ficou muito mais legal que Ultimate Muscle. A música é repleta de rimas criativas, os cantores estão inspirados e dá muita vontade de assistir às lutas do Kid Músculo só de ouvir essa música.

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